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Jeep Compass evoluiu ao volante e aos olhos

Jeep Compass evoluiu ao volante e aos olhos
Crédito: Amintas Vidal

O Jepp Compass detém quase dois terços do segmento de SUVs médios no Brasil, uma participação impressionante. Em 2017 e 2018, ele conquistou a liderança geral, deixando para trás todos os outros SUVs, de todos os tamanhos, sua maior façanha.

Este ano, o Compass atingiu outra marca inédita. Com 6.823 emplacamentos, no fechamento de setembro, ele foi o segundo automóvel mais vendido em nosso mercado, perdendo o alto do pódio por apenas 324 unidades para o hatch compacto Hyundai HB20, que registrou 7.147 unidades, de acordo com os dados fornecidos pela Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave).

O DC Auto recebeu, para avaliação, o Jeep Compass Longitude T270 com o Pack 80 Anos. No site da montadora, o preço básico da versão é R$ 166,99 mil e, o deste pacote opcional, R$ 8 mil. A cor verde da unidade avaliada é solida e não é cobrada à parte. As cores metálicas custam R$ 1,90 mil e, a branca perolizada, R$ 2,40 mil.

No Compass, este pacote comemorativo traz park assist, carregador de celular por indução, sistema de som premium Beats de 506W (8 alto falantes + subwoofer), retrovisores externos com rebatimento elétrico, sensor de estacionamento dianteiro, partida remota do motor e os acabamentos externos em grafite, assim como os emblemas e etiquetas alusivas à data comemorativa.

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Os principais equipamentos de série do Compass Longitude são: ar-condicionado automático dual zone; direção elétrica; central multimídia de 10,1 polegadas com Adventure Intelligence Plus, conexão sem fio para Apple Carplay e Android Auto e GPS nativo; aletas no volante para trocas manuais das marchas; bancos e volante revestidos em material sintético que imita o couro; chave presencial; stop&start (desligamento/acionamento automático do motor); freio de estacionamento eletrônico; painel de instrumentos em tela TFT de 7 polegadas colorida e configurável; rodas em liga leve de 18 polegadas’ com pneus 225/55 R18 e vidros elétricos nas 4 portas com one touch.

Seus itens de segurança vão além dos obrigatórios. Os destaques são: seis airbags (frontais, laterais e de do tipo cortina); ABS; Jeep Traction Control+ (controle de tração para pisos de baixa aderência); controles eletrônicos de estabilidade, tração e anti capotamento; assistente de partida em rampa e sistema Auto Hold; retrovisor interno eletrocrômico; sensores de chuva e crepuscular; faróis em full LED; sensor de estacionamento traseiro; câmera de marcha à ré e sistema de monitoramento de pressão dos pneus.

Motor GSE 1.3 turbo O novo motor bicombustível do Compass é o GSE 1.3 turbo, um típico modelo da tendência downsizing. Essa reengenharia visa à diminuição do volume cúbico do bloco e, ao mesmo tempo, o aumento da potência, do torque e a redução de emissões, ganhos possíveis, principalmente, com a sobrealimentação feita por um turbocompressor de baixa inércia.

O seu torque máximo é 27,5 kgmf às 1.750 rpm com ambos os combustíveis, que corresponde a 270 Nm, número que batiza o propulsor comercialmente. A potência atinge 185/180 cv às 5.750 rpm, com etanol e gasolina, respectivamente.

O câmbio é automático convencional com conversor de torque e seis (6) marchas. Ele oferece programação Sport e seleção entre automático e manual com possibilidade de comutação pela alavanca ou pelas aletas posicionadas atrás do volante.

O conjunto conta com o TC+, sistema de bloqueio que trava a roda motriz sem aderência com o solo para que a outra tracione em transposição de obstáculos.

Crédito: Amintas Vidal

Design e interior – Sempre dissemos que o design do Compass é um dos mais belos feitos pela Jeep. Suas linhas são claramente inspiradas no Grand Cherokee, mas o Compass é mais harmônico e proporcional. A prova deste acerto foi a sutil alteração recebida nessa sua primeira reestilização.

Externamente, apenas os faróis, a grade, o para-choque dianteiro e as rodas são novos. A lanterna traseira manteve o mesmo formato, porém, a assinatura luminosa deixou de acompanhar as suas curvas, traçando uma linha mais horizontal. Visto rapidamente, essas mudanças do Compass quase passam despercebidas.

Internamente, mudou muito. E precisava. Sua cabine mais parecia a de um modelo antigo da Dodge, marca do grupo Stellantis. Tinha pouca personalidade, era datada. O painel arredondado pesava visualmente, avançava sobre os ocupantes.

Elementos como as saídas de ar, a moldura do multimídia e os controles do ar-condicionado eram compartimentados, tinham formas variadas e com quinas arredondadas, não compondo um belo conjunto.

Porém, o painel foi totalmente redesenhado. Linhas horizontais orientam o design interno. Todas as partes e equipamentos que compõe a cabine são retangulares e apresentam chanfros que lhes conferem dinamismo. O novo projeto ficou limpo, moderno e sofisticado ao mesmo tempo. Finalmente, um design interior à altura do exterior.

Os acabamentos continuam muito bons. A parte superior do painel principal, e das portas, é revestida com material emborrachado. A porção central dessas peças recebe o mesmo material sintético que reveste os bancos, inclusive, com costuras aparentes.

Uma extensa moldura em material semelhante ao alumínio contorna todo o painel principal, amplia a percepção de horizontalidade e camufla as saídas de ar das extremidades, peças que ficaram belíssimas.

A repetição deste mesmo acabamento nas maçanetas internas, e em outras molduras, e o uso do preto brilhante em diversas partes e equipamentos, ampliou a qualidade interna e a unidade visual na cabine do modelo.

Além de mais moderno, o novo volante ganhou melhor pega, pois o aro ficou menos grosso e o espaço de encaixe dos polegares melhor definido. Os botões de comando localizados em seus raios horizontais foram agrupados em uma área menor, algo que possibilita sua operação sem a necessidade de tirar as mãos do volante.

Tecnologias – Assim como o painel, todos os equipamentos de bordo foram elevados fisicamente. O multimídia está destacado no limite visual da base do para-brisa, isto é, a tela não prejudica a visibilidade do motorista, mas entra em sua área de visão periférica, posicionamento desejável.

Com 10,1 polegadas, sua definição, sensibilidade ao toque e velocidade de processamento está entre as melhores do mercado. Internet embarcada, novo sistema Adventure Intelligence Plus e GPS nativo são aperfeiçoamentos que estão mudando a conectividade dos modelos da Stellantis.

De forma resumida, o Adventure Intelligence conecta o carro ao seu dono por meio de um aplicativo ou assistentes de voz. Ele recebe diversas informações sobre o veículo, ativa funções do mesmo e ainda determina perímetro, dia e hora em que o modelo pode circular. Caso saia dessas restrições, o proprietário é avisado no celular.

Os controles do multimídia, do ar condicionado e de diversos outros equipamentos possuem botões físicos para serem operados, giratórios para as funções principais e de pressão para as secundárias, arquitetura ideal.

Estes comandos foram concentrados na base da tela e em um conjunto pouco abaixo da mesma, melhorando a ergonomia e facilitando o uso pelo motorista. O multimídia funcionou com precisão, tanto espelhando, como pareando o celular.

O som com assinatura Beats reproduz de forma bastante audível as músicas baixadas em aplicativos de streaming, tipo de arquivo que fica com volume baixo em sistemas comuns.

O ar-condicionado de duas zonas foi eficiente em velocidade de resfriamento e manutenção da temperatura em dias normais. Nos dias mais quentes, faltou volume de ar para resfriar a cabine mais rapidamente.

As funções comandadas nos botões físicos são replicadas na tela e também podem ser executadas por toque na mesma, um ótimo recurso. Por voz, também é possível operar a maioria destes dispositivos, a forma mais segura do motorista interagir com eles.

Crédito: Amintas Vidal

Conforto ao rodar e isolamento acústico se destacam

Por mais tecnológico que seja o Compass, o melhor dele vem da sua dinâmica apurada, fruto de um projeto moderno, tanto do conjunto motor e câmbio, como estrutural e das suas suspensões.

Este novo motor responde mais cedo ao pedal do acelerador e acelera de forma mais linear em baixas e médias rotações, quando comparado ao antigo 2.0 Tigershark, que deslanchava mais entre médias e altas rotações.

Ao acelerar forte, o desempenho é muito bom para um carro de 1.585 kg e vocação familiar. Segundo a Jeep, ele leva 8,8 segundos para sair da imobilidade e atingir os 100 km/h.

Mas, para quem gosta de uma condução tranquila, este motor turbo é o ideal. O Compass sai da inércia rapidamente, com pouca aceleração e, por conta de uma ótima programação do câmbio automático, as marchas são trocadas antecipadamente, deixando o modelo aproveitar ao máximo o seu deslocamento por inércia.

Outra virtude deste câmbio é permitir reduções para o uso do freio motor mesmo que a sua rotação se aproxime do limite de segurança quando a marcha mais reduzida é engatada.

Contribui com este prazer o ótimo isolamento acústico. Na maior parte do tempo, só se ouve o atrito dos pneus com o asfalto. Em velocidades maiores, seu peso melhora o aproveitamento do embalo, mas o arrasto aerodinâmico se faz mais presente. O motor só é ouvido em subidas ou em giros acima das 3.000 rpm. Porém, ele é contido e não é estridente.

O ótimo conforto de marcha do Compass foi preservado. As suspensões independentes são calibradas de forma equilibrada entre conforto e estabilidade e a sua plataforma rígida tem boa distância entre-eixos, conjunto que resulta em um rodar mais próximo aos sedans médios do que aos SUVs de mesmo tamanho.

Elas isolam bem a cabine, deixam o carro bem assentado e suas oscilações ocorrem em frequências mais baixas que na maioria dos seus concorrentes diretos.

Crédito: Amintas Vidal

Consumo – Em nosso teste padrão de consumo rodoviário avaliamos o Compass com gasolina. Realizamos duas voltas de 38,4 km, uma mantendo 90 km/h e outra os 110 km/h, sempre conduzindo economicamente. Na volta mais lenta, atingimos 15,3 km/l e, na mais rápida, 12,9 km/l. Boas médias para um SUV do tamanho do segmento do Compass.

No teste de consumo urbano rodamos por 25,2 km em velocidades entre 40 e 60 km/h, fazemos 20 paradas simuladas em semáforos, com tempos cronometrados entre 5 e 50 segundos, e vencemos 152 metros de desnível entre o ponto mais baixo e o mais alto do circuito.

Neste severo teste, o Compass atingiu uma média de 8,1 km/l. O sistema stop&start funcionou com grande eficiência, desligando e ligando o carro em todas as paradas, de forma rápida e quase imperceptível.

O Compass, nessa versão Longitude e com este Pack 80 Anos, é uma opção interessante para quem quer algo diferente, pois o pacote terá oferta limitada a este ano.

Para quem pode pagar mais, consideramos a versão S a de melhor custo benefício, pois já vem com tudo que o modelo oferece, inclusive, o teto solar e os importantes sistemas de condução semiautônoma que não estão na lista de opcionais das duas primeiras versões.

O Jeep Compass é o SUV médio mais bem-sucedido em nosso mercado. Com essas melhorias, ele deve continuar a reinar por muito tempo, mesmo em um novo cenário.

Recentemente, dois novos concorrentes de peso entraram nessa briga: o Volkswagen Taos e o Toyota Corolla Cross. Porém, não chegaram nem perto de ameaçar o modelo da Jeep.

Na verdade, o Compass vai sofrer até com “fogo amigo”, pois o Jeep Commander, modelo com sete lugares, deve tirar vendas das suas versões mais caras. Mesmo assim, acreditamos que ele continuará na ponta da tabela.

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