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Honda City passou por leve reestilização e recebeu equipamentos importantes

Sedan compacto utiliza, em toda a linha 2025, motor 1.5 aspirado de 126 cv de potência
Honda City passou por leve reestilização e recebeu equipamentos importantes
Foto: Dário do Comércio / Amintas Vidal

Ao tirar de linha os modelos Civic, Fit e WR-V, a Honda lançou a nova geração do City sedan e o inédito City hatch, em 2021, sendo o primeiro uma opção ao Civic e o segundo, para substituir o Fit.

No ano passado, no lançamento da linha 2025 de ambos, eles ganharam detalhes estéticos externos e freio de estacionamento eletrônico, recurso exclusivo entre todos os sedans e hatches concorrentes.
A reportagem recebeu o City Sedan Touring, modelo 2025, para avaliação. Seu preço sugerido é R$ 150,8 mil. A cor metálica da unidade avaliada acrescenta R$ 1,9 mil ao seu valor.

O City é completo de série e não oferece opcionais. Os equipamentos diferenciados da versão Touring são: ar-condicionado duo zone, com saída para o banco traseiro; multimídia de oito polegadas com internet embarcada; conexão do carro a um aplicativo de celular; freio de estacionamento eletrônico; rebatimento elétrico dos retrovisores; chave presencial com partida remota do motor; revestimento interno em material sintético que imita o couro, em cor clara; e rodas diamantadas com pneus 185/55 R16.

Honda City
Foto: Dário do Comércio / Amintas Vidal

Em termos de segurança, a versão Touring é muito bem equipada. Os destaques são: controle de cruzeiro adaptativo com stop and go; alerta de colisão iminente com frenagem automática de emergência; detecção das faixas de rodagem com centralização da direção; comutação automática do farol alto e baixo; câmera de ré com multivisão e câmera no retrovisor do lado direito para redução do ponto cego.

Motor e câmbio

O motor do City é igual em todas as versões. Ele tem quatro cilindros, 1,5 litro de capacidade cúbica e é aspirado. Conta com injeção direta, duplo comando de válvulas e coletor de admissão variável.
Desenvolve 126 cv a 6.200 rpm, com ambos os combustíveis, e tem torque de 15,8/15,5 kgfm a 4.600 rpm, com etanol ou gasolina, respectivamente.

O câmbio é automático CVT, com conversor de torque, tem programação de sete relações para simular marchas e aletas atrás do volante para comutá-las.

De acordo com a Honda, o City sedan acelera de zero a 100 km/h em 10,6 segundos e atinge 186 km/h de velocidade máxima.

Reestilização

Na reestilização, o grande friso que dava acabamento à parte frontal do capô foi, praticamente, reduzido à sua porção superior, tirando o peso e a desarmonia que o antigo provocava na dianteira.
O friso alterado continua cromado no sedan, e a parte suprimida abriu espaço para uma nova grade superior, filetada e um pouco maior.

Lateralmente, só as rodas são novas. Atrás, o para-choque ganhou extrator em sua base e algumas alterações em seu desenho.

Honda City
Foto: Dário do Comércio / Amintas Vidal

Internamente, a adoção do freio de estacionamento eletrônico provocou a única mudança na cabine. A retirada da alavanca de freio rebaixou o console central e criou o nicho para o carregador de celular.
A qualidade dos acabamentos continua superior. Mesmo sem painéis emborrachados, todas as peças em plástico rígido têm texturas agradáveis ao tato.

As áreas revestidas são macias ao toque e, com a padronização clara, o interior fica muito sofisticado, aparentando ser o de um carro mais caro.

Bancos, apoios de braços das portas e do console central, a base do painel principal e as laterais do console central receberam essa cobertura com material sintético que imita o couro, sem economia por parte da Honda.

Na cabine do City, quatro adultos têm espaço de sobra para suas cabeças, ombros e pernas. A quinta posição tem encosto e assento mais estreitos, é elevada, não tão confortável, ideal para crianças.

Os equipamentos de bordo contam com botões físicos, giratórios para as funções principais e de pressão para as secundárias. Eles são alcançáveis sem grande abertura dos braços. A ergonomia é acertada.

Multimídia

Atualizado, o sistema multimídia recebeu internet embarcada. Usando um aplicativo para celular, é possível monitorar os dados de circulação e ativar diversos equipamentos de bordo remotamente.
Espelhando o celular, o sistema foi rápido ao usarmos o Android Auto, pois a conexão sem fio era ativada assim que entrávamos no carro, e todos os recursos funcionaram sem falhas.

O ar-condicionado tem saídas grandes, fáceis de serem reguladas, mas as duas centrais não podem ser fechadas.

Honda City
Foto: Dário do Comércio / Amintas Vidal

O fluxo de ar não tem grande intensidade, mas existem saídas para o banco traseiro. A temperatura é regulável em duas zonas, de meio grau em meio grau, e a sua manutenção é bastante estável.

O quadro de instrumentos tem velocímetro analógico, e o conta-giros é digital. O marcador digital combina perfeitamente com o analógico. Quando se liga o carro, parece que todo o conjunto é digital.
Ao centro deste conta-giros aparecem as páginas do computador de bordo. Elas trazem informações múltiplas e em caracteres visíveis. Botões no lado esquerdo do volante comutam essas páginas.

Modelo tem desempenho satisfatório para um veículo familiar, além de ser econômico

O lado direito do volante do City Sedan Touring, modelo 2025, é dedicado aos sistemas de condução semiautônoma. Comandado apenas por uma câmera, sem auxílio de um radar, o Adas é eficiente, mas o ACC (controle de cruzeiro adaptativo) é menos sutil que o usual.

A adaptação da velocidade e a manutenção da distância em relação aos veículos à frente são eficientes, mas a retomada de velocidade é feita de forma mais intensa.

Agora, por trabalhar em conjunto com o freio de estacionamento eletrônico, o ACC para o City em semáforos sem este recurso ser desativado.

Leitura de faixas

A leitura das faixas, as correções de saídas e as centralizações nelas são feitas com precisão.
O conjunto ainda conta com o alerta de colisão iminente e a frenagem automática de emergência. Só faltou o detector de presença no ponto cego, sistema que os modelos nacionais da Honda não têm.
A Honda usa uma câmera sob o retrovisor direito que mostra, na tela do multimídia, apenas essa área lateral ao acionar a seta para este lado.

O sistema tradicional é mais eficiente, pois funciona para os dois lados e usa sons e luzes para alertar, recurso que não exige o desvio do olhar do motorista.

Além da câmera lateral, a câmera traseira oferece três ângulos de visão, facilitando bastante as manobras em marcha à ré.

Os sensores de aproximação, dianteiro e traseiro, também são muito úteis em um modelo tão comprido.

Direção

A direção elétrica é leve em manobras de estacionamento, sem exagero, mas poderia ser um pouco mais leve em velocidades intermediárias e ter peso adequado em velocidades maiores.

Os acertos das suspensões, o isolamento acústico e a calibração de motor e câmbio garantem qualidade na dinâmica, apesar de os modelos City não contarem com motor turbo, como a concorrência.

Amortecedores e molas do City têm uma calibração mais rígida, mas o conjunto não sacrifica tanto o conforto. Ele aderna pouco em curvas, mantém o controle direcional e quase não canta os pneus.
Este acerto garante dinâmica segura, se a condução for responsável, pertinente a um sedan familiar. Mesmo assim, o conjunto isola bem a carroceria e quase não transfere as imperfeições do piso.

O casamento entre motor e o câmbio do City é o melhor entre os modelos aspirados do mercado nacional. Em acelerações suaves, o carro fica solto, aproveitando ao máximo o deslocamento por inércia.
As longas relações permitem andar a 90 km/h com o motor a 1.600 rpm e, a 110 km/h, ele pode não passar dos 2.000 rpm. São regimes baixíssimos, ideais para o baixo consumo de combustível.

Acelerando

Pisando um pouco mais, o câmbio funciona como um típico CVT: reduz as relações, eleva a rotação do motor buscando torques maiores e, só depois, multiplica essas relações para embalar o carro.
Acelerando ainda mais forte, as relações pré-programadas são retidas até a rotação do motor atingir um regime em que a relação subsequente possa dar sequência ao ganho de velocidade do carro.

Usar as aletas com o câmbio em D (Drive) é ótimo para segurar o carro em freio motor ou para fazer ultrapassagens, pois o sistema é permissivo e deixa o motorista ser mais agressivo na condução.
O modo Sport muda tudo. Essas relações são trocadas em rotações ainda maiores do motor. Caso haja intervenção nas aletas, o câmbio fica totalmente manual.

As relações ficam retidas até o motor atingir o giro máximo permitido ou se o motorista as trocar. O City fica muito esportivo para um aspirado.

Consumo

O baixo consumo de combustível é outra virtude dos modelos City. Assim como na avaliação que fizemos com o mesmo modelo, em 2022, ele foi muito econômico, sempre com gasolina no tanque.
Em nossos testes de consumo rodoviário padronizado, realizamos duas voltas no percurso de 38,7 km, uma mantendo 90 km/h e outra, 110 km/h, conduzindo economicamente.

Na volta mais lenta, o City sedan registrou 20,6 km/l. Na mais rápida, 18,6 km/l, médias próximas às da avaliação anterior.

No teste de consumo urbano, rodamos por 25,2 km em velocidades entre 40 e 60 km/h, fizemos 20 paradas cronometradas de cinco a 50 segundos e vencemos 152 metros de desnível.
Neste severo teste, o City sedan atingiu a média de 10,7 km/l, exatamente o mesmo consumo que aferimos em 2022.

Apesar de ser caro, o City Touring sedan tem alta qualidade construtiva, acabamentos acima da média e os equipamentos mais desejados atualmente, o suficiente para justificar o seu elevado preço.
Porém, tanto ele quanto seus principais concorrentes estão sucumbindo aos utilitários esportivos (SUVs) compactos, os queridinhos do momento.

A situação do City é ainda pior: a Honda lançou o SUV WR-V com qualidade e equipamentos similares aos das suas respectivas versões e preços apenas 5% a 7% superiores.

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