Vida e obra de Aleijadinho serão contadas em ópera

A vida trágica do mestre do Barroco Mineiro Antônio Francisco Lisboa, o “Aleijadinho” (1738-1814), será contada pela primeira vez em um espetáculo que une música, teatro e dança. Uma ópera inédita foi montada para retratar a trajetória deste importante escultor, entalhador e arquiteto do Brasil colonial. A estreia mundial será em Ouro Preto, Minas Gerais, cidade onde Aleijadinho nasceu e viveu toda a sua vida e onde se encontra, até hoje, boa parte de sua obra. O espetáculo com Orquestra, Coral, Cia. de Dança e solistas será encenado ao ar livre, na Igreja de São Francisco de Assis, no dia 29 de abril (sexta-feira), às 20h.
A história se passa entre os anos de 1789 e 1814, em Vila Rica, e vai abordar as desilusões do escultor com a perda de seus amigos inconfidentes, de seus escravos, e do único filho, Manuel, e a solidão dos últimos dois anos de vida, quando, já bastante doente, foi acolhido pela nora Joana. A amizade com os poetas Thomas Antônio Gonzaga e Alvarenga Peixoto — que junto a Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, participaram ativamente da Inconfidência Mineira; com o compositor Emerico Lobo de Mesquita; e a relação de Aleijadinho com seus escravos Maurício, que morre durante o trabalho em Congonhas, e Justino, que o abandona sem deixar vestígios. Tudo isso estará em cena. Personalidades da vida política e cultural das Minas Gerais dos séculos 18 e 19 serão representados.
Uma ópera contemporânea brasileira feita por artistas que também estarão na plateia, no dia, conferindo o resultado, como o compositor Ernani Aguiar, autor da música, e o regente André Cardoso, que assina o texto (libreto) da ópera. A direção cênica é de uma mulher, Julianna Santos. E a direção musical e regência de Silvio Viegas. Participam a Orquestra Sinfônica e o Coral Lírico de Minas Gerais, a Cia. de Dança Palácio das Artes e solistas convidados.
Trata-se de uma produção toda brasileira da Fundação Clóvis Salgado, de Minas Gerais, que depois segue para Belo Horizonte, em maio, para mais quatro apresentações no Palácio das Artes.
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