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UFMG está entre as 5 melhores universidades da América Latina e Caribe

Entre as instituições brasileiras, a UFMG fica atrás de USP, Unicamp, UFRJ e Unesp
UFMG está entre as 5 melhores universidades da América Latina e Caribe
No ranking QS a UFMG figurou na 13ª colocação geral. Foto: Lucas Braga/UFMG

A Universidade Federal do Estado de Minas Gerais (UFMG) está no seleto grupo das melhores universidades da América Latina e do Caribe, segundo o QS World University Rankings: Latin America & The Caribbean 2025. O ranking analisou 437 instituições de 24 países, sendo 96 brasileiras.

Entre as instituições brasileiras, a UFMG é a quinta universidade mais bem posicionada (atrás de USP, Unicamp, UFRJ e Unesp) e a segunda entre as federais (superada apenas pela UFRJ).

No geral, a UFMG figurou na 13ª colocação, resultado que confirma a ascensão da universidade na classificação. Em 2020, a instituição foi a 17ª do ranking; em 2021, a 15ª; em 2022 e em 2023, a 16ª; em 2024, a 14ª. De acordo com as informações do QS, ao alcançar a 13ª colocação, a UFMG está à frente de 97% das instituições avaliadas pelo levantamento.

Leia também: UFMG vai sediar cúpula de universidades da América Latina em 2025

A universidade alcançou pontuação geral de 85,6. No QS, a instituição com melhor desempenho recebe a pontuação 100, e a de pior desempenho, 1. Em seguida, as demais instituições são situadas na escala estruturada entre esses dois valores, com base em seu desempenho relativo. O mesmo procedimento é realizado para cada indicador que compõe o ranking.

A reitora da UFMG, Sandra Regina Goulart Almeida, destaca o esforço feito nos últimos anos para construir e fortalecer a interação da universidade com a sociedade para além do ambiente propriamente acadêmico.

“São iniciativas variadas, que convergem para o objetivo de aproximar a UFMG da sociedade civil, dos organismos de Estado e das organizações de mercado. Ao mesmo tempo, temos investido na projeção internacional da instituição. Os resultados materializados no ranking regional do QS comprovam que esses esforços têm sido reconhecidos”, aponta Sandra Almeida.

Entre os vários indicadores do ranking, dois chamaram a atenção: o de reputação da universidade como empregadora e o que reflete sua reputação acadêmica.

No indicador de empregabilidade, a UFMG subiu 21 posições em relação ao último levantamento, alcançando a 65ª posição geral. Já na reputação acadêmica, aparece na 18ª posição geral (em 2014, figurava na 17ª colocação).

“De fato, existe hoje um trabalho muito forte para que a ‘marca’ UFMG se consolide tanto no ambiente doméstico quanto no cenário internacional”, explica o professor Dawisson Lopes, diretor do escritório de governança de dados institucionais da UFMG.

Ainda segundo o professor, “foi um esforço estratégico, que está gerando frutos importantes no campo da reputação, conforme bem captou o ranking QS”, avalia.

Entretanto, Dawisson pondera os limites de alcance de levantamentos como este, por estarem centrados demasiadamente na imagem projetada pelas instituições. “O QS é um ranking que, embora seja muito abrangente e influente, baseia-se pesadamente nos aspectos de reputação e em pesquisa de opinião. Em razão disso, ele acaba favorecendo muito as instituições mais antigas, cujas marcas estão mais consolidadas e que têm esquemas de publicidade muito fortes. Refiro-me a marcas que existem há centenas de anos, europeias, com forte orçamento voltado para a publicidade”, explica.

A reitora corrobora e acrescenta também que, em razão desse e de outros vieses, rankings como o QS não conseguem apreender todas as dimensões de excelência de instituições como a UFMG, em suas complexas interações sociais.

“Um exemplo disso é a nossa capilaridade social, que se dá por meio da nossa extensão universitária, que não é captada pelo ranking”, exemplifica Sandra Almeida.

“Feitas as ponderações e filtrados os vieses, o interessante a notar é que, de modo geral, a UFMG vai muito bem em uma série de indicadores do QS quando comparada com instituições similares”, avalia Dawisson, que também é professor do Departamento de Ciência Política da UFMG.

Presença da UFMG na internet

O investimento que vem sendo feito pela UFMG em imagem e comunicação também acabou rendendo outro resultado positivo no QS Rankings: no indicador que mede a eficácia com que as instituições fazem uso de novas tecnologias (web impact).

Esse indicador mostra que a UFMG é a terceira universidade de maior impacto na internet em toda a América Latina e no Caribe, repetindo uma colocação que já sustentava na última edição do levantamento.

“O resultado é alimentado pela popularidade das páginas gerenciadas pela área de comunicação institucional e pelas demais unidades acadêmicas da Universidade, no âmbito da Política de Comunicação da UFMG”, reforçou Dawisson Lopes.

Metodologia do ranking Qs

A metodologia para a atribuição da nota do QS World University Rankings: América Latina e Caribe é composta de quatro tópicos, que, somados, compõem a nota total:

  • pesquisas e descobertas (research and discovery) é responsável por 45% da nota;
  • experiência de aprendizagem (learning experience), por 20%; 
  • empregabilidade e resultados (employability and outcomes), por outros 20%;
  • e engajamento global (global engagement), pelos 15% restantes.

Cada tópico é composto de um ou mais indicadores.

O tópico de pesquisas e descobertas, por exemplo, é formado pela reputação acadêmica das universidades no último QS Academic Reputation (30%), pelo número médio de citações obtidas na universidade por publicação (10%) e pelo número médio de artigos publicados por unidade da instituição (escola, instituto ou faculdade, por exemplo) nos últimos cinco anos (5%).

Com efeito, o indicador relativo ao número médio de citações obtidas por publicação, foi o principal ponto de atenção evocado pelos resultados do ranking QS: nele, a UFMG teve uma queda de 12 posições.

Dawisson aponta que esse resultado no contexto ocorreu por conta do leve declínio vivido pela produção científica brasileira no pós-pandemia, fenômeno que também atingiu pela UFMG.

“Isso acabou impactando os nossos indicadores de produtividade científica, especificamente. Mesmo assim, a UFMG continua situada em um patamar muito elevado nesses indicadores, acima da mediana regional e com pontuações muito altas”, considera.

Ainda de acordo com Dawisson, outras bases de artigos e de dados científicos contabilizam de forma “mais generosa” as métricas científicas de universidades como a UFMG, em face de sua situação regional e doméstica.

O tópico de experiência de aprendizagem, por sua vez, é dado pela proporção entre docentes e alunos, com peso de 10%, e pela proporção de professores com doutorado no corpo docente, também com peso de 10%. 

No indicador relativo à proporção entre docentes e alunos, a UFMG galgou 20 posições. No indicador relativo à proporção de professores com doutorado, a Universidade manteve-se estável na sétima colocação geral.

Já o tópico empregabilidade e resultados é atribuído integralmente pela reputação da universidade como empregadora. Ele é coletado na última edição do QS Employer Reputation. Como já mencionado, a UFMG teve sua mais significativa ascensão nesse indicador, subindo 21 posições entre as edições 2024 e 2025.

O tópico de engajamento global é computado em razão do nível de solidez da rede internacional de pesquisa da universidade, com peso de 10%, e do seu impacto na internet, isto é, da eficácia com que faz uso das novas tecnologias (peso de 5%).

Nesses indicadores, a UFMG tem um desempenho praticamente impecável: sua nota em web impact é 100, e a nota em international research network, 98,2.

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