Ainda divertido, Fiat Fastback Abarth foi reestilizado para a linha 2026
Lançado em 2023, o utilitário esportivo Fastback Abarth, assim como o “irmão menor” Pulse, lançado um ano antes, trouxe de volta ao Brasil a marca dos esportivos da Fiat, assinatura que já esteve no mercado nacional com os hatches Stilo e 500.
Na linha 2026, tanto o Pulse quanto o Fastback foram reestilizados, ganhando uma frente nova inspirada no design do Fiat Grande Panda europeu, o mesmo que ocorreu com o sedan Cronos e com a picape Toro.
Veículos recebeu o Fastback Abarth, modelo 2026, para avaliação. Seu preço sugerido é R$ 177,99 mil, valor na cor preta sólida. A cor cinza da unidade avaliada acresce R$ 1,49 mil ao seu preço final.
Completo de série, os equipamentos diferenciados do Fastback Abarth são: teto solar fixo; bancos dianteiros esportivos; regulagem elétrica do banco do motorista; rebatimento elétrico dos retrovisores; chave presencial com partida remota do motor; carregador de celular com refrigeração; multimídia com tela de 10,1 polegadas e conexão com a internet e exclusivas rodas all black de 18 polegadas com pneus 215/45 R18.
Em termos de segurança, são destaques: frenagem automática; monitoramento de pontos cegos; correção de saída de faixas; comutação automática dos faróis; faróis e lanternas em LED; retrovisor eletrocrômico; sensor crepuscular, de chuva e de estacionamento dianteiro e traseiro sendo, o último, com guias dinâmicas.
Motor e câmbio
O motor GSE 1.3 turbo tem quatro cilindros, cabeçote com comando simples tracionado por corrente e sistema MultiAir III que controla a abertura das válvulas de admissão em amplitude, tempo e ciclos.
Contando com injeção direta, seu torque atinge 27,5 kgmf às 1.750 rpm, com ambos os combustíveis, e desenvolve potência de 185/180 cv às 5.750 rpm, com etanol e gasolina, respectivamente.
O câmbio é automático com conversor de torque e seis marchas. Ele oferece modo esportivo Poison e comutação das relações pré-programadas, na alavanca, ou nas aletas posicionadas atrás do volante.
O Fastback Abarth pesa 1.309 quilos (kg), resultando em uma relação peso/potência de 7,08 kg/cv. Segundo a Fiat, ele acelera de zero a100 quilômetros por hora (km/h) em 7,6 segundos e atinge velocidade máxima de 220 km/h.

Na reestilização, o para-choque dianteiro recebeu aberturas, tanto das laterais, quanto da grade, mais amplas e verticalizadas. A grade do radiador ficou mais chanfrada e os seus filetes foram reposicionados na vertical.
Lateralmente, a roda perdeu a linha pintada em vermelho em seu aro. Na traseira, nenhuma modificação.
Internamente, o teto solar fixo é a grande novidade. Os bancos com design mais esportivo e os comandos elétricos do lado do motorista complementam os aprimoramentos em seus equipamentos.
Comparada às outras versões do Fastback, a Abarth tem rodas maiores e mais largas, e os pneus, mais baixos, mudanças que melhoram o controle direcional, mas diminuem o conforto.
Exaustão
Mas o Fastback Abarth não seria tão divertido se seu sistema de exaustão não fosse tão elaborado.
Com apenas um abafador traseiro, transversal e com duas saídas em suas extremidades, seu escapamento produz um ronco que é música para os ouvidos dos apaixonados por carros esportivos.
Grave quando se acelera, pipocado ao tirar o pé do pedal e embolado nas trocas de marchas mais agressivas, essa afinação acústica é muito esportiva e, com certeza, é a assinatura do modelo.
Acertos eletrônicos no modo de condução Poison fazem as trocas ocorrerem em rotações 30% mais altas, e elas se mantêm elevadas entre as marchas, aproximadamente, neste mesmo percentual.
Os mapas de calibração das centrais eletrônicas do motor e do câmbio diminuíram o tempo de entrega da potência e do torque, assim como reduziu o intervalo entre o engate de uma marcha para outra.
Resposta
A resposta do motor ao curso do acelerador fica até 100% mais rápida quando o Poison está ativado.
Neste modo, com 50% do curso do pedal, a alimentação do motor já está no máximo da capacidade, condição semelhante à resposta do motor ao curso total pedal, quando se está no modo normal.
Os modelos Abarth têm um sistema de controle de tração aprimorado. Denominado SCO, ele visa recuperar a aderência quando o modo Poison está ativado e a pilotagem leva o SUV ao seu limite.
Para um uso esportivo em pistas, os sistemas de tração e de estabilidade ficam mais permissivos e a vetorização de torque é ativada.
Essa nova programação deixa o carro sair lateralmente em curvas e a eletrônica atua apenas na última hora, permitindo ao “piloto” espalhar a tocada de “zebra a zebra”.
A vetorização de torque atua para minimizar o subesterço, quando o carro está saindo de frente.
Este recurso transfere mais torque para a roda dianteira que está do lado de fora da curva, diminuindo a saída de frente e permitindo, assim, que os modelos Abarth façam curvas mais rapidamente.
Modelo é realmente esportivo e, por isso, tem o quesito conforto bastante comprometido
Fechando as alterações no modo Poison, uma programação eletrônica reduz as marchas nas freadas mais bruscas para deixar o motor com a rotação elevada, pronto para as reacelerações, recurso muito útil em autódromos ou, até mesmo, em ultrapassagens seguidas realizadas em estradas.
Com todas essas modificações, o Fastback Abarth tem um desempenho realmente esportivo. O quadro de instrumentos digital do Fastback Abarth é diferenciado. Ele informa pressão do turbo, força G e potência instantânea.

No modo Poison, seu grafismo fica mais esportivo e muda para a cor vermelha. Muito configurável, ele permite escolher dados e posição dos mesmos no layout da tela.
Seus outros equipamentos e recursos tecnológicos são os melhores da Fiat. O ar-condicionado é automático, tem botões físicos, é eficiente e tem saídas para o banco traseiro.
O sistema multimídia tem internet e GPS embarcados. O som é potente e tem boa distribuição espacial na cabine.
O SUV conta com freio de mão eletrônico, mas não tem Controle de Cruzeiro Adaptativo (ACC).
Por outro lado, frenagem automática de emergência e monitoramento de pontos cegos, principais recursos de assistência ao condutor (Adas), estão presentes.
O modelo também é equipado com a correção de saída de faixa e outros sistemas auxiliares. Todos funcionam bem.
Apesar da distância entre eixos do Fastback ser uma das menores da categoria (2,53 metros), a acomodação em sua cabine é uma das melhores entre os compactos. Quatro adultos e uma criança viajam confortáveis.
Rodando
Toda essa esportividade nas pistas cobra um preço fora delas, principalmente em cidades. O Fastback Abarth é barulhento, a suspensão é dura e a direção pesada, ou seja, nada combina com engarrafamentos.
Já em estradas, não é confortável circular normalmente. Aos 90 km/h e em sexta macha, o motor trabalha às baixas 1.750 rpm, inaudível, mas o ruído que sai do escapamento é alto para a velocidade.
Como essa velocidade não empolga, parece que o carro está amarrado pelo motor. Também aos 110 km/h, às 2.200 rpm, a fera parece enjaulada, rugindo, pedindo aceleração. É difícil conter o pé direito. Tudo no Fastback Abarth instiga à aceleração.
Na velocidade de cruzeiro em que o som do escapamento, o trabalho rígido das suspensões e o peso da direção ficam confortáveis, ele já está acima do permitido, aproximadamente aos 125 km/h. Para o bem ou para o mal, ele é um esportivo.

Contudo, acelerar de zero aos 100 km/h é a melhor experiência que o Fastback Abarth entrega. Além da ótima sensação de aceleração, ouvir o motor urrando e embolando nas trocas de marchas é só alegria.
Nas ultrapassagens, ele esterça para a pista da esquerda com agilidade e sempre tem força para acelerar e passar os outros carros com sobra de espaço, passando muita confiança ao condutor.
Consumo
Em abril de 2024 avaliamos o Fastback Abarth com etanol, e foi muito divertido. Agora, o tanque estava com gasolina, mas a diversão se manteve. Porém, o consumo não melhorou os usuais 30%.
No teste rodoviário padronizado, em duas voltas de 38,7 km, aos 90 km/h ele registrou 14,6 km/l com etanol e 17,2 km/l com gasolina. Aos 110 km/h o consumo foi e 12,8 km/l com etanol e 14,6 km/l com gasolina.
No circuito urbano de 25,2 km, 152 metros de variação de altitude e 20 paradas simuladas em semáforos, o SUV coupé registrou 7,1 km/l com etanol e 9,0 km/l com gasolina.
Esportivo, e nessa faixa de preço, o Fastback Abarth estava sozinho no mercado. Agora existe o Volkswagen Nivus GTS, modelo com menos torque e potência.
Porém, já sabemos que ele não tem o mesmo desempenho e, muito menos, um sistema de escapamento tão bem trabalhado. Pelo visto, o alemão não terá vida fácil contra o italiano “veterano”.
Ouça a rádio de Minas