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UFMG vai integrar rede de universidades do Brics

Instituição foi selecionada na área de Ciências Humanas e Sociais; com a qualificação, a UFMG poderá apresentar propostas em futuros editais de fomento da rede

A Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) foi uma das 20 instituições brasileiras selecionadas pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) para integrar a Rede de Universidades do Brics (Rede Brics-NU), iniciativa que promove a cooperação acadêmica e científica entre países do bloco econômico.

A divulgação do resultado aconteceu na última segunda-feira (12), pela Capes, com a publicação oficial do edital de seleção.

Além das 20 universidades selecionadas, outras 10 foram indicadas para o cadastro de reserva, que será acionado em caso de desistência ou desqualificação de alguma das selecionadas. A UFMG foi escolhida para atuar na área de Ciências Humanas e Sociais, uma das 11 temáticas contempladas pelo edital nº 8/2025 da Capes, lançado em abril.

Embora não haja, neste primeiro momento, repasse de recursos financeiros, a seleção é considerada estratégica, pois qualifica a UFMG e as demais instituições para submeterem propostas em futuros editais de fomento da rede. As universidades receberão um certificado de pré-qualificação, passo essencial para participações futuras.

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Cooperação fortalecida

Criada em 2015, a Rede Brics-NU tem como missão promover o intercâmbio de estudantes, professores e pesquisadores, além de estimular parcerias institucionais e o desenvolvimento de projetos conjuntos nas áreas de ensino, pesquisa e extensão. As instituições são representadas na rede por seus pró-reitores de pós-graduação.

A seleção da UFMG ocorre em um momento de reengajamento do Brasil com o bloco. Segundo o assessor especial para Assuntos Internacionais do Ministério da Educação (MEC), Francisco Figueiredo de Souza, a nova configuração da rede fortalece as possibilidades de cooperação internacional.

 “As novas nomeações chegam em um momento de reengajamento do Brasil com a rede. Vemos a Brics-NU como uma iniciativa capaz de consolidar a diversificação das parcerias externas das instituições de educação superior brasileiras. As relações do Brasil com universidades nos países que compõem o Brics ainda apresentam relevante potencial inexplorado e serão desenvolvidas sem prejuízo a outros parceiros, alguns mais consolidados, que contribuem com as metas de internacionalização previstas nos nossos planos educacionais”, afirmou.

Com a nova composição, a rede agora conta com 20 universidades de cada um dos países fundadores – Brasil, Rússia e China – além do Egito. O Irã participa com 19 instituições, a África do Sul com 14 e os Emirados Árabes Unidos e a Índia com 12 instituições cada.

Brics: cenário e expansão

O Brics é um agrupamento de países de economias emergentes formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, posteriormente ampliado para incluir Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia, Indonésia e Irã. Desde 2024, também participam como países parceiros Belarus, Bolívia, Cazaquistão, Cuba, Malásia, Nigéria, Tailândia, Uganda e Uzbequistão.

O bloco, fundado oficialmente em 2006, tem como objetivo fortalecer a cooperação política, econômica e social entre seus membros e aumentar a influência dos países do Sul Global na governança internacional. Entre suas principais realizações está a criação do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), o “Banco do Brics”, lançado em 2014 com o objetivo de financiar projetos de infraestrutura e desenvolvimento sustentável em países em desenvolvimento.

Atualmente presidido pela ex-presidente brasileira Dilma Rousseff, o NDB conta com capital autorizado de US$ 100 bilhões, dos quais US$ 52,7 bilhões já foram integralizados. Desde sua criação, o banco aprovou 96 projetos, totalizando US$ 32,8 bilhões em financiamentos.

A recondução de Dilma Rousseff ao comando do NDB, por indicação do presidente russo Vladimir Putin, reforça a liderança brasileira em uma das principais instituições do bloco, especialmente em um contexto geopolítico marcado por conflitos e reposicionamentos estratégicos no cenário internacional.

Com informações da UFMG

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