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Transferência da capital mineira é tema de painel

A exemplo do que foi feito em Brasília, a ideia é que Belo Horizonte tenha um painel comemorativo e contemplativo de Carlos Bracher
Transferência da capital mineira é tema de painel
Crédito: Blima Bracher

A capital mineira irá receber hoje, amanhã e na próxima quinta-feira (19), uma etapa do projeto “Belo Horizonte, Cidade da Cultura – Pampulha, Patrimônio Cultural da Humanidade”. Concebido e executado por Carlos Bracher, um dos artistas mineiros mais reverenciados em todo o mundo, a proposta consiste na concepção e pintura de um painel instalação, em formato tríptico, composto por duas telas de 3 metros de altura por 5 metros de largura e, ao centro, uma tela de 3 metros de altura por 7 de largura, que será instalado posteriormente na capital mineira em um dos equipamentos que integram o Circuito Liberdade. Todo o processo criativo será documentado em fotos e vídeos. A entrega oficial da obra será realizada no dia 31 de outubro, durante uma cerimônia aberta que contará com a exibição do documentário.

A obra, que será apresentada em formato de exposição permanente, tem sua concepção norteada pela transferência da capital de Minas Gerais, da antiga Vila Rica para Belo Horizonte. A cidade projetada para ser uma referência, a partir do traçado urbanístico de Aarão Reis, foi inaugurada em 12 de dezembro de 1897. Para representar a cidade e todas as suas nuances, Bracher optou por reunir nesta única obra diferentes técnicas, como pintura, escultura, plotagem de textos, vídeos e música, criando um cenário tridimensional. A proposta é que o espectador percorra todo o painel de forma lúdica e interativa, compreendendo as etapas e os personagens que foram determinantes na história. Desta forma, o painel “Belo Horizonte, Cidade da Cultura – Pampulha, Patrimônio Cultural da Humanidade” irá retratar o caráter dinâmico e multicultural que a capital mineira foi desenvolvendo com o passar do tempo. A cidade é hoje referência nacional em diversas áreas, como música, teatro, artes plásticas, dança, literatura, arquitetura, moda, esporte, gastronomia, entre outros. A conquista do título de Patrimônio Cultural da Humanidade conferido ao Conjunto Moderno da Pampulha é uma clara referência à importância desta cidade para o mundo.

“Estou muito empolgado com essa possibilidade de criar e também produzir estes trabalhos a partir deste encontro com o público. A inspiração parte da temática do projeto e agrega diversas outras manifestações que contribuíram para a formação da nossa história, como a música, a literatura, a poesia e a arquitetura”, destaca Carlos Bracher.

A exemplo do que Carlos Bracher fez em Brasília, na sede da Sinduscon, com o painel intitulado “Das letras às Estrelas: JK de Sonhos ao Sonho de Brasília”, a ideia é que a capital mineira também passe a contar com um painel comemorativo e contemplativo do artista, trazendo à tona sua vocação cultural e artística.

A proposta é que parte do processo criativo deste painel instalação seja aberto ao público, que poderá acompanhar o trabalho do artista em alguns momentos específicos. A proposta é que, ao final, ele integre o acervo de algum dos prédios que formam o Circuito Cultural Praça da Liberdade, e, desta forma possa ser visitado pela população local e por turistas, tornando-se mais uma das atrações culturais e artísticas do complexo, composto pelo Memorial Minas Gerais (Vale); o Museu de Mineralogia (Gerdau); o Centro Cultural Banco do Brasil; a Casa Fiat de Cultura; a Biblioteca Luiz de Bessa; o Centro do Patrimônio Cultural Cemig; e em breve a Pinacoteca Cemig Minas Gerais.

História

Com este trabalho, Bracher reafirma sua paixão por estas duas cidades, que abrigam suas moradas. Com isso, o artista pretende reverenciar grandes personagens da história de Minas e do Brasil, como os inconfidentes e seu grande mártir, o Tiradentes. Em 1924, Ouro Preto, considerada como o berço de Minas e da liberdade, foi palco de um célebre encontro dos modernistas na cidade, atraindo nomes como Mário de Andrade, Oswald de Andrade, Tarsila do Amaral, além do suíço francês Blaise Cendrais.

No painel de Bracher, haverá uma conexão imaginária entre as montanhas de Ouro Preto e os personagens da nova capital, reverenciando a nova geração de poetas e intelectuais que fizeram história na cidade, entre os quais estão Carlos Drummond de Andrade, Pedro Nava, Abgar Renault e Emílio Moura, que mudam, definitivamente, os rumos culturais de Belo Horizonte e, consequentemente, de Minas Gerais. Na sequência surgem notáveis literatos como Fernando Sabino, Paulo Mendes Campos, Otto Lara Resende, Hélio Pellegrino, Murilo Rubião, seguindo-se Roberto Drummond, Afonso Ávila, Rui Mourão, entre outros.

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