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UFMG denuncia acesso restrito ao Hospital Veterinário mesmo após o fim da Stock Car

Interdições tem dificultado o trabalho e atendimento do Hospital Veterinário, além de causar engarrafamentos nas imediações
UFMG denuncia acesso restrito ao Hospital Veterinário mesmo após o fim da Stock Car
Trânsito nas imediações apresenta lentidão | Foto: Ewerton Martins Ribeiro | UFMG

A primeira edição da Stock Car em Belo Horizonte acabou no último dia 18 de agosto, mas a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) ainda afirma sentir os efeitos negativos da corrida. O principal problema alegado pela universidade se dá em relação às vias de acesso ao Hospital Veterinário Atualmente, a entrada principal dessa unidade de saúde continua interditada.

O diretor da Escola de Veterinária, professor Afonso de Liguori, relata que, desde a conclusão do evento, o trânsito tem sido liberado e interditado em horários aleatórios, sem qualquer aviso ou programação prévia. “São interdições alternadas, feitas todo dia, sem informação prévia e por tempo indeterminado, o que nos deixa completamente no escuro. Na prática, não é possível programar nada”, explica Liguori.

Segundo ele, a situação tem provocado dores de cabeça e prejuízos à universidade e à população. “Neste exato momento em que nos falamos, o trânsito na via que dá acesso ao hospital está completamente obstruído nos dois sentidos, por exemplo, sem que tenha havido qualquer aviso de que isso iria ser feito hoje. Em suma: de repente, mesmo que já esteja a caminho, nenhum paciente consegue chegar aqui”, relata.

Descompasso nas desmontagens

Segundo o diretor, a desmontagem das estruturas do evento não está sendo conduzida com o mesmo nível de organização com que foi feita a montagem. “Para a desmontagem, não está sendo feito o mesmo esforço que fizeram para montar todas essas estruturas. Há uma morosidade, um descaso. Como já realizaram a corrida, parece que não há mais interesse em resolver o problema”, diz.

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Blocos de barragem para corridas e materiais da PBH continuam no local | Foto: Divulagação UFMG/

Riscos no trânsito

A lentidão nos trabalhos de desmontagem tem gerado preocupações não apenas entre os profissionais do Hospital Veterinário, mas também entre a comunidade da universidade que frequenta o entorno do Mineirão.

Em diversos pontos da avenida Carlos Luz (Catalão), a retirada morosa das estruturas resultou na permanência de bloquetes de concreto avulsos, criando riscos para motoristas que, durante o horário de pico, precisam realizar manobras inesperadas para evitar acidentes.

O problema se intensifica em dias de eventos no estádio do Mineirão, como ocorreu em 28 de agosto, quando o Cruzeiro enfrentou o Internacional. A falta de locais seguros para estacionar devido às estruturas da Stock Car fez com que os torcedores recorressem a estacionamentos irregulares nas calçadas dos bairros adjacentes ao estádio.

UFMG aponta falta de coordenação da Stock Car

O professor Afonso de Liguori observa que o número de trabalhadores envolvidos na desmontagem é um reflexo do descaso por parte do poder público e dos organizadores da corrida. A Escola de Veterinária fica em frente ao circuito.

“Daqui é possível ver que a equipe mobilizada para a desmontagem das estruturas de aço e concreto é mínima: são pouquíssimas pessoas. Eles fecham a cada hora uma via aleatória, sem muita coordenação ou clareza, e recolhem uma pequena quantidade de materiais por duas, três horas. Na sequência, vão embora, para só voltar a mexer na coisa toda no dia seguinte. Não há um esforço concentrado para retirar tudo de uma vez”, relata.

Atualmente, o Hospital Veterinário atende de 70 a 100 animais por dia. Entretanto, em função das interdições alternadas, essa média de atendimentos não foi restabelecida desde o término da prova. Durante os dias da corrida, aproximadamente 400 animais deixaram de ser atendidos, conforme estimativas da unidade. A UFMG está elaborando um relatório sobre os prejuízos causados, que será encaminhado ao Ministério Público.

Enquanto isso, as pessoas que necessitam dos serviços do Hospital Veterinário da UFMG permanecem em uma situação de incerteza, sem garantias de acesso seguro à unidade. “Está um verdadeiro caos”, resume o diretor.

“Em suma, praticamente duas semanas após a realização do evento, estamos vivendo um nível de interdição semelhante ao dos dias de prova, em que tudo ficou completamente fechado. Na prática, o impacto é idêntico, pois ninguém consegue chegar com segurança aqui”, conclui.

Procuradas, a organização da Stock Car e a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) ainda não se posicionaram sobre as alegações da UFMG.

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