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VIVER EM VOZ ALTA | O livro sobre Oscar Dias Correa

VIVER EM VOZ ALTA | O livro sobre Oscar Dias Correa
Crédito: Divulgação

Nascido em fevereiro de 1921, Oscar Dias Corrêa conviveu com os livros desde a primeira infância: eles estavam entre os produtos comercializados pela loja do pai, em Itaúna, sua terra natal, e o menino tinha livre acesso a eles. Não foi diferente na vida escolar ou na trajetória universitária, quando o jovem estudante de direito ganhou vários concursos de oratória, de ensaios e monografias, sempre com o apoio da leitura, hábito que, segundo ele, foi se transformando em vício. Jovem advogado, voltou-se também para a carreira acadêmica, vencendo importante disputa para a cátedra de economia política, na UFMG. Em seu percurso, ainda conquistaria uma segunda, no Rio de Janeiro, onde lecionou por décadas, tanto na UFRJ quanto na UERJ.

 Secretário de Estado da Educação em Minas, Oscar empenhou-se em fundar várias escolas e bibliotecas, expandindo o acesso público à literatura. Como escritor, lançou diversos volumes dedicados à sua especialidade e ao direito constitucional, área em que também possuía notório saber, condição que o levou, tempos depois, ao Supremo Tribunal Federal. A prosa de ficção não escapou de sua atenção: “Brasílio”, de 1968, é história inspirada pela política mineira e seus personagens. A poesia e a tradução igualmente fizeram parte dos interesses de Oscar, apaixonado cultor da obra de Dante Alighieri.

 Eleito para a cadeira de número 3 da Academia Mineira de Letras (AML), na sucessão do talentoso romancista Agripa Vasconcelos, era um entusiasmado participante de várias agremiações culturais, como o Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (IHGB), onde foi recebido pelo então presidente Arno Wehling. Preocupado com o tema da memória, foi Oscar quem articulou, ao lado de Rondon Pacheco, a doação dos arquivos da UDN para o acervo do IHGB, evitando que documentos cruciais para o entendimento da história brasileira se perdessem para sempre. Eleito para a Academia Brasileira de Letras em 1989, na vaga deixada por Menotti Del Picchia, frequentou as reuniões da Casa de Machado de Assis até seus últimos dias de vida. No ano de seu centenário, e atentos ao potente legado do pai, seus filhos Angela e Oscar Junior se animaram a celebrar a data do modo que mais combinaria com a vontade do homenageado. Em sintonia com o gosto paterno, providenciaram a publicação de um livro.

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 Organizado por José Eduardo Gonçalves e por mim, o livro traz minucioso perfil biográfico de Oscar Dias Correa, redigido pelo competente João Carlos Firpe Penna. O caderno de imagens enriquece a obra com fotos inéditas, que registram momentos fundamentais da saga de Oscar, seja em sua atuação política, seja em sua vida privada. No final do volume, é possível ler depoimentos de amigos que tiveram boa convivência com Oscar, como Antônio Celso Alves Pereira, Francisco Rezek e Ronaldo Costa Couto. Alusivos ao seu centenário de nascimento, completam o livro os textos de Angelo Oswaldo de Araújo Santos (que sucedeu a Oscar na AML), Carlos Mário da Silva Velloso, José Sarney e Yves Gandra da Silva Martins. Com lançamento previsto ainda para o primeiro semestre desse ano, “Uma vida para a história – Centenário de Oscar Dias Correa” é mais uma contribuição para o resgate da memória cultural e política do país. Que as novas gerações tenham, também, a oportunidade de conhecer esse personagem tão rico.

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