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VIVER EM VOZ ALTA | A Biblioteca do Tribunal de Justiça Militar

VIVER EM VOZ ALTA | A Biblioteca do Tribunal de Justiça Militar
Crédito: Pixabay

Antes voltada quase que exclusivamente para o universo jurídico, a Biblioteca do Tribunal de Justiça Militar de Minas Gerais (TJMMG) ganhará na terça-feira, dia 15, às 11 da manhã, em solenidade aberta ao público, uma coleção especialmente dedicada à literatura brasileira, alargando, assim, as possibilidades de fruição intelectual de seus frequentadores. Professor e poeta, o atual presidente da Corte, desembargador Fernando José Armando Ribeiro, acolheu plena e prontamente a sugestão da Academia Mineira de Letras (AML) de adquirir cinquenta títulos expressivos da produção literária de Minas e do Brasil. Estudioso das relações entre o direito e a literatura, Fernando sabe muito bem o quanto a leitura literária amplia e refina os horizontes de juízes, promotores e advogados, com repercussões não só em sua prática profissional, mas também em sua visão de mundo.

 Os livros que agora se integram ao acervo da Biblioteca do TJMMG foram sugeridos por uma comissão formada pelos acadêmicos Humberto Werneck, Jacyntho Lins Brandão, Maria Esther Maciel, Silviano Santiago, Wander Melo Miranda e por mim. Um dos critérios que orientou o grupo na escolha das obras foi o da variedade de estilos, gerações e trajetórias. Escritores e escritoras estão representados em igual número. A literatura produzida a partir de Minas Gerais foi devidamente valorizada. Da lista de mineiros constam autores como Adriane Garcia, Ailton Krenak, Ana Cecília Carvalho, Ana Elisa Ribeiro, Ana Martins Marques, Conceição Evaristo, Edimilson de Almeida Pereira, Luís Giffoni e Ricardo Aleixo, entre outros. Nomes clássicos como Aníbal Machado, Clarice Lispector, Guimarães Rosa, Lúcio Cardoso, Fernando Sabino, Vinicius de Moraes e Paulo Mendes Campos também fazem parte do time. Por muito tempo esquecidas, Maria Firmina dos Reis e Júlia Lopes de Almeida dessa vez foram contempladas.

 Mais que uma cerimônia de caráter institucional, o que faremos na semana que vem será uma celebração do poder da literatura e, sobretudo, da importância das bibliotecas como um espaço de encontro, reflexão, debate e crítica em torno dos livros e da cultura. Sítios de busca e compartilhamento do conhecimento, elas precisam ser cada vez mais prestigiadas e fortalecidas, por todos os agentes sociais, seja do Poder Público, seja da Iniciativa privada. Também nunca será demais enfatizar o papel da leitura na formação dos cidadãos. Elemento central na educação popular e fundamental para a emancipação humana, o ato de ler é integrador e inclusivo. Quem sabe e gosta de ler – e, mais importante – quem entende o que lê, está no caminho certo para tirar o melhor proveito de seus potenciais e de suas habilidades, e para viver, na plenitude, seus direitos e seus deveres.

 Com esperança, tenho notado que, pouco a pouco, diversas instituições e muitas empresas têm despertado para a importância das bibliotecas no cotidiano das pessoas. Liderada por Lúcio Costa, a Suggar mantém, há muitos anos, a Biblioteca Eduardo Almeida Reis. O Minas Tênis Clube inaugurou, há alguns meses, na gestão do diretor de Cultura André Rubião, uma charmosíssima biblioteca. Agora, o TJMMG amplia a sua. Tenho a intuição de que esses ótimos exemplos já estão servindo de inspiração para muitas outras organizações…

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