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VIVER EM VOZ ALTA | O acadêmico Ronaldo Costa Couto

VIVER EM VOZ ALTA | O acadêmico Ronaldo Costa Couto
Crédito: Reprodução

No próximo volume da revista da Academia Mineira de Letras, já em fase de revisão, assino artigo sobre a trajetória de Ronaldo Costa Couto, o atual ocupante da cadeira de número 16, cujo fundador, Diogo de Vasconcellos, foi sucedido por Mário Mattos, Waldemar dos Anjos, Flávio Neves, Wilson Castelo Branco e José Afrânio Moreira Duarte. Nascido na cidade de Luz, Ronaldo mudou-se para Belo Horizonte em 1957, aos quatorze anos. Estudou no Colégio Municipal e, em seguida, na Faculdade de Ciências Econômicas da UFMG, quando também começou a trabalhar como repórter do “Correio de Minas” e da revista “Três Tempos”. À noite, ainda lecionava no curso pré-vestibular mantido pela própria faculdade e em escolas particulares, como a Inconfidência, localizada à rua Curitiba, no centro da Capital.

Formado em 1966, Ronaldo fez pós-graduação em planejamento geral do desenvolvimento no Instituto Latino-Americano de Planejamento Econômico e Social, organismo vinculado à Cepal, em Santiago do Chile. Em seu regresso, atuou no Centro de Desenvolvimento e Planejamento Regional (Cedeplar) da UFMG e, em 71, integrou a assessoria econômica da Secretaria de Estado da Fazenda, durante o governo Rondon Pacheco. Mas foi em 74 que viveria uma de suas mais importantes experiências profissionais, quando aceitou o convite para chefiar a equipe técnica encarregada de viabilizar a fusão do estado da Guanabara com o antigo estado do Rio, a criação do município do Rio de Janeiro e o estabelecimento de sua região metropolitana. É Ronaldo quem relembra: “Foram cinco meses de sufoco, de atividade em tempo integral, inclusive nos fins de semana. Uma luta dura contra o relógio. Mas conseguimos preparar tudo o que era indispensável até a data combinada: 15 de março de 1975.” Secretário de Planejamento e Coordenação do governo do Rio, elegeu como lema “Planejar para executar; não executar sem planejar”.

À passagem pelo Rio seguiu-se uma temporada em Brasília, onde Ronaldo fez parte das equipes de Mário Henrique Simonsen e do saudoso João Camilo Penna. Em janeiro de 83, tomou posse na Secretaria de Planejamento de Minas. Pelos próximos dois anos, participaria da construção da candidatura do então governador do Estado, Tancredo Neves, ao Palácio do Planalto, projeto frustrado pelo falecimento do mineiro, em 85, depois da longa enfermidade acompanhada por todo o país. No governo Sarney, Ronaldo foi ministro do Interior, governador do Distrito Federal e ministro-chefe da Casa Civil, testemunhando, em posição privilegiada, o nascimento e os primeiros passos da chamada ‘Nova República’ e da Constituição de 88.

No final de 89, quando assumiu a função de conselheiro do Tribunal de Contas de Brasília, Ronaldo estava, então, pronto para reencontrar a antiga e sólida paixão pelo estudo e pela pesquisa. Fiel à sua verdade e ao seu gosto, voltou para a universidade na condição de aluno, cursando o mestrado e o doutorado em história na Sorbonne, na França. Entusiasmado pela arte de narrar, escreveu livros hoje incontornáveis sobre Tancredo, Juscelino, o regime militar e, mais recentemente, sobre grandes empreendedores brasileiros, como o Conde Matarazzo e os líderes das famílias Lafer e Klabin, gerando bibliografia profunda e sofisticada sobre tais assuntos. Um privilégio para seus leitores, que aprenderam a admirar sua incrível capacidade de investigação e seu fino e rigoroso olhar analítico sobre os objetos de seu interesse.

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