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Pacote Outfit deixa Nivus Highline da VW com visual mais esportivo

Atualizações tornaram o design mais limpo e aerodinâmico, com inspiração nos carros elétricos
Pacote Outfit deixa Nivus Highline da VW com visual mais esportivo
Foto: Diário do Comércio / Amintas Vidal

Reestilizado na linha 2025, o Nivus adotou uma identidade visual inspirada nos carros elétricos da Volkswagen europeia.

Lanternas e faróis interligados por uma faixa luminosa, duas aberturas diagonais no para-choque dianteiro e a grade trapezoidal são os principais elementos do novo design do SUV cupê compacto.
No ano passado, foi apresentada essa mudança no visual e o pacote estético Outfit. Neste ano, para a linha 2026, a Volkswagen lançou a aguardada versão esportiva do Nivus, a GTS, equipada com o motor 1.4 turbo.

O Veículos Diário do Comércio recebeu o Nivus Highline para avaliação. A versão custa R$ 165,99 mil. A cor branca com teto preto e o pacote Outfit acrescem R$ 3,13 mil. O pacote Adas, mais R$ 4,21 mil. Dessa forma, o preço final é de R$ 173,33 mil.

Configurado assim, os equipamentos e recursos diferenciados do Nivus são: lanternas e faróis interligados por faixa em LED; painel digital de 10,25 polegadas; VW Play Connect com tela de 10,1 polegadas, internet embarcada e controle do carro por aplicativo; carregador de celular por indução; ar-condicionado digital; chave presencial; rebatimento elétrico dos retrovisores e rodas diamantadas (escurecidas) calçadas com pneus 205/55 R17.

Nivus Highline
Foto: Diário do Comércio / Amintas Vidal

Em termos de segurança, os destaques são: ACC (controle de cruzeiro adaptativo); frenagem autônoma de emergência; alerta de ponto cego e de saída de vaga; alerta, correção e centralização em saídas de faixa; sensores crepuscular e de chuva; sensores de estacionamento dianteiro e traseiro; e esterçamento automático da direção para execução de balizas.

Motor e câmbio

O motor do Nivus Highline é o 200 TSI, ou seja, 1.0 turbo com três cilindros e bicombustível. Ele rende 128/116 cv (etanol/gasolina) a 5.500 rpm, e seu torque é de 200 Nm (20,4 kgfm) a 2.000 rpm com ambos os combustíveis.

O câmbio é automático de seis marchas e permite trocas manuais pela alavanca ou pelos paddle shifters.
Segundo a Volkswagen, com etanol, essa versão acelera de zero a 100 km/h em 10 segundos e chega aos 192 km/h de velocidade máxima.

Mudanças

Alterando apenas os para-choques, as grades, os faróis e a iluminação interna das lanternas, a Volkswagen atualizou o Nivus.

O modelo perdeu a frente mais agressiva e ganhou um design mais limpo e aerodinâmico, influenciado por carros elétricos – modelos que não precisam de grandes entradas de ar para o arrefecimento.
Todas as outras partes externas e internas permaneceram inalteradas, exceto pelos materiais dos revestimentos, por alguns novos equipamentos e pelas rodas das versões, que foram redesenhadas.
O novo pacote opcional, Outfit, traz diversas peças em preto brilhante e bancos revestidos em material sintético que imita couro na cor azul.

Não houve alterações nas medidas. O Nivus tem 4,27 metros de comprimento, 2,65 metros de distância entre eixos, 1,76 metro de largura e 1,49 metro de altura.

Seus ângulos de ataque e de saída são de 18,3° e 26,4°, respectivamente, e ele tem 17,1 centímetros de vão livre. No porta-malas cabem 415 litros e, no tanque de combustível, 49 litros.

Crossover

Contudo, o Nivus continua sendo um crossover cupê, pois não tem altura em relação ao solo suficiente para ser homologado como um SUV. Na nossa opinião, essa característica é positiva.
Ele é alto o bastante para superar a buraqueira das ruas e estradas, porém, é mais estável e, consequentemente, mais seguro que os modelos utilitários esportivos da Volkswagen.
Com exceção da picape Saveiro, todos os modelos da Volkswagen são montados sobre a plataforma modular MQB.

Moderna, ela garante alto nível de segurança para os carros da marca, que contam com seis airbags e cinco estrelas nos testes do Programa de Avaliação de Carros Novos para a América Latina e o Caribe (Latin NCAP).

Por contarem com frenagem autônoma de emergência, Nivus, Tera e T-Cross são os carros compactos mais seguros do mercado nacional.

Apesar da segurança elevada, o acabamento interno desses modelos é simples. Todas as peças são feitas de plástico rígido, e apenas os apoios de braço das portas dianteiras trazem uma área revestida e acolchoada.

Nesta versão, o painel principal é revestido pelo mesmo material sintético dos bancos; porém, ele não é macio ao toque. Ainda assim, o design da cabine é atual e sua ergonomia é acertada.

Posição

No Nivus, é possível que o condutor se sente em uma posição relativamente baixa, mais adequada. Os assentos dos bancos são inclinados, oferecem bom apoio às pernas e “empurram” os corpos dos ocupantes contra os encostos.

Volante e pedais estão bem alinhados. Os equipamentos ficam à mão e não exigem grandes deslocamentos dos braços para serem alcançados. Apenas os botões dos vidros elétricos estão mais recuados do que o ideal.

Nivus Highline
Foto: Diário do Comércio / Amintas Vidal

No interior, quatro adultos ficam confortáveis. O espaço nos bancos dianteiros é muito bom.
Sentado atrás de um motorista com 1,70 metro, um passageiro de mesma altura tem cerca de 15 centímetros livres entre os joelhos e o encosto do banco dianteiro. No centro do banco traseiro, o console e o túnel central limitam bastante o espaço.

Equipamentos

Multimídia e ar-condicionado não têm botões físicos, mas diversos atalhos na tela e aberturas côncavas no painel de controle do sistema de refrigeração melhoram a usabilidade deles.

Atualizado, o VW Play recebeu internet embarcada. Agora, Spotify e Waze, por exemplo, podem ser usados sem a necessidade do celular. Outra evolução é a conexão do Nivus com o smartphone.
De qualquer lugar do planeta, é possível verificar parâmetros, ativar sistemas ou acompanhar o deslocamento do carro por meio de um aplicativo.

O ar-condicionado funciona por toque, mas há canaletas horizontais, em dois níveis, para regular a temperatura e a ventilação – o que permite o uso “cego” dessas duas principais funções.
Dotado de saídas para o banco traseiro, o sistema é eficiente no tempo de resfriamento e na manutenção da temperatura.

Sistema Adas está mais completo e a dinâmica encanta ao aliar esportividade com conforto

O quadro de instrumentos digital não é novo, mas continua eficiente. Configurável, permite escolher o tipo de grafismo para exibir maior ou menor número de informações nas laterais.
Ao centro dele, é possível monitorar diversos sistemas, como o computador de bordo e o funcionamento do Adas.

O Adas também evoluiu. Agora, o sistema conta com uma câmera, além do radar frontal já existente. O equipamento faz a leitura das faixas para a correção automática da trajetória.

Nivus Highline
Foto: Diário do Comércio / Amintas Vidal

O ACC é preciso e rápido nas desacelerações e retomadas. No entanto, o Nivus ainda não conta com freio de estacionamento eletrônico. O ACC continua sem o recurso de parada em semáforos, desabilitando-se quando a velocidade cai para 20 km/h.

Importantíssimos, os alertas de presença em ponto cego e de saída de vagas são recursos proporcionados pelos novos radares alojados dentro do para-choque traseiro.
Além dos sensores de aproximação dianteiros e traseiros, os novos sensores laterais ativaram o assistente de estacionamento automático.

O volante continua com muitos comandos; seu tamanho está no limite para ainda ser considerado esportivo, e a assistência elétrica está correta, garantindo conforto e segurança em todas as velocidades.

Dinâmica

Tecnologias à parte, o que encanta no Nivus é a sua dinâmica. Somado à ótima posição ao volante, o acerto das suspensões privilegia a estabilidade.

Ele aderna pouco em curvas e, assim como o Polo, no limite da aderência, tende a sair de forma equilibrada, nas quatro rodas – e não de frente ou de traseira -, reação mais segura e esportiva.
Mesmo tão esportivo, o balanço traseiro do Nivus contribui para o conforto de marcha. O peso da estrutura do porta-malas reduz um pouco a oscilação vertical da suspensão traseira, aumentando o conforto.

Isso não transforma o Nivus em um sedan, mas ele é mais confortável do que a sua esportividade sugere.
O motor 1.0 turbo, acoplado a um câmbio automático convencional, tem suas limitações, mas o acerto desse conjunto favorece a esportividade.

Principalmente no modo Sport, a turbina enche rápido e o Nivus acelera muito bem. Usando as aletas, o sistema permite reduções bruscas para freio-motor ou reacelerações.

Essa dupla não torna o Nivus tão esportivo quanto suas suspensões, mas garante ótimo desempenho para um veículo familiar.

Silêncio

Circulando suavemente, a programação mantém a marcha mais longa possível, e o carro aproveita bem o deslocamento por inércia – característica que contribui para o silêncio e o baixo consumo.
Por não ser tão alto, ter perfil coupé e isolamento acústico robusto, o Nivus é muito silencioso. Sobre o asfalto liso e com o motor em baixa rotação, seu rodar lembra o de carros elétricos.

Mas, apesar de a plataforma ser bastante rígida, o excesso de plásticos no interior causa alguns ruídos em pisos irregulares.

Avaliamos o consumo rodoviário do Nivus em uma viagem ao interior de Minas Gerais, com quatro adultos e bagagem. Em um total de 400 quilômetros, com etanol no tanque, registramos 13 km/l na ida e 12,4 km/l na volta.

No teste de consumo urbano padronizado, rodamos 25,2 quilômetros, em velocidades entre 40 e 60 km/h, com 20 paradas simuladas em semáforos e 152 metros de desníveis.

Nesse circuito severo, o Nivus atingiu média de 7,3 km/l, com etanol – consumo apenas razoável para um modelo 1.0 turbo equipado com sistema start-stop.

O Nivus sempre foi o coupé com o melhor design entre os modelos nacionais, além de ser um dos mais bem equipados. Reestilizado e mais tecnológico na linha 2025, ele continuará forte no mercado de compactos.

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