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VIVER EM VOZ ALTA | Amanhã, às 11 da manhã, na Academia

VIVER EM VOZ ALTA | Amanhã, às 11 da manhã, na Academia
Crédito: Alisson J. SIlva/Arquivo DC

Em sessão aberta ao público, com entrada franca, a Academia Mineira de Letras promove neste sábado, 20 de agosto, às 11 da manhã, o lançamento de “Nos vinte e cinco anos da CPLP – Estudos em Homenagem a José Aparecido de Oliveira e a Ricardo Arnaldo Malheiros Fiuza” (Editora Del Rey, 285 páginas), organizado pelo embaixador Lauro Moreira e por mim. Composto por quinze textos, assinados por autores brasileiros, portugueses e africanos, o livro levanta rico painel sobre a trajetória da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, fundada em 1996, desde os seus primeiros anos, até a atualidade.

 Em seu artigo sobre os antecedentes históricos da CPLP, o acadêmico Caio Boschi localiza, ainda no século XIX, o sonho da constituição de uma entidade capaz de preservar os vínculos entre as nações lusófonas, mencionando, como expressões de tal aspiração, a conferência proferida por Sílvio Romero, no Real Gabinete Português de Leitura, em 1892; a ideia da formação de uma federação ou de uma comunidade luso-brasileira, sob as instâncias da Sociedade de Geografia de Lisboa; o I e o II Congressos das Comunidades de Cultura Portuguesa, realizados em Lisboa, em 1964, e em Moçambique, em 1967, onde, por iniciativa de Adriano Moreira, foi esboçada a criação de uma Organização Mundial das Comunidades Portuguesas.

 Caio Boschi alerta, no entanto, para aspecto fundamental da compreensão do tema: “Com efeito, não faz sentido buscar as raízes e os antecedentes da CPLP antes da década de 1970, visto que o organismo pressupõe que seus integrantes tenham personalidade própria e definida, o que, para o caso das nações africanas, sabidamente só se explicita ao livrarem-se do estatuto colonial.”

 Em seu ensaio sobre a evolução da CPLP e suas relações com o nosso País, o embaixador Gonçalo de Barros Carvalho e Mello Mourão identifica, também no século XIX, a existência do que chamou de ‘sentimento de uma comunidade lusófona’, que, para ele, não se restringia somente a Brasil e a Portugal, já aparecendo como uma realidade ‘pluricontinental’, incluindo também a África. Sobre a fundação da CPLP, ele escreve: “O destino nacional do Brasil carecia do reconhecimento institucional do valor da língua portuguesa como fator de nossa unidade nacional. E o destino internacional do País necessitava da criação desse espaço multilateral que agregava, também em torno da mesma língua, os países que a tinham como fator de unidade nacional, uma comunidade em que a língua indicava um parentesco histórico comum e um comum desejo de futuro compartilhado”.

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 O embaixador Francisco Ribeiro Telles, por sua vez, faz a devida reflexão sobre a interação entre Portugal e a CPLP, chamando a atenção para pontos essenciais: “Para Portugal, a CPLP é uma organização única, plural e insubstituível. (…) A natureza horizontal e igualitária da organização e o diálogo permanente que implica, na constante busca de consensos que permitam o seu progresso nas três áreas de atuação que identifica nos seus Estatutos (concertação político-diplomática, promoção da língua portuguesa e cooperação em todos os domínios), resultam num contato diário entre órgãos de soberania, instituições e indivíduos dos nossos nove estados-membros, o que leva a um conhecimento mútuo profundo e atualizado”.

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