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Citroën C4 Cactus Shine Pack ainda se destaca

Versão com motor 1.6 THP tem desempenho e consumo surpreendentes
Citroën C4 Cactus Shine Pack ainda se destaca
Crédito: Amintas Vidal

O Citroën C4 Cactus foi lançado em 2018 no Brasil. De lá para cá, quase nada mudou no modelo. Na linha 2024, lançada em julho do ano passado, ele recebeu pouquíssimas alterações, basicamente, detalhes estéticos e equipamentos de tecnologia que deixaram o modelo mais atualizado.

O Veículos recebeu o Citroën C4 Cactus 1.6 THP Shine Pack (2024) para avaliação. Lançada há menos de um ano por R$ 129,99 mil, seu preço sugerido no site da montadora já subiu para R$ 141,99 mil, apenas na cor preta metálica.

Outras cores metálicas e perolizadas, assim como combinações dessas cores com o teto na cor preta, são oferecidas em valores que variam entre R$ 1,600 mil e R$ 3,200 mil, preço da configuração da unidade avaliada, cor branca perolizada com o teto em na cor preta, totalizando R$ 145,19 mil.

Ofertada completa, sem opcionais, os principais equipamentos de série desta versão são: ar-condicionado digital e automático; painel de instrumentos digital; chave presencial; multimídia de 10 polegadas com espelhamento sem cabo; carregador de celular com ventilação; volante multifuncional com regulagem em altura e distância; direção elétrica com assistência variável; computador de bordo; barras de teto longitudinais; volante e bancos revestidos em material sintético que imita o couro e rodas de 17 polegadas diamantadas com pneus 205/55 R17.

Citroën C4 Cactus Shine Pack
Crédito: Amintas Vidal

Em termos de segurança, a versão traz equipamentos a mais do que os obrigatórios. Os principais sistemas são: ESP (controle eletrônico de estabilidade) e ASR (controle de tração); grip control (seletor do controle de tração para terrenos variados); hill assist (assistente de partida em rampa); seis airbags; alertas de saída de faixa e de colisão eminente; frenagem automática de emergência; freio a disco nas quatro rodas; indicador de fadiga do motorista; sensor de pressão de pneus; faróis e lanternas com assinatura em LED; faróis de neblina; sensor de chuva e câmera de marcha à ré.

Motor e câmbio

O motor desta versão é 1.6 litro, turbo alimentado e bicombustível. Ele rende 173/166 cv às 6.000 rpm com etanol e gasolina, respectivamente, e tem torque de 24,5 kgfm às 1.400 rpm com ambos os combustíveis.

O câmbio é automático convencional com seis (6) marchas. Ele permite trocas manuais por meio da própria alavanca. Seu acoplamento ao motor é feito por conversor de torque convencional.

As versões Feel Pack e Shine Pack foram as mais diferenciadas na linha 2024. Elas ganharam pintura especial nas molduras dos faróis de neblina e nos nichos das proteções plásticas laterais, uma cor laranja ambígua, pois tem uma textura tipo purpurina, mas não brilha.
Também na cor laranja, alguns detalhes compõem os adesivos e emblemas destas versões. Nova roda mais plana, semelhante à de carros elétricos, completa as novidades da versão Shine Pack.

Interior

Internamente, as maiores mudanças foram os novos equipamentos. O C4 Cactus recebeu uma central multimídia maior, com 10 polegadas, e um carregador de celular por indução eletromagnética.

Providos de espelhamento sem cabo e ventilação, respectivamente, a dupla melhorou bastante a conectividade e a usabilidade a bordo do modelo.

No mais, o apoio de braço central ficou mais ergonômico, existem novas entradas USB, na frente e na traseira, e pequenos detalhes no acabamento completam as novidades da linha 2024 do modelo.

O modelo tem 2,60 metros de distância entre-eixos. Comparando com o C3, ela foi ampliada em 140 mm. Em relação à concorrência, são 68 mm de vantagem sobre o Pulse e 34 mm a mais do que no Nivus. Suas outras medidas são: 1,71 metro de largura; 1,56 metro de altura e 4,17 metros de comprimento.

Citroën C4 Cactus Shine Pack
Crédito: Amintas Vidal

No porta-malas cabem 320 litros e o tanque de combustíveis comporta 55 litros. Essa versão do C4 Cactus pesa 1.214 kg, suporta carga útil de 400 kg e a tem capacidade de rebocar até 350 kg.

Ergonomia

Sua ergonomia geral é acertada. Todos os controles são alcançados sem grandes movimentos dos braços. Mas, a Citroën concentrou muitos comandos na tela do multimídia, suprimindo diversos botões físicos que fazem falta no dia a dia.

Porém, o novo multimídia melhorou muito a usabilidade. Agora, as laterais da tela têm dois menus fixos e, ao centro, ficam as páginas variáveis.

Também houve ganho na estabilidade da conexão, na definição da tela, na sensibilidade ao toque e na velocidade de processamento. Manter a tela em posição baixa no painel é uma limitação do projeto.

Outra mudança na linha 2024 foi a adoção do carregador de celular por indução eletromagnética. Para tal, foi usado o espaço que era de um dos suportes de copo do console central.

Redesenhado, ele abriga o smartphone na vertical, angulado e protegido por suas paredes. Além disso, existe ventilação refrigerada que não deixa o dispositivo sobreaquecer no carregamento.

O ar-condicionado é eficiente na manutenção da temperatura e no silêncio ao ventilar, pois as saídas frontais são amplas. Não existe saída de ar traseira, duto que melhoraria o tempo de resfriamento da cabine. Ao menos, a “turma do fundão” ganhou tomada USB com organizador de cabo.

O volante multifuncional compensa, um pouco, a falta de botões. O som, o telefone e o computador de bordo podem ser operados por seus controles. Ao contrário do usual, os comandos de um mesmo sistema ficam em linha, isto é, espalhados dos dois lados do volante.

O quadro de instrumentos digital é dos mais simples e não mudou. A velocidade destacada em números grandes é o maior acerto gráfico deste dispositivo. Mas ele não é configurável, algumas informações têm letras e números pequenos e outras marcações são muito imprecisas.

O conta-giros é quase inútil. Ele varia de 500 em 500 rpm, marcação insuficiente para sinalizar o regime de trabalho do motor, pois nunca se sabe qual é a real rotação intermediária.

Desempenho esportivo do modelo, sem comprometer o consumo, surpreende

O C4 Cactus Shine Pack conta com sistemas de auxílio à direção. A frenagem automática de emergência é o mais importante. Avisos de saída de faixa e de colisão eminente são os outros.
O indicador de descanso para o motorista e os sensores de chuva e de pressão dos pneus são recursos que completam o pacote de equipamentos que facilitam a condução desta versão.

A baixa visibilidade traseira cruzada é o maior defeito do modelo. A câmera de marcha à ré ajuda amenizar o amplo ponto cego criado pelas largas colunas “C”, mas não é o suficiente.

A Citroën não vende o C4 turbo como um esportivo, mas, segundo a marca, o modelo atinge os 100 km/h em apenas 7,7 segundos e alcança 212 km/h de velocidade final, números impressionantes.

Para ser seguro, seus pneus são largos e as suspensões rígidas. Mas, a altura da carroceria joga contra a estabilidade. Apesar de não adernar tanto em curvas, ela oscila acompanhando a alta frequência de trabalho deste conjunto. Mesmo assim, este acerto garante o controle direcional da versão.

Os números do C4 para o fora de estrada são generosos: 22° de ângulo de ataque, 32° de ângulo de saída e 225 mm de altura livre do solo. Eles garantem ao modelo capacidade de superar obstáculos urbanos e rurais sem raspar os seus para-choques ou o seu fundo nessas empreitadas.

O seletor de programações para o controle de tração ajuda a superar lama, areia e neve, além de permitir o seu desligamento. Todos estes números e recursos dão às versões turbo do C4 aptidão off-road superior, mas o acerto das suspensões castiga a estrutura do modelo sobre pisos ruins.

O torque alto a baixas 1.400 rpm garante deslocamento forte e linear. O câmbio é bom, sem ser brilhante. Em drive, ele é suave nas trocas e quase sempre comuta nos momentos corretos.
No modo ECO, ele antecipa as trocas e deixa a rotação do motor o mais baixa possível, atingido ótimo consumo, ao mesmo tempo em que o silêncio a bordo impera.

Na opção Sport, as marchas são esticadas em busca da potência, atingindo às 6.000 rpm e garantindo a diversão ao volante.

No modo manual, operando pela alavanca, as marchas são reduzidas para frente e elevadas para trás, acerto correto que segue o movimento de reação do corpo do “piloto” a essas ações opostas.

Consumo

Em nossos testes padronizados de consumo, abastecido com gasolina, o Citroën C4 Cactus turbo foi muito econômico para um carro tão potente.

No circuito rodoviário, realizamos duas voltas no percurso de 38,7 km, uma mantendo 90 km/h e outra os 110 km/h, sempre conduzindo economicamente. Na volta mais lenta atingimos 18,6 km/l. Na mais rápida, 16,6 km/l.

No nosso circuito urbano de 6,3 km realizamos quatro voltas, totalizando 25,2 km. Simulamos 20 paradas em semáforos com tempos entre 5 e 50 segundos. Vencemos 152 metros entre o ponto mais alto e o mais baixo deste acidentado percurso.

O modelo finalizou o teste com 10,2 km/l. Essa média é muito boa para um modelo tão potente e que não conta com o sistema stop/start.

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