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Peugeot 208 GT marca na linha 2025 reestilização do hatch

Produzido na Argentina, modelo vendido no Brasil ficou igual ao europeu
Peugeot 208 GT marca na linha 2025 reestilização do hatch
Crédito: Diário do Comércio / Arquivo / Amintas Vidal

Na Europa, o 208 foi o carro do ano em 2020, o veículo mais vendido em 2022 e recebeu sua primeira reestilização na linha 2023.

Vendido no Brasil desde o modelo 2021, essa segunda geração do 208 foi reestilizada para a linha 2025 com as mesmas alterações europeias.

O DRL, que lembrava “dentes de sabre” e era a assinatura dos carros da Peugeot, foi substituído por três elementos em LED de cada lado que, agora, remetem às “garras do leão”. Junto a esta atualização, os modelos também estão recebendo a nova logomarca da Peugeot.

Veículos recebeu o Peugeot 208 GT Turbo CVT para avaliação. Atual versão de topo de gama do modelo, substituta da Griffe Turbo CVT, ela traz o mesmo design do e-208 GT, variante 100% elétrica do hatch compacto e que deixou de ser importada para o Brasil.

Peugeot 208 GT
Crédito: Diário do Comércio / Arquivo / Amintas Vidal

No site da montadora, o seu preço é R$ 126,99 mil, na cor preta metálica. Em março, promocionalmente, era R$ 120,99 mil.

As outras únicas duas cores disponíveis para o 208 GT são o branco perolizado e o cinza metálico da unidade avaliada, ambas elevando em R$ 2 mil o seu valor final.

O 208 GT é completo de série, não tem opcionais, mas pode receber diversos acessórios. A unidade avaliada estava equipada com três deles: kit de peças aerodinâmicas, soleira em alumínio escovado e cabide para paletó adaptável aos encostos de cabeça dianteiros.

Os principais equipamentos de série do Peugeot 208 GT são: teto solar panorâmico fixo; painel digital 3D; multimídia com espelhamento sem cabo; chave presencial; carregador de celular com ventilação; farol em full LED e ar-condicionado automático e digital.

As rodas aro 17 polegadas diamantadas e fechadas por peças plásticas, calçadas com pneus 205/45 R17, as proteções das caixas de rodas pintadas em preto brilhante e os revestimentos dos bancos com costuras aparentes são iguais aos do e-208 GT e detalhes exclusivos do 208 GT “nacional”.

No quesito segurança, o 208 GT também é o mais equipado da gama. Os principais são: seis (6) airbags; alerta de colisão eminente; frenagem automática de emergência; aviso de saída de faixa; reconhecimento de placas de velocidade; detector de fadiga do motorista; comutação automática do farol alto; sensor de chuva e câmera de estacionamento traseira com visão 180°.

Motor e câmbio

O conjunto T200 é composto pelo motor GSE 1.0 Turbo 200 e pelo câmbio automático do tipo CVT com sete (7) marchas programadas e cambiáveis, engenharia desenvolvida e fornecida pela Fiat.

Este três cilindros atinge potência de 130/125 cv às 5.750 rpm, com etanol e gasolina, respectivamente. O torque máximo é de 20,4 kgfm às 1.750 rpm, com ambos os combustíveis.

Segundo a Stellantis, o 208 GT atinge velocidade máxima de 206 km/h. Ele acelera, de 0 a 100 km/h, em 9 segundos.

O design é a maior virtude do 208. Muito espelhado nos SUVs da Peugeot, sua carroceria tem robustez e agressividade rara em hatches compactos.

Seu volume frontal é alto, destacado da cabine. As laterais têm linha de cintura igualmente alta e janelas estreitas. Na traseira, lanternas horizontais interligadas por peça plástica diferenciam o modelo no segmento.

Missão difícil, a reestilização conseguiu melhorar o belo design do 208, e com poucas alterações.
O para-choque dianteiro redesenhado recebeu uma grade maior e os nichos do novo DRL em LED, sendo essa a grande mudança.

Nova disposição das luzes internas, dos faróis e das lanternas, e as exclusividades da versão GT completam as novidades externas.

Interior

Por dentro, apenas o padrão dos revestimentos da versão GT é inédito. A cabine do 208 é envolvente e os materiais usados têm uma aparência tecnológica.

O painel arqueado se estende às portas em uma linha contínua e é revestido em material que imita fibra de carbono.

O desenho é limpo, os poucos botões de controle são teclas inspiradas em elementos aeronáuticos e os detalhes metálicos realçam as partes internas.

Peugeot 208 GT
Crédito: Diário do Comércio / Arquivo / Amintas Vidal

Mesmo que a oferta de materiais macios ao toque seja pobre e o encaixe do painel com as portas seja impreciso, o design é arrebatador.

A ergonomia diferenciada do 208 combina com sua imagem esportiva. O volante é mínimo e tem proporção retangular, pois a parte superior e sua base são retilíneas.

Chamado de I-Cockpit, o quadro de instrumentos é visto por cima do volante, um conceito diferenciado.
Diferentemente dos modelos da Citroën, é possível deixar o banco baixo no 208, posicionando-se mais esportivamente. As pernas ficam mais na horizontal e corretamente alinhadas com o volante e os pedais.
O espaço continua amplo para o passageiro da frente, pois o painel principal é recuado, algo que deixa muita área livre nessa posição.

Mas, a fartura acaba por aí. No banco traseiro, só dois adultos andam com algum conforto, sem sobras para as pernas e as cabeças. Ao centro do mesmo, apenas uma criança.

Como em quase todo compacto, a ergonomia do 208 é boa. Sem grandes deslocamentos dos braços os comandos são alcançados.

Entretanto, o minimalismo no design prejudica a usabilidade dos equipamentos de bordo. Faltam botões físicos para operar o multimídia e o ar-condicionado. Por sinal, o segundo é quase totalmente controlado na tela do primeiro.

Existem teclas de atalho para o ar-condicionado, é verdade, mas elas não são completas. Operam algumas funções como ativação da refrigeração, resfriamento máximo e recirculação. Temperatura e ventilação, ajustes básicos, apenas na página do multimídia dedicada a este.

O porta-malas do 208 comporta apenas 265 litros e, o tanque de combustíveis, 47 litros. Pesando 1.177 kg, o 208 GT tem carga útil de 400 kg e capacidade de reboque de 500 kg.

Arisco, modelo fica ainda mais divertido de guiar com o câmbio no modo manual

O multimídia apresenta lay-out compartimentado do espelhamento que aproveita toda a longa tela da central.

O Android Auto está atualizado e permite reprodução de mensagens em áudio. O som tem ótima potência, mas apresenta distorções nos volumes mais altos.

O sensor de aproximação traseiro e a câmera 180° são muito úteis, pois as janelas estreitas e as largas colunas “C” não colaboram com a visibilidade.

O sistema utiliza câmera única que só fornece visão ampla quando o carro se desloca. O seu ângulo ficou muito baixo.

O quadro de instrumentos digital com efeito 3D oferece opções de quatro layouts, números visíveis e ótima hierarquia no tamanho de suas informações. A falta de frações na indicação da rotação do motor e na distância percorrida são seus únicos defeitos.

O teto de vidro panorâmico sofistica a versão e entrega uma ambientação diferenciada. Sua cortina tem acionamento manual e o vidro não abre, mas é único entre os concorrentes.

Rodando

Como informamos anteriormente, o 208 tem uma proposta muito diferenciada em relação aos carros da Citroën, e isso também reflete em sua dinâmica.

Nas versões com motor turbo, o desempenho esportivo combina com o volante pequeno e a direção elétrica leve e muito direta, qualidades que raramente andam juntas.

Crédito: Diário do Comércio / Arquivo / Amintas Vidal

Acerto recorrente na Stellantis, o volante fica pesado prematuramente, mas isso contribui com a esportividade.

Acelerando agressivamente, observamos dois comportamentos distintos. Partindo da inércia, o turbo demora um pouco a encher, entregando ótimo desempenho após ser pressurizado.

Mas, nas retomadas, quando o motor já está girando acima das 1.500 rpm, ele reage imediatamente ao comando do acelerador e deixa o carro muito responsivo.

Usar o câmbio no modo manual e acelerar tudo é o mais divertido. A rotação sobe até o limite de proteção do motor, antes da próxima marcha entrar, extraindo o seu melhor.

O carro fica muito arisco, o ronco do motor é gostoso de ouvir e o desempenho está acima da média para modelos com motor 1.0 e câmbio CVT, normalmente, um tipo de transmissão pouco esportivo.
Andando suavemente, a programação deixa a marcha mais longa possível, algo que contribui com o deslocamento por inércia.

Mas, aparentemente, o diferencial usado no 208 é um pouco mais curto, pois é difícil andar aos 90 km/h abaixo das 2.000 rpm e aos 110 km/h antes das 2.300 rpm. Assim, o hatch fica vivo o tempo todo, mas menos econômico do que poderia ser.

A Stellantis não equipou o 208 com aletas para as trocas de marchas, como fez no 2008, mas é possível cambiar na alavanca. Permissivo, o sistema ajuda a usar o freio motor na condução.

Mais baixo e com a calibragem das suspensões mais rígida, 208 GT é bem mais estável que os carros da Citroën. Ele faz curvas com maior controle direcional e inclina menos a carroceria.

No 208 as imperfeições do piso são mais sentidas na cabine e a frequência de trabalho do conjunto de molas e amortecedores é mais alta, diminuindo o conforto a bordo.

Consumo

Essa esportividade cobra na eficiência energética. Em nosso teste padronizado de consumo rodoviário, realizamos duas voltas no percurso de 38,4 km, uma mantendo 90 km/h e outra os 110 km/h, sempre conduzindo economicamente.

Na volta mais lenta atingimos 17,2 km/l. Na mais rápida, 15,3 km/l, sempre com gasolina no tanque.
Em nosso circuito urbano de 6,3 km realizamos quatro voltas, totalizando 25,2 km. Simulamos 20 paradas em semáforos com tempos entre 5 e 50 segundos.

Vencemos 152 metros entre o ponto mais alto e o mais baixo do acidentado percurso. Nessas condições mais severas, o Peugeot 208 GT finalizou o teste com 9,6 km/l, também com gasolina.

Estes números são bons, mas ficam abaixo de outros modelos com este mesmo conjunto T200 e de alguns concorrentes.

É difícil encontrar alguém que não ache o 208 o hatch mais bonito vendido no Brasil. Essa versão GT, então, ficou ainda mais atraente com os detalhes do e-208. Porém, é um carro para quem quer abrir mão do conforto de marcha e do espaço interno.

*Essa e outras matérias estão no nosso blog

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