Exposição “Tesouros Ancestrais do Peru” chega ao CCBB BH

Depois de estrear no Rio de Janeiro, a exposição “Tesouros Ancestrais do Peru” será aberta hoje ao público no Centro Cultural Banco do Brasil Belo Horizonte (CCBB BH), na Praça da Liberdade, com entrada gratuita. Composta por 162 peças em ouro, prata, cobre, cerâmica e têxteis, produzidas entre 900 a.C. e 1600 d.C, a exposição faz uma imersão no meticuloso e icônico universo da cultura inca. Os ingressos podem ser retirados pelo site ou na bilheteria.
O deslumbrante trabalho artístico dos objetos e instrumentos artesanais, descobertos em várias expedições arqueológicas, pertence à Fundação Mujica Gallo e faz parte do catálogo do Museo Oro del Perú y Armas del Mundo. Com curadoria de Patricia Arana e Rodolfo de Athayde, a mostra é dividida em cinco eixos temáticos: Linha do Tempo, Mineração, Divindades e Rituais, Cerâmica e Têxteis e Colonização.
Cada peça tem um significado peculiar e remete à transcendentalidade, à organização social e aos ritos da antiga e desenvolvida civilização andina, que foi dizimada pelos espanhóis.
Conhecido como Tahuantinsuyo, ou “Terra de Quatro Regiões”, na língua quechua, o Império Inca foi a maior e principal reunião de culturas da América antiga. Com base em Cusco, no Peru, era formado por diversos povos. No auge, chegou a ter cerca de 12 milhões de habitantes. Politeístas, os incas conseguiram, entre 1438 e 1532, unificar, seja pela força ou por alianças, sociedades da região costeira do Oceano Pacífico e da cordilheira dos Andes.
Distribuídos por um território estimado em 4 mil quilômetros, que ia do sul da Colômbia até partes do Chile e da Argentina, passando por todo o Equador, Peru e Bolívia, os povos da região tinham em comum o domínio de técnicas sofisticadas de administração, mineração, irrigação, agricultura, cerâmica, produção têxtil e arquitetura. O mais conhecido e visitado desses territórios é Machu Picchu, um dos poucos não destruídos completamente durante o processo de colonização.
Na mostra, traços culturais dos povos andinos são revelados em utensílios peculiares, como depiladores, bolsas, penachos, máscaras funerárias e coroas feitas de ouro. Há também módulos dedicados à cerâmica e aos objetos têxteis, como jaquetas, gorros e sapatos. No catálogo estão ainda Tumis, espécies de facas ornamentais usadas durante cerimônias de sacrifícios de animais e, em casos excepcionais, de humanos.
A exposição apresenta também o Projeto Panaca, que divulga, por meio de vídeos de desenhos animados, a história das culturas antigas do Peru. A série de filmes será exibida ao público e é parte do conteúdo educativo da mostra.
A mostra conta ainda com obras contemporâneas que propõem um olhar que amplia a leitura do acervo, a fim de provocar uma visão crítica e reflexiva sobre a representatividade das peças. No pátio do CCBB Belo Horizonte, destaque para a obra “Saqueo” (Pilhagem), do artista peruano Iván Sikic. Sua referência são os diferentes momentos da história em que a extração compulsiva do ouro gerou um significativo impacto cultural ou ecológico. A instalação questiona o legado colonial e os efeitos da mineração ilegal do ouro até a atualidade.
Conversa
Patricia Arana conversa com o público hoje, às 19h; na abertura da exposição. A curadora abordará aspectos do acervo reunido na exposição que retratam o domínio de técnicas sofisticadas de administração, mineração, irrigação, agricultura, cerâmica, produção têxtil e arquitetura pelos povos andinos. Histórias e a riqueza cultural milenar dessas civilizações também serão tratadas na apresentação.
A mostra “Tesouros Ancestrais do Peru” poderá ser apreciada até 6 de maio, no pátio e galerias do CCBB BH, de quarta a segunda-feira, das 10 às 22h. (Com Agência Galo)
Ouça a rádio de Minas