Jeep Commander ficou mais econômico com o novo motor 2.2 turbo

Adequando-se às normas do Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos Automotores, fase L8 (Proconve L8), a Stellantis atualizou os motores nas linhas 2025 da maioria dos seus modelos.
O motor mais alterado foi o 2.0 turbo diesel, tornando-se o 2.2 turbo diesel, praticamente, um novo motor, tantas foram as modificações recebidas.
Após estrear na Ram Rampage 2025, ele passou a ser a opção a diesel do Jeep Commander 2025, exclusivamente na versão Overland.
Veículos recebeu o SUV de sete lugares, Jeep Commander Overland 2.2 turbo diesel, para avaliação.
Seu preço sugerido é R$ 314,49 mil, em qualquer uma das quatro cores metálicas disponíveis. As duas cores perolizadas acrescem R$ 3 mil ao seu preço final.
Os destaques da versão Overland são: teto solar panorâmico e elétrico; multimídia de 10,1 polegadas com Adventure Intelligence Plus e GPS TomTom; som premium Harman-Kardon de 450W (9 alto-falantes e subwoofer); quadro de instrumentos Full Digital e HD de 10,25 polegadas; ar-condicionado de duas zonas com saída para as fileiras traseiras e ajuste de intensidade da ventilação; banco elétrico para o motorista, com memória, e para o passageiro; abertura elétrica do porta-malas e rodas de liga leve de 19 polegadas com pneus 235/50 R19.

Em termos de segurança, os sistemas que se destacam são: aviso de colisão frontal com frenagem de emergência e detecção de pedestres e ciclistas; aviso de mudança de faixas com correção de trajetória; piloto automático adaptativo; monitoramento de pontos cegos e de tráfego cruzado; detector de fadiga do motorista; comutação automática do farol alto; sistemas de estacionamento semiautônomo (Park Assist) e de reconhecimento de placas de velocidade.
Novo motor
Novidade no Commander 2025, o motor turbo diesel Patrola Serra passou a deslocar 2.2 litros. Antes eram 2.0 litros.
Pistões menores, feitos em aço, possibilitaram a ampliação do volume cúbico. Sua injeção direta teve um aumento de 25% na pressão, atingindo 2.000 bar.
Além dessas evoluções, tecnologias já existentes foram aprimoradas. Novas calibrações foram aplicadas a três modernas peças com geometria variável: coletor de admissão, turbina e bomba de óleo.
Também otimizados, o intercooler refrigerado a água e o sistema EGR de recirculação dos gases são outros recursos do conjunto que elevaram os números do novo motor.
Sua potência subiu dos 170 cv para os 200 cv e em um menor regime de rotação. Antes era às 3.750 rpm, agora ela chega às 3.500 rpm.
Já o torque, foi elevado de 380 Nm (38,7 kgfm) para 450 Nm (45,9 kgfm), também ocorrendo mais cedo, das 1.750 rpm para às 1.500 rpm.
Segundo a Jeep, o Commander Overland acelera de 0 a 100 km/h em 9,7 segundos e atinge a velocidade máxima de 205 km/h. São marcas 1,9 segundo e 7 km/h mais rápidas, respectivamente.
Câmbio
Câmbio e transmissão não mudaram. São nove marchas e tração integral sob demanda.
Automático convencional, o câmbio permite trocas manuais por meio da alavanca ou pelos paddle shifters e a transferência ocorre em 4×2 ou 4×4 conforme a necessidade de tração. Mas, estes sistemas receberam alterações para suportarem as elevações de torque e potência.
A relação final das marchas foi alongada, o conversor de torque foi trocado por um mais robusto, assim como os diferenciais que transferem a força do motor para as rodas dianteiras e traseiras foram tratados para ficarem mais duráveis ao trabalharem sob maiores cargas.
Fechando as alterações mecânicas, os freios dianteiros foram redimensionados para se adequar ao seu melhor desempenho.
O sistema de escapamento foi redesenhado para suportar o aumento na exaustão e, também, enquadrar o motor às novas normas de emissão.
O Commander e o Compass são os SUVs médios nacionais da Jeep. Por ter sete lugares, o Commander é vendido como SUV grande e faz concorrência a outros modelos deste tamanho.
Interior
O Commander tem o mesmo interior do Compass reestilizado. Apenas algumas peças foram redesenhadas e redimensionadas para acompanharem o ganho em comprimento da carroceria.
Acabamentos metálicos e revestimentos foram melhorados para ampliar a percepção de qualidade dentro da cabine.
Porém, a grande diferença interna do Commander, em comparação ao Compass, são os bancos traseiros.
Os da segunda fileira são bipartidos e se deslocam 14 cm sobre trilhos. Os dois localizados no porta-malas são escamoteáveis e independentes. Todos os encostos destes bancos reclinam alguns graus para acomodar melhor os passageiros.

Segundo a Stellantis, com os sete bancos ocupados, o espaço de bagagem do Commander é de 233 litros. Com cinco pessoas a bordo, e a última fileira rebatida, o porta-malas comporta 661 litros.
Com apenas duas pessoas na frente, o espaço traseiro é de 1.760 litros. Seu tanque de combustíveis comporta 61 litros e o modelo pode transportar até 400 kg de carga útil. Ele pesa 1.943 kg, já abastecido.
Nova motorização melhorou o desempenho e tornou o SUV mais reativo ao acelerador
Os equipamentos de bordo do Commander são os melhores disponíveis em modelos da Stellantis no Brasil.
A central multimídia tem um dos melhores sistemas do mercado. Sua tela tem bom tamanho, alta definição, boa sensibilidade ao toque e seu processador é rápido.
Além do GPS embarcado, das informações do veículo e todos os sistemas de áudio e telefonia, também está presente uma página dedicada ao ar-condicionado, apesar deste possuir os botões físicos.
O conjunto de auxílios à condução é completo e funciona muito bem. O ACC é preciso e tem stop and go. O alerta do ponto cego notifica rapidamente.

Já a centralização nas faixas de rodagem com correção de saída das mesmas poderia ser melhor calibrada, pois a trajetória nas curvas não é tão regular como em outros sistemas Adas da concorrência.
Os sensores de estacionamento dianteiros e traseiros e a câmera de marcha à ré com guias dinâmicas são indispensáveis para manobrar o modelo, pois sua visibilidade traseira é ruim.
Rodando
Ao volante, o Commander é mais confortável do que o Compass. Como a distância entre eixos é maior, e existe mais peso após o eixo traseiro, a sua carroceria trabalha em frequências mais baixas, tratando melhor os ocupantes.
A segunda diferença perceptível é o silencio a bordo. O atrito dos pneus e o ruído do vento contra a carroceria quase não invadem a cabine, indicando um ótimo isolamento acústico.
Referência em todos os modelos Jeep, as suspensões filtram as irregularidades do solo muito bem, pois quase não transmitem vibrações para a cabine.
Bem dimensionado, o conjunto trabalha em silêncio e não aparenta sofrer, mesmo sobre pisos muito irregulares.
O SUV não aderna muito em curvas e, apesar dos pneus cantarem um pouco, o modelo não tende a sair de frente ou traseira, se mantendo neutro em uma condução responsável, compatível com a sua proposta familiar.
Desempenho
O motor 2.2 conferiu melhor desempenho. O maior torque do motor, e em rotações mais baixas, fez o Commander 2.2 ficar mais reativo ao curso do acelerador do que no modelo com motor 2.0.
Ele ficou mais ágil para trocar de pista na cidade e para fazer ultrapassagens em estradas. Os ganhos em desempenho não transformaram o SUV em um esportivo, mas deixaram o modelo mais seguro e prazeroso, dinamicamente falando.
No modo automático e com curso total do acelerador, as marchas são trocadas às 4.000 rpm. Usando os paddle shifters, deixando o câmbio em manual, o desempenho melhora.
O sistema segura a marcha até a rotação atingir 4.500 rpm, quando faz a troca para preservar o motor.
Apesar deste aprimoramento, a alta compressão do motor diesel continua deixando o modelo “amarrado”, exigindo curso constante do acelerador, principalmente aos 90 km/h. Aos 110 km/h, o SUV já fica mais solto, deslocando melhor por inércia.
Consumo
Mesmo trabalhando em rotações maiores, o consumo do motor 2.2 foi menor do que o do 2.0. Avaliamos o consumo do Commander 2.2 turbodiesel em uma viagem à Região dos Lagos, no estado do Rio de Janeiro.
Circulamos por 1.630 km, com quatro adultos e bagagem, sempre de forma econômica e 90% em estradas. Assim, o consumo médio foi de 15,1 km/l. No melhor trecho, após 480 km, na ida, atingimos 18,4 km/l.
Após completarmos o tanque para aproveitar o preço do diesel, mais baixo do que no destino, o computador de bordo marcou 1.007 km de autonomia. Em outro bom trecho, de 622 km, o consumo foi de 17,1 km/l.
Mesmo não sendo barato, o Commander faz frente aos poucos SUVs, médios e grandes, que contam com sete lugares.
Seu preço é compatível ao dos modelos nacionais e menor do que o dos modelos importados. Não por acaso, ele alterna a liderança do segmento com o Toyota Hilux SW4.
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