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VIVER EM VOZ ALTA | Missa na Igrejinha da Pampulha pelos 120 anos de JK

VIVER EM VOZ ALTA | Missa na Igrejinha da Pampulha pelos 120 anos de JK
Foto: Pedro Vilela

 Com a presença de Maria Estela Kubitschek Lopes e de sua filha Jussarah, Dom Walmor Oliveira de Azevedo – arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, presidente da CNBB e membro da Academia Mineira de Letras (AML) – celebrará na próxima terça-feira, dia 8 de novembro, às cinco da tarde, na Igrejinha da Pampulha, a missa em ação de graças pelos cento e vinte anos de nascimento do ex-presidente. O evento será um dia depois da sessão solene na sede da AML, na segunda, dia 7, às 19h30, quando a Casa de Alphonsus de Guimaraens e de Henriqueta Lisboa se reunirá para refletir sobre os chamados ‘anos JK’, inspirada pelas conferências dos professores João Antônio de Paula, Maurício Campomori e do acadêmico Ângelo Oswaldo. As duas cerimônias são abertas a todos.

 Primeira igreja modernista do país, o templo foi concebido por Oscar Niemeyer em 1943, quando Juscelino era prefeito da Capital. Utilizando concreto armado e vidro como materiais construtivos, Niemeyer abandonou a tradicional laje sob pilotis, substituindo-a por uma abóbada parabólica, até então empregada somente em hangares. Seus cálculos estruturais foram assinados pelo célebre engenheiro Joaquim Cardozo. Os painéis externos e também os quatorze painéis internos, que formam a Via Sacra, vêm assinados por Cândido Portinari. Os baixos relevos em bronze, do batistério, são de Alfredo Ceschiatti. Os jardins são do paisagista Roberto Burle Marx.

 Última das construções do conjunto moderno da Pampulha a ser inaugurada, a Igreja foi tombada pelo Iphan em 1947 e pelo Iepha em 1984, tendo sido doada pela Prefeitura à Arquidiocese em 1959, quando passou a sediar cultos religiosos. Fechada entre 2017 e 2019 para obras de manutenção, reparação e restauração, foi elevada a Santuário Arquidiocesano em 2021 e é, ainda hoje, um dos melhores cartões postais de Belo Horizonte, remetendo-nos a uma das afirmativas mais famosas de JK: “Um prefeito não deve pensar tão somente em coisas práticas. A beleza, sob todas as formas, deve fazer parte de suas cogitações”.

 Conhecido por tratar a cultura com a estima e o apreço devidos, em sua passagem pela Prefeitura Juscelino também criou o Museu Histórico de Belo Horizonte, hoje chamado ‘Museu Histórico Abílio Barreto’ e deu início, em março de 1944, às atividades do Instituto de Belas Artes. Para dirigir o Curso Livre de Pintura e Desenho do Instituto, trouxe do Rio de Janeiro o professor Alberto da Veiga Guignard, formado em Munique e Florença, um gesto decisivo para a formação de importante geração de artistas mineiros. Em maio do mesmo ano, JK inaugurou a I Exposição de Arte Moderna, reunindo em BH nomes como Anita Malfatti, Oswald de Andrade e Alfredo Volpi.

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 Eleito para a cadeira de número 34 da Academia Mineira de Letras em 1974 e falecido dois anos depois, Juscelino assim aparece na reflexão da historiadora Heloísa Starling, mais atual que nunca: “JK sempre procurou sustentar a lógica democrática, sempre manteve aberta no seu horizonte de homem público a ideia de que o eixo da democracia vem do respeito ao outro como diferente, em seu modo de ser e em suas preferências, sempre reconheceu a importância de cada homem conseguir exprimir seu direito a escolhas diferenciadas”

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