Arsenal de segurança do sueco Volvo XC40 híbrido é destaque

Amintas Vidal*
Historicamente, os modelos da Volvo estão entre os mais seguros em suas respectivas categorias, obtendo graduação máxima, cinco estrelas. Toda atual linha da marca apresenta alto percentual de proteção para adultos, crianças e pedestres e alta eficiência dos sistemas de assistência remota.
Nesse quesito, o Volvo XC40 atingiu 97%, 87%, 71% e 76%, respectivamente, e figura entre os três utilitários esportivos compactos melhor avaliados pelo Programa Europeu de Avaliação de Novos Carros (Euro NCAP).
DC Auto recebeu para avaliação o Volvo XC40 R-Design T5 Hybrid Plug-in, versão de topo da gama do SUV compacto. No site da marca, seu preço sugerido é R$ 264,95 mil, em qualquer cor metálica ou no branco perolizado. A versão vem completa de série e não tem opcionais.
Apresentaremos alguns dos equipamentos disponíveis, aqueles que são raros ou diferentes dos usuais, como a central multimídia de 9 polegadas semelhante a um tablet com tela antirreflexo e posição vertical, GPS nativo com mapas em 3D e detalhamento das conversões.
Também estão presentes o quadro de instrumentos digital de 12,3 polegadas com layout configurável, com controle de brilho automático conforme intensidade luminosa externa, e o sistema de som Herman Kardon com 13 alto falantes, subwoofer ventilado e 600w de potência.
O XC40 ainda traz direção elétrica com regulagem da assistência em três níveis, independentemente da velocidade; ar-condicionado digital de duas zonas com controles em página dedicada no multimídia, funcionamento acionável pelo celular e saídas para o banco de trás; chave presencial para abertura e fechamento das portas por toque na maçaneta e partida por botão; abertura e fechamento elétrico do porta-malas com sensor ao movimento do pé sob o para-choque traseiro; carregamento de celular por indução; teto solar panorâmico com acionamento programável; bancos dianteiros com regulagens elétricas, ajuste lombar, extensores para as pernas e memória para dois motoristas.
O arsenal de segurança não poderia ser melhor: alerta de colisão frontal e traseiro, avisos de ponto cego e de tráfego cruzado, controle de cruzeiro adaptativo, sistema de detecção e correção de mudança involuntária de faixa, frenagem automática de emergência, assistente de partida em inclinações e controle de frenagem em descida.
Completam o pacote de segurança passiva: airbags frontais, laterais, de cortina e para o joelho do motorista, sistema de proteção contra impactos laterais, sistema de proteção contra lesões na coluna cervical, cintos de segurança com pré-tensores e limitador de esforço e alarme de movimentação interna.
Motor e câmbio – O sistema de propulsão híbrida conta com um motor à combustão e outro elétrico.
A nova versão usa um motor 1.5 turbo com três cilindros em linha. Seu cabeçote tem 4 válvulas por cilindro, comando duplo tracionado por correia dentada com variação de abertura na admissão. A injeção é direta e a taxa de compressão é 10.5/1. Ele atinge a potência 180 cv às 5.800 rpm e torque máximo de 27 kgfm às 1.500 rpm, com gasolina, pois não é flex.
O motor elétrico desenvolve 82 cv de potência e 16,3 kgfm de torque. No uso combinado, os dois motores desenvolvem até 262 cv de potência e 43,3 kgfm de torque. Apenas usando o motor elétrico, a autonomia é de até 47 km quando as baterias estão com carga máxima.
Sua capacidade elétrica é de 10,7 kWh e a recarga pode ser feita pelo motor a combustão ou em eletropostos, públicos ou residenciais. O tempo de recarga varia de 3 a 6 horas, dependendo da voltagem e da amperagem da rede elétrica na qual o equipamento ou adaptador é instalado.
Essa versão híbrida tem tração dianteira e câmbio automatizado de dupla embreagem banhada a óleo com 7 marchas e comando tipo joystick.
Design – Faróis e lanternas carregam a identidade da marca, mas também são mais simples que em outros modelos da linha. Força, dinamismo e elegância resumem este modelo, o Volvo mais vendido atualmente.
No interior, o design se repete. Linhas horizontais fortes e simples nos painéis, console e volante. Linhas verticais nas saídas de ar, no multimídia e na manopla do câmbio. Neste contraste, a cabine se equilibra estruturalmente.
Modelo premium, seus revestimentos são de qualidade. Quase todo o painel principal e metade das portas recebem material emborrachado ou acolchoado. Partes plásticas rígidas têm textura agradável ao toque.
Uma faixa central pontilhada com aparência metálica adorna painel e portas. Botões, saídas de ar, maçanetas e estrutura do volante e pedais apresentam acabamentos metálicos variados que sofisticam a cabine.
Volante, manopla do câmbio e bancos são revestidos em couro e camurça. Variações de preto e cinza, tudo muito monocromático. Na Europa, a versão é bem mais interessante. Todos os nichos, túnel central e piso são revestidos por carpete na cor laranja, detalhe que quebra a monotonia interna.
O XC40 tem espaço de sobra para quatro adultos. O alto túnel central tira todo o conforto de uma quinta pessoa. O porta-malas comporta 460 litros e o tanque de combustível, 48 litros. Mesmo compacto, suas dimensões são avantajadas. São 4,43 metros de comprimento, 2,03 metros de largura com os retrovisores abertos, 2,70 metros de entre-eixos e 1,65 metro de altura.




Sistemas de condução semiautônoma são muito eficientes
Sendo um híbrido, com um motor a mais e baterias, seu peso é de 1.871 kg, acréscimo de 138 kg em relação ao XC40 T5 2.0. Contudo, mesmo mais potente, seu desempenho é inferior. De 0 a 100 km/h ele registra 7,3 segundos contra 6,5 segundos do irmão não eletrificado.
Em compensação, o torque imediato do motor elétrico, somado ao de combustão, tira o modelo da inércia com mais disposição quando se pisa fundo no acelerador, algo que os motores turbo alimentados demoram um pouco para entregar.
Caso haja carga na bateria, e menos pressa, o melhor da versão se apresenta. Acelerando mais suavemente, o motor elétrico desloca o híbrido quase em silêncio total e com ótima desenvoltura para deslocamentos urbanos. Valente, o conjunto elétrico funciona por mais tempo sem solicitar ajuda do motor a combustão, quando comparado a outros híbridos.
Cinco modos de condução podem ser selecionados em botão no painel ou em página no multimídia. Eles privilegiam o uso individual ou combinado dos motores elétrico e a combustão buscando maior desempenho ou economia de combustível.
O mais equilibrado é o Hybrid, não por acaso, o modo padrão, sempre ativado quando se liga o SUV. Ele usa um motor ou outro buscando economia ou desempenho conforme o comando do motorista e as variáveis topográficas.
O Power entrega o melhor desempenho possível dos dois motores. O Pure busca a máxima economia de combustível, acionando o motor a combustão apenas quando as baterias se esgotam. O modo Off-Road busca a melhor tração em pisos irregulares e escorregadios e o Individual permite personalização por meio de configurações no multimídia.
Os sistemas de condução semiautônoma são muito eficientes. Eles mantêm velocidades e distâncias com precisão, identificam e corrigem avanços sobre as faixas antecipadamente e alertam aproximações perigosas e veículos em ponto cegos com alarme e avisos luminosos. Estes auxílios não permitem ao condutor tirar a mão do volante, até porque, as pinturas mal conservadas das nossas vias dificultam as correções de trajetória.
Além do uso em estradas, o controle de cruzeiro adaptativo pode ser usado em trânsito urbano, parando e acelerando o veículo em semáforos e em congestionamentos, quando o intervalo das ações não ultrapassa 5 segundos. Caso demore mais, basta tocar o acelerador para ele retomar a navegação assistida.
A estabilidade do modelo corresponde ao ótimo desempenho. O XC40 quase não inclina a carroceria em curvas, comportamento dinâmico semelhante a modelos mais baixos. Entretanto, as rodas de 20 polegadas e os pneus 245/45 exigem grande trabalho do conjunto de suspensões para isolar a cabine das irregularidades do nosso asfalto, algo nem sempre possível.
O uso do modelo é muito ergonômico, intuitivo e funcional. A comutação das marchas pelo joystick é muito mais fácil do que pelo sistema de alavanca tradicional. Botões físicos para selecionar modo de condução, volume e faixas das músicas, desembaçadores e luz de alerta são ideais.
Todos os outros dispositivos são acessados pela tela do multimídia ou por botões do volante. Ar-condicionado, GPS, telefonia e inúmeras configurações estão em diversas páginas selecionáveis na tela do multimídia.
O sistema de áudio é um capítulo à parte. O som é projetado sobre o painel, como em show ao vivo e envolve todo o ambiente. Mais que a potência, a qualidade se sobressai.
O GPS nativo detalha as mudanças de rota no painel digital, algo que facilita muito a navegação, além das imagens em 3D das edificações que ajudam no reconhecimento dos locais trafegados.
Consumo – Em nossos testes de consumo padronizado fizemos as medições no modo Hybrid e com as baterias com meia carga. No teste rodoviário realizamos duas voltas no percurso de 38,7 km, uma aos 90 km/h e, outra, aos 110 km/h.
As baterias se esgotaram aos 28 km da primeira volta. Nesta, na menor velocidade e com amplo uso do motor elétrico, o consumo foi de 30,3 km/l. Na mais rápida, e sem carga na bateria, o consumo registrado pelo motor a combustão foi de 13,5 km/l.
O teste de consumo urbano é realizado em um circuito de 6,3 km no qual completamos quatro voltas, totalizando 25,2 km, fazemos paradas para simular semáforos e deslocamos por vias muito acidentadas.
Mesmo assim, o sistema elétrico funcionou por grande parte do trajeto, possibilitando o melhor consumo urbano que já registramos neste circuito: 20,8 km/l.
Com a mais ampla linha de modelos híbridos plug-in do Brasil, a Volvo aumentou suas vendas e superou duas marcas premium concorrentes (Audi e Mercedes-Benz), ficando em segundo lugar entre os luxuosos, atrás somente da BMW.
Mesmo menos tradicional que o trio alemão, a marca sueca está conquistando o mercado com a eletrificação recarregável, a automação viária e sua tradição em segurança.
*Colaborador
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