Entre as melhores do mundo: UFMG estreia em ranking global de interdisciplinaridade
A Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) integra o Times Higher Education (THE) Interdisciplinary Ranking, um levantamento internacional que avalia como as universidades estruturam, financiam e produzem ciência com diálogo entre diferentes áreas do conhecimento. Na classificação divulgada pela THE, a instituição aparece na faixa 201–250 no mundo, ocupa o 9º lugar na América Latina e figura na 5ª posição entre as brasileiras, sendo a terceira entre as federais.
O ranking considera três dimensões:
- organização interna da interdisciplinaridade
- financiamento destinado a esse campo
- resultados obtidos em pesquisas e publicações
A metodologia avalia metas institucionais, existência de centros dedicados ao tema, incentivos acadêmicos, captação de recursos e impacto das citações em múltiplas áreas.
A reitora Sandra Goulart Almeida avalia que a criação de um ranking específico para a interdisciplinaridade amplia o entendimento sobre a produção científica no ensino superior. “Não se produz mais conhecimento de ponta confinado em fronteiras estanques. O futuro da ciência é claramente interdisciplinar e transdisciplinar. O resultado dessa avaliação evidencia uma dimensão na qual a UFMG tem investido de forma significativa nos últimos anos para orientar os rumos de sua produção científica”, pontua.
Segundo a reitora, a nova classificação também dialoga com o avanço da UFMG no ranking de sustentabilidade da QS, no qual a instituição subiu 470 posições e alcançou o 316º lugar geral.
O diretor do Escritório de Governança de Dados Institucionais (EDGI), professor Dawisson Belém Lopes, destaca a presença da UFMG em um ranking que reúne algumas das principais universidades do mundo. “A classificação reúne algumas das maiores e melhores instituições de educação superior do mundo. É uma alegria para a UFMG figurar entre as referências globais na produção de ciência interdisciplinar”, comemora.
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Atuação além da interdisciplinaridade
No entendimento do diretor do EGDI, a avaliação da THE mede a capacidade institucional de operar de forma interdisciplinar, mas a UFMG já avança para processos transdisciplinares. O professor afirma que “a Universidade organiza suas atividades com foco no problema de pesquisa e na forma como esse problema atravessa diferentes disciplinas”.
A percepção também é compartilhada pela diretora do Instituto de Estudos Avançados Transdisciplinares (IAT), professora Patrícia Kauark. “Ser transdisciplinar é essencial para que a universidade esteja à altura dos desafios contemporâneos. Os grandes problemas do nosso tempo – mudanças climáticas, desigualdades sociais, crise da democracia, impactos das novas tecnologias e questões de saúde coletiva – não cabem dentro de uma única área do conhecimento”, observa.
Ações estruturantes na Universidade
A UFMG mantém iniciativas que fortalecem o diálogo entre áreas no ensino, na pesquisa e na extensão. Entre as ações, estão as formações transversais na graduação e projetos que articulam múltiplos campos do conhecimento, como o Programa UFMG de Formação Cidadã em Defesa da Democracia.
Ainda, no IAT são realizadas iniciativas como cátedras internacionais, seminários, residências, conferências, grupos de estudo e projetos temáticos, que ampliam a interação entre ciências, filosofia, artes, saúde, tecnologia e saberes sociais.
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