Amarok V6 tem novo visual e continua muito divertida

Espécie de curinga, a Amarok nunca foi a picape média mais vendida do Brasil, mas jamais passou despercebida.
Correndo por fora na categoria, ela chegou com um visual robusto, clássico, nada datado, além da sua suspensão propiciar um comportamento dinâmico superior ao da concorrência.
Mas, a partir da adoção do câmbio automático de oito marchas, da tração integral permanente e, principalmente, do motor diesel V6, ela passou a ser a picape média mais potente e divertida do nosso mercado.
Lançada em 2010, como linha 2011, a Amarok pouco mudou em 14 anos, recebeu apenas leves modificações externas e um novo painel. A linha 2025 trouxe a sua primeira reestilização verdadeira.
Baseada no design da atual Saveiro, picape compacta reestilizada recentemente, a Amarok ficou atualizada na linha Volkswagen, mas bem aquém da nova geração esperada.
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Mesmo sem confirmação oficial, havia expectativa que a Amarok seria uma Ford Ranger de última geração, adaptada para ter o design da marca alemã, assim como ocorreu na África do Sul.
Mas, este ano, a Volkswagen confirmou que a Amarok receberá uma nova geração em 2027, porém, ela será uma modificação da Maxus Terron, picape média do grupo chinês SAIC, seu parceiro na Ásia.
Veículos recebeu a Volkswagen Amarok Highline 3.0 V6 TDI 4Motion para avaliação, opção intermediária da linha composta por três versões.

No site da montadora, seu preço sugerido é R$ 332,99 mil. Este preço só se aplica à cor branca sólida. As quatro cores metálicas disponíveis, ou a perolizada preta, acrescem R$ 1,750 mil ao seu preço final.
Essa versão só tem um pacote opcional, a dupla composta por capota marítima e estribo lateral, conjunto vendido por R$ 4,220 mil.
Os principais equipamentos de série da Amarok Highline são: ar-condicionado de duas zonas; direção hidráulica; multimídia com tela de 9 polegadas e espelhamento por cabo; volante multifuncional com paddle shifters; retrovisores externos com rebatimento elétrico; bancos dianteiros com ajustes elétricos e revestidos com material sintético que imita o couro em duas cores; protetor de caçamba; tampa traseira com alívio de peso; engate removível para reboque e rodas em liga leve com pneus 255/55 R19.
No quesito segurança, existem mais itens a se destacar: sistema de alertas às aproximações perigosas, às colisões eminentes, à saída de faixa e de leitura de placas de velocidade máxima permitida nas vias; seis (6) airbags; faróis em full LED, inclusive os de neblina; tração 4Motion 4×4 permanente com tecla para travamento mecânico do diferencial traseiro; controle automático de descida e assistente para partida em subida; controle eletrônicos de estabilidade e sistema de frenagem automática pós-colisão; indicador de perda de pressão dos pneus; sensores crepuscular, de chuva e de estacionamento dianteiros e traseiros.
Motor e câmbio
Todas as versões da Amarok trazem o mesmo conjunto mecânico. O motor 3.0 V6 à diesel é equipado com turbo compressor, injeção direta de combustível e duplo comando de válvulas no cabeçote tracionado por corrente.
Ele atinge potência máxima de 258 cv às 3.250 rpm e seu torque chega aos 59,1 kgfm às 1.400 rpm. Por períodos de 10 segundos, em intervalos de 5 segundos, até chegar aos 140 km/h, é possível acionar o overboost para atingir 272 cv ao pisar fundo no acelerador, estando a picape entre 50 e 120 km/h.
O câmbio é automático convencional de oito (8) velocidades com conversor de torque. As marchas podem ser trocadas por meio da alavanca de câmbio ou das aletas posicionadas atrás do volante.
A tração é integral, permanente, e conta com diferencial central mecânico de funcionamento autônomo.
A reestilização da Amarok alterou apenas algumas peças da carroceria, mas as mudanças fizeram muita diferença no visual e acresceram 96 mm no comprimento, 10 mm na largura e 17 mm na altura.
O capô mais longo, o novo conjunto ótico, o para-choque e as grades dianteiras redesenhadas deixaram o design da Amarok mais dinâmico. Agora, ela e a Saveiro têm elementos visuais semelhantes.
Lateralmente, só as rodas são novas. Na traseira, a disposição das luzes das lanternas foi alterada e os emblemas trocados e reposicionados sobre a tampa da caçamba que não mudou nessa reestilização.
A Amarok reestilizada tem 5,35 metros de comprimento; 1,95 metro de largura; 1,85 metro de altura. O entre-eixos permanece com 3,10 metros. A caçamba tem um volume útil de 1.280 litros e a picape pode carregar até 1.104 kg no total, considerando carga e pessoas a bordo.
Interior
A cabine da Amarok é das mais amplas entre as picapes médias. Suas formas externas mais quadradas e as internas retilíneas, horizontais, favorecem o espaço interno.
Nela, os adultos no banco da frente têm espaço de sobra para cabeças, ombros e pernas. No banco de trás, mesmo com três adultos, suas cabeças e ombros ficam confortáveis.

Como em todas as picapes, o espaço para as pernas dos mesmos não é farto mas, na Amarok, essa acomodação é das melhores.
Substituição do aplique metálico do painel por um revestimento com costura aparente, troca do material sintético escuro e monocromático dos bancos pelo bicolor, a adoção dos airbags de cabeça, de uma tela maior no multimídia e de um sistema de auxílio à condução foram as mudanças internas.
Acabamento
Os acabamentos da picape continuam simples, realmente, mas todas as peças plásticas são bem injetadas, sem rebarbas e com encaixeis corretos.
Texturas, imitações de metais diversos, uso de partes em preto brilhante e o revestimento das colunas e teto na cor preta melhoram o visual interno.
Áreas macias ao toque, apenas nos apoios dos braços, mas, pelo menos, este aplique foi feito nas quatro portas, e não somente nas dianteiras, algo raro em modelos de marcas generalistas.
Os comandos dos vidros e retrovisores elétricos, assim como os puxadores e maçanetas das portas, estão bem posicionados.
Existem alças de teto para as quatro portas e alças de colunas para três, menos no lado do motorista, o que facilita o acesso em picapes médias, normalmente, modelos muito altos.
Com motor potente e transmissão adequada, grande destaque é o desempenho dinâmico
O ar-condicionado da Amarok Highline 3.0 V6 TDI 4Motion é eficiente em tempo de resfriamento, manutenção da temperatura e sua ventilação não é ruidosa.
Ter botões para todas as funções é, também, uma qualidade rara hoje em dia. Não ter saídas da ventilação para o banco traseiro é sua única limitação.
A tela do multimídia cresceu, seu sistema foi atualizado, mas ele passou a ser operado apenas por toques na tela.
Sua nova programação traz alguns dos recursos mais atuais, a conexão é estável e a reprodução do áudio tem qualidade, porém, ainda é necessário o uso de cabo para espelhar celulares.
A direção da Amarok tem assistência hidráulica, e não elétrica, como na maioria dos modelos concorrentes.
Ela é relativamente pesada em manobras de estacionamento, mas é adequada para circular em ruas e, principalmente, em estradas.
O volante multifuncional e o painel com instrumentos analógicos não mudaram. Eles formam uma dupla eficiente, apesar de antiga.
Assistência
Os sensores de aproximação dianteiros e traseiros são essenciais à Amarok. A picape é comprida, o diâmetro de giro é grande e estacioná-la não é fácil.
A câmera de marcha à ré também ajuda, mesmo com pouca definição de imagem e com guias gráficas que não se movimentam ao se esterçar o volante.
O sistema de assistência à direção tem origem israelense e foi aplicado à picape com uma câmera ao centro superior do para-brisa e um display em formato de esfera sobre o painel.
Ele é simples, apenas passivo. Ele alerta aproximações perigosas contra veículos, ciclistas e pedestres, saídas de faixas, mas não intervém na condução, além de reportar as placas de velocidade.
Mas surpreendeu por ser mais rápido e preciso que alguns sistemas nativos e chegou a incomodar ao alertar muitas ocorrências em sequência.
Desempenho
Mesmo carente de algumas atualizações tecnológicas, a Amarok tem câmbio, sistema de tração e motor mais modernos que os da concorrência, conjunto usado em SUVs da Audi na Europa.
Contudo, quando o assunto é desempenho dinâmico, ela supera todas as picapes médias a diesel do mercado.
Segundo a Volkswagen, a Amarok acelera de 0 a 100 km/h em 8 segundos e permanece limitada aos 190 km/h de velocidade máxima.
Além do potente motor, o câmbio com relações adequadas, o sistema de tração eficiente na distribuição desta força e um acerto de suspensão capaz de manter os pneus em contato com o piso formam um conjunto sofisticado, responsável por essa aceleração e outras características da Amarok.
Em curvas, a correta distribuição da força de tração em cada eixo e a calibração mais rígida de molas e amortecedores mantêm o controle direcional e não deixa a carroceria adernar em excesso. Empolga “pilotar” um modelo pesado, potente e estável ao mesmo tempo.
Rodando
A programação permissiva do câmbio contribui com a esportividade. É possível reduzir as machas nas aletas, mesmo quando o giro atinge rotação máxima de segurança, permitindo segurar a picape em freio motor ou chamar um marcha mais forte para retomar velocidades com maior vigor.
Na terra, rodando sobre pisos mais lisos, a diversão também é grande. Com muita força nas rodas e controle direcional, a Amarok vence ondulações com conforto de marcha e segurança ao volante. Foi preciso responsabilidade para não atingir velocidades incompatíveis com o tipo de via.
Mas, como em todo modelo acertado para o desempenho, o conforto fica prejudicado ao circular sobre pisos ruins. Na terra ou asfalto com muitos buracos, a carroceria trabalha em frequência muito alta e essas irregularidades são transferidas para o interior da picape.

Aos 90 km/h, e de oitava marcha, o motor trabalha às 1.600 rpm. Aos 110 km/h, e na mesma marcha, sua rotação sobe para às 1.900 rpm. O interessante é que, andando mais rápido, o motor fica mais silencioso e o movimento da picape fica mais estável, pois a inércia colabora com o deslocamento.
Consumo
Realizamos nossos testes padronizados de consumo rodoviário, mas o circuito do teste urbano estava interditado na semana da avaliação.
Em nosso teste padronizado de consumo rodoviário, realizamos duas voltas no percurso de 38,4 km, uma mantendo 90 km/h e outra os 110 km/h, sempre conduzindo economicamente.
Na volta mais lenta, a Amarok atingiu 13,3 km/l. Na mais rápida, 11,8 km/l, sempre com diesel S10 no tanque.
Em 2021 avaliamos a versão Extreme que tem este mesmo conjunto mecânico. Na época, em nosso circuito urbano, ela registrou 7,7 km/l com este mesmo tipo de diesel.
A Amarok Highline é a mais equilibrada da linha. Ela traz todos os equipamentos mais importantes e pouca firula visual.
Para quem curte uma picape esportiva e não gosta do excesso de elementos estéticos, essa é a versão mais indicada.
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