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UFMG vai sediar cúpula de universidades da América Latina em 2025

Essa é a primeira vez que uma edição presencial do encontro organizado pela agência britânica Times Higher Education acontecerá no Brasil
UFMG vai sediar cúpula de universidades da América Latina em 2025
UFMG sediará a THE Latin America Universities Summit. Foto: Ewerton Martins Ribeiro/UFMG

A Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) foi escolhida para sediar, no próximo ano, a THE Latin America Universities Summit, reunião de cúpula de universidades latino-americanas, promovida anualmente pela Times Higher Education (THE).

Essa é a primeira vez que uma edição presencial do encontro organizado pela agência britânica acontecerá no Brasil e o tema da edição de 2025 será “Universidades como repositórios de conhecimento confiável”.

A Universidade de São Paulo (USP) sediou a reunião em 2021 mas, por conta da pandemia, o evento – que é o mais prestigioso da THE para a América Latina – aconteceu de forma remota.

O evento será realizado nos dias 8, 9 e 10 de julho de 2025, com atividades no campus Pampulha. No site do encontro, podem ser conferidas todas as informações necessárias para participar, além de um passo a passo para a inscrição dos dirigentes participantes.

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A agência britânica THE é responsável por um dos mais importantes rankings universitários do mundo. Sua reunião de cúpula para universidades latino-americanas foi realizada pela primeira vez em 2016 e costuma ser estruturada em palestras, painéis, estudos de caso e workshops práticos.

Para o diretor do escritório de governança de dados institucionais da UFMG e presidente da comissão organizadora da THE Latin America Universities Summit, professor Dawisson Lopes, a estimativa é que cerca de 250 “delegados institucionais” (representantes formalmente constituídos das universidades, como reitores, pró-reitores e diretores) participem do evento. Também são esperadas autoridades governamentais da área da educação superior.

Professor Dawisson Lopes estima que cerca de 250 “delegados institucionais” participem do evento. Foto: Foca Lisboa/UFMG

“Concorremos com a Argentina e México e, no início deste ano, veio a confirmação de que a Cúpula de Universidades seria realizada em Belo Horizonte, no campus da UFMG, o que foi acolhido com muita alegria e com a convicção de que faremos um belo evento”, explica.

Ainda de acordo com o professor, trata-se de um evento direcionado primordialmente para a América Latina, mas não exclusivamente. “De fato, este é um evento que tradicionalmente conta com a participação de atores extrarregionais. Assim, são também esperadas participações mais pontuais de representantes de universidades de outras regiões do mundo, como a América do Norte, Europa e Ásia”, pontua ele.

No foco das atenções devem estar, sobretudo, as questões mais urgentes relacionadas ao dia a dia da gestão universitária.

O objetivo é colocar diversos temas em discussão, temas importantes para a governança universitária e que esses temas sejam debatidos e que essas discussões levem a soluções, a caminhos para que nós consigamos garantir que as universidades sigam sendo repositórios de conhecimento confiável na nossa sociedade”, considera.

Inovação, revolução digital e sustentabilidade nas universidades

Além do tema geral, as discussões vão passar por três subtemas: inovação para o desenvolvimento econômico, revolução digital e COP30. O primeiro estará associado à promoção de ecossistemas de inovação capazes de impulsionar, em nível regional, o desenvolvimento econômico das localidades em que as universidades estão inseridas.

Essa é uma discussão que, já há alguns anos, vem permeando os debates entre gestores de universidades da América Latina nos diferentes fóruns de que participam. O segundo diz respeito à intenção de se fomentar uma liderança mais proativa da revolução digital atualmente vivida por essas universidades, tendo como pontos de atenção a segurança e a sustentabilidade dos processos digitais.

Em jogo, aqui estão temas como inteligência artificial, robótica, automação e universidade 4.0”, exemplifica Dawisson Lopes.

O terceiro eixo, em que será tratada a relação entre ensino superior e sustentabilidade, tem o objetivo de subsidiar a preparação para os debates que serão realizados na 30ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP30), evento que também será realizado no Brasil no ano que vem.

“Hoje existe um processo de descrédito das universidades, embora tenham sido cruciais momentos capitais da existência humana, como na pandemia de Covid-19. É importante que nós reabilitemos esse papel das universidades, que haja um entendimento da sociedade, entendimento dos governos, de que, sem universidades, sem ambientes acadêmicos saudáveis, criativos, inovadores, bem instrumentados, o resto para”, considera o professor.

UFMG quer expandir colaboração

Reitora Sandra Goulart quer expandir colaboração da UFMG. Foto: Jebs Lima/UFMG

A reitora da UFMG, Sandra Regina Goulart Almeida, destaca o interesse da universidade em expandir colaborações, tanto na América Latina quanto globalmente, para garantir e fortalecer o papel das instituições de ensino superior como repositórios de conhecimento confiável.

Podemos aprender uns com os outros, ou seja, aprender como cada instituição parceira está realizando transformações e liderando mudanças”, afirma.

Sandra Regina também comenta os principais desafios enfrentados pelas universidades latino-americanas. “Como fortalecer a colaboração acadêmica com o governo, a sociedade civil e a indústria, aumentar a visibilidade da pesquisa e aprofundar a internacionalização na América Latina, ao mesmo tempo que protegemos o meio ambiente, defendemos os direitos das minorias, promovemos a saúde mental no campus e fomentamos o avanço tecnológico nas comunidades locais? Essa, portanto, é a questão crucial para o futuro da nossa educação e de nossas instituições”, avalia.

A reitora reforça ainda o papel da UFMG para transformar vidas e promover o desenvolvimento do Brasil e da América Latina por meio de educação superior de alta qualidade.

“Olhando para o futuro, nossa instituição é guiada por uma visão ambiciosa centrada em liderança, impacto social e inovação para o desenvolvimento humano e social. Por meio do ensino, da pesquisa e do engajamento comunitário, nos esforçamos para fazer a diferença e abordar os desafios globais em colaboração com nossos parceiros e partes interessadas em todo o mundo”, projeta.

(Com informações da UFMG)

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