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VIVER EM VOZ ALTA | A revista “Magiscultura”, da Amagis

VIVER EM VOZ ALTA | A revista “Magiscultura”, da Amagis
Crédito: Reprodução

São poucas as revistas especializadas em cultura e arte ainda em circulação no Brasil. No campo literário, destaco a ótima “451”, editada pelo acadêmico Humberto Werneck e seu filho Paulo, a partir de São Paulo; o “Suplemento Pernambuco”, comandado por Schneider Carpeggiani; e o jornal “Rascunho”, do Paraná, criado pelo excelente Rogério Pereira. Em Minas, atualmente, chama a atenção a caprichada “Olympio”, sob a coordenação da acadêmica Maria Esther Maciel, de José Eduardo Gonçalves, Maurício Meireles e Júlio Abreu. Mas hoje escrevo sobre a “Magiscultura”, iniciativa da Associação dos Magistrados Mineiros (Amagis), agora em seu vigésimo quinto número, um feito memorável num país como o nosso, que impõe tantos obstáculos a empreendimentos dessa natureza.

 Dirigida por Manoel Marcos Guimarães, o querido Manoelzinho, ex-presidente do Sindicato dos Jornalistas, “Magiscultura” busca valorizar a cultura mineira em sua multiplicidade, oferecendo aos juízes e desembargadores do estado a oportunidade de verem publicados seus ensaios, contos, crônicas e poemas. Segundo Manoel, desde 2009, quando a revista surgiu, já vieram a lume mais de trezentos textos, com média superior a doze por edição. A receptividade é alta. A correspondência recebida pela equipe é expressiva, registrando um acolhimento caloroso dos leitores. O saldo do ‘jubileu de prata’ da publicação é largamente positivo: “Magiscultura tem conseguido ser um repositório variado e atual de reflexões sobre a cultura mineira e brasileira, em sua variedade”, comenta.

 Outro traço distintivo de “Magiscultura” é o seu projeto gráfico e visual. Desde a primeira edição, a revista conta com a excepcional colaboração de duas ‘craques’ da área: Rachel Magalhães, autora do projeto original e responsável pela editoração de todos os números, e a renomada artista Sandra Bianchi, que assina as capas e as belas ilustrações de tudo o que é publicado. Sensível, a dupla explora, em seu trabalho, imagens que traduzem elementos marcantes da vida vivida em Minas, ontem, hoje e sempre, como o carro de boi, o fogão a lenha, a produção dos queijos, as carrancas do rio São Francisco, os casarões das fazendas, as folias de reis, as marias-fumaças, os parques termais do sul do estado e os mercados municipais espalhados por todo o território mineiro, o que acaba gerando composições de grande impacto, com as quais o público se identifica imediatamente.

A capa do número 25, por exemplo, mostra o trilho do trem, visto desde o lendário Túnel da Mantiqueira, no município de Passa Quatro. Esse é o mote para apresentar “Um túnel sangrento na Mantiqueira e a sensibilidade do poeta”, artigo em que o próprio Manoel Marcos Guimarães escreve sobre o livro “Cabo Deodato”, de Heli Menegale, pai de Berenice Menegale, e um dos melhores presidentes que a Academia Mineira de Letras já teve.

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No mesmo volume, ainda é possível ler o estimulante editorial assinado pelo presidente da Amagis, Luiz Carlos Rezende e Santos, em que ele saúda a revista e lhe deseja vida longa. Que assim seja! A cultura de Minas merece.

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