Umberto Nigi conversa com o público no CCBB

Umberto Nigi se encontra amanhã com o público belo-horizontino para conversa intitulada “Conhecendo cor e forma”, em que o italiano aborda sua biografia e trajetória artística, além de aspectos e características da pintura abstrata dentro da história da arte. A mediação é do curador Theobaldo Júnior. O bate-papo começa às 19h30 no Teatro I do CCBB BH e é uma oportunidade para conhecer ou visitar mais uma vez a exposição do artista, “Cor e forma: a poesia do equilíbrio”, em cartaz somente até a próxima segunda-feira no Centro Cultural Banco do Brasil.
Com mais de 90 obras inéditas na capital mineira, a exposição reúne uma antologia do italiano Umberto Nigi, com esculturas sobre madeira, quadros de sua fase figurativa, nos anos 80, até passagens pelas décadas de 1990, 2000 e 2020, em que o artista plástico transita para a pintura abstrata e passa a mesclar, nas telas, materiais reciclados como areia, juta, papel, rede metálica, gesso e outros.
A exposição pode ser vista de quarta a segunda, das 10h às 22h, e a entrada é gratuita. Os ingressos para o bate-papo e para a exposição podem ser retirados pelo site bb.com.br/cultura ou na bilheteria do CCBB BH (Praça da Liberdade, 450, Funcionários). Este projeto tem apoio do Centro Cultural Banco do Brasil e patrocínio do Consulado da Itália de Belo Horizonte.
Obras inéditas
Na exposição “Cor e forma: a poesia do equilíbrio” em cartaz no CCBB BH, o público aprecia obras inéditas do artista Umberto Nigi. São ao todo 17 quadros figurativos históricos, 20 esculturas sobre madeira, e ainda, 29 telas sobre papel fabriano. “Obras únicas, feitas neste papel especial encontrado somente na Itália, que mesclam pintura e reciclados diversos. Já as esculturas sobre madeira têm uma particularidade. Algumas delas não são pintadas totalmente. Deixo a madeira em sua origem: parte que gosto muito, prefiro não cobrir com as minhas cores”, contextualiza Umberto Nigi.
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Os visitantes contemplam também mais de 30 trabalhos do artista dedicados à pintura abstrata em diálogo com a juta. “O abstrato é a não representação da realidade. Cada um que olha o meu quadro, vê alguma coisa diferente, porque eu não tenho um tema. Não existe uma hierarquia entre várias partes da tela. As formas e cores não procuram existir no espaço, mas serem elas mesmas o espaço, até por isso não dou nome aos quadros”, explica.
Umberto Nigi nasceu em 13 de maio de 1945, na pequena ilha de Gorgona, na Toscana, e cresce em Livorno, cidade do pintor Amedeo Modigliani. Lá é influenciado pelo movimento dos pintores Macchiaioli – artistas responsáveis pelo ressurgimento da renascença italiana, no final do século XIX, que se opõem ao academicismo. Em 1977, realiza sua primeira mostra individual, em Firenze e, aos poucos, se torna conhecido por um estilo único, denominado primitivista, pela crítica da época. “Nigi começou sua carreira a pintar quadros primitivos. Como pintor naif mostrou nas telas de então sua preocupação com a terra, a justiça social, o trabalho manual do homem do campo, daqueles que lutam durante uma vida”, lembra o crítico de arte Carlos Perktold.
Após realizar exposições em toda Itália, onde recebe suas primeiras premiações, Nigi decide ganhar o mundo. Em quase 50 anos de estrada, reúne 33 exposições pessoais pelos quatro continentes. Em suas andanças, chega a morar em pouco mais de 30 lugares, entre eles, Oriente Médio, New York, Milão, Jordânia, Iraque. “Isso me enriqueceu culturalmente, mostrando-me novas estruturações de cores e texturas, novos vínculos com a imagem e o pensamento, e nova formulação do tempo, me fazendo abandonar, aos poucos, o figurativo”, ressalta.
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