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VIVER EM VOZ ALTA | AML celebra os cem anos da Semana de Arte Moderna

VIVER EM VOZ ALTA | AML celebra os cem anos da Semana de Arte Moderna
Crédito: Divulgação AML

ROGÉRIO FARIA TAVARES *

Por meio de sua Universidade Livre, cujo reitor é o acadêmico Luís Giffoni, a Academia Mineira de Letras celebra os cem anos da Semana de Arte Moderna de 22 em grande estilo, a partir da próxima segunda, dia 21. A programação prevê cinco palestras gratuitas, sempre às sete da noite, no auditório da AML, à rua da Bahia, no bairro de Lourdes. Todos os conferencistas são membros da instituição. A intenção da ‘maratona’ é gerar conhecimento de qualidade sobre o modernismo brasileiro, que repercute até hoje na criação cultural do País.

 A primeira aula será dada pelo historiador Caio Boschi, que relembrará o contexto da época, seus acontecimentos mais relevantes e as ideias em circulação naquele momento. Professor da UFMG e da PUC Minas, Caio é sócio emérito do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro e autor, entre outros, de “Exercícios de pesquisa histórica” e “Por que estudar História?”. Atual vice-presidente da AML, Caio também integra o seu Conselho do Acervo Bibliográfico e Documental.

 Na terça-feira será a vez de Ângelo Oswaldo de Araújo Santos, que focalizará a visita dos modernistas de São Paulo a Minas, em 1924, em caravana integrada por Mário e Oswald de Andrade, Tarsila do Amaral e Blaise Cendrars. Prefeito de Ouro Preto pela quarta vez, Ângelo foi secretário estadual de Cultura por duas vezes, presidente nacional do Iphan e do Instituto Brasileiro de Museus, além de haver chefiado o gabinete de Celso Furtado no Ministério da Cultura.

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 Na quarta, Maria Esther Maciel apresentará “Os animais e a ecologia na trajetória poética de Drummond”, quando comentará a relação entre a poesia e a ecologia na obra drummondiana. O escritor itabirano foi, segundo Maria Esther, o precursor do que hoje se denomina ‘zoopoética’. Professora da UFMG e da Unicamp, Maria Esther é ensaísta respeitada e poeta muitas vezes premiada. Entre suas publicações, estão “Triz”, “A memória das coisas”, “O livro de Zenóbia”, “O livro dos nomes” e “Longe, aqui – Poesia incompleta 1998-2019”.

 No ano em que se comemoram os cento e vinte anos de seu nascimento, Drummond também será o tema principal da exposição de Antonieta Cunha, na sexta-feira. Em “Drummond, para além do modernismo”, a professora refletirá sobre os percursos trilhados pela produção literária do autor, que se iniciou no modernismo mas ultrapassou os limites por ele propostos, flertando com o concretismo e a poesia visual. Presidente da Câmara Mineira do Livro por duas vezes, secretária municipal de Cultura e presidente da Fundação Municipal de Cultura de Belo Horizonte, Antonieta fundou a mítica Editora Miguilim e hoje é editora de Literatura da Dimensão.

 Antes, na quinta-feira, Wander Melo Miranda mostrará as interações críticas entre Graciliano Ramos e os modernistas de 22, além de destacar os acertos e equívocos do movimento, tendo em vista as obras legadas por seus expoentes. Professor emérito da Faculdade de Letras da UFMG, Wander foi um dos fundadores do ‘Acervo dos Escritores Mineiros’, daquela universidade, junto com a saudosa Eneida Maria de Souza, e lançou, entre outros, livros como “Corpos escritos: Graciliano Ramos e Silviano Santiago”, originalmente editado em 1992, e “Anos JK: margens da modernidade”, de 2002.

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