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Renault Duster evoluiu muito com o tempo

SUV compacto recebeu reestilizações e tecnologias que melhoraram o modelo
Renault Duster evoluiu muito com o tempo
Crédito: Amintas Vidal

Lançado em 2011, o Duster era um SUV raiz e carregava um visual já datado àquela época. Muitos cromados e formas arredondadas, em alguns detalhes, destoavam da carroceria robusta.

Na reestilização de 2015, faróis e lanternas ganharam assinatura mais moderna, assim como os cromados foram abolidos.

Em 2020, o design da carroceria mudou, diversas peças foram redesenhadas, completamente ou parcialmente, e o interior foi todo refeito.

Em 2022 chegou o motor turbo e, na linha 2024, o Duster recebeu 6 airbags, novas lanternas, faróis baixos, setas e assinatura luminosa em LED e carregador de celular por indução.

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O Veículos recebeu o Duster Iconic Plus 1.3 TCe para avaliação, versão de topo da gama. No site da montadora, seu preço sugerido é R$ 157,99 mil.

A pintura metálica e o pacote opcional Outsider Pack elevam o valor da unidade avaliada para R$ 161,69 mil.

O opcional Outsider Pack acrescenta protetores das portas mais volumosos e os faróis de milha instalados sobre uma estrutura plástica que parece um para-choque de impulsão.

Renault Duster
Crédito: Amintas Vidal

Seus principais equipamentos de série são: ar-condicionado automático; direção elétrica; chave-cartão com sensor presencial; central multimídia Easylink 8 polegadas; carregador de celular por indução; revestimento dos bancos em material sintético que imita o couro; retrovisores e barras de teto na cor preta; alargadores de para-lamas e rodas diamantadas de 17 polegadas com pneus 215/60 R17.

Em segurança, os destaques são: 6 airbags; freios ABS; controle eletrônico de estabilidade (ESP) com auxílio de partida em rampa (HSA); alerta de ponto cego; sistema Multiview de câmeras; sensores de estacionamento traseiro, chuva e crepuscular e faróis de neblina.

Motor e câmbio

O motor turbo 1.3 TCe tem bloco de 4 cilindros, cabeçote em formato delta, duplo comando tracionado por corrente e 16 válvulas com variação de abertura na admissão e no escape.

A potência é de 170/162 cv às 5.500 rpm, com etanol e gasolina, respectivamente, e seu torque máximo é de 27,5 kgmf às 1.600 rpm, com ambos os combustíveis.

Renault Duster
Crédito: Amintas Vidal

A caixa de marchas CVT X-Tronic tem oito (8) velocidades simuladas que podem ser comutadas na alavanca do câmbio. O acoplamento é feito por conversor de torque convencional.

Mudanças

O modelo 2024 recebeu DRL (luz de rodagem diurna) e farol baixo em LED. Substituindo a lanterna de 2021, a nova tem a mesma assinatura em “Y” deitado do farol e perdeu a semelhança com a do Jeep Renegade.

Também orientado na horizontal, seu interior ganhou painéis, saídas de ar, multimídia e diversas outras peças retangulares, com linhas mais paralelas e quinas mais vivas possíveis.

O volume de porta-objetos foi ampliado em 1,5 litros, atingindo 20,3 litros no total. O porta-malas manteve os 475 litros de capacidade, assim como o tanque de combustível, os mesmos 50 litros.

O Duster é um dos SUVs compactos mais espaçosos do mercado. Quatro adultos têm área de sobra para cabeças ombros e pernas.

Até ao centro do banco traseiro é possível acomodar um quinto adulto, mas com menos conforto, pois encosto, assento e túnel central são elevados.

Atualmente, o Duster traz os melhores equipamentos que a Renault oferece no Brasil. O multimídia com espelhamento sem fio é muito estável e oferece aplicações úteis, mas em tamanho da tela e desempenho o sistema já está ultrapassado.

O som tem boa qualidade, potência normal e pode ser operado por comando satélite. Sensor de ré e as câmeras ajudam em cidades e trilhas. As imagens poderiam ter maior definição.

No painel de instrumentos, velocímetro e conta-giros são analógicos, têm graduação completa, de 5 em 5 km/h, e de 100 em 100 rpm, respectivamente, padrão gráfico ideal.

Renault Duster
Crédito: Amintas Vidal

Entre eles, um display digital informa o combustível, marcha engrenada e informações do computador de bordo. Aplicativo no multimídia complementa essas informações.
O ar-condicionado é quase prefeito. Ele é eficiente e tem botões físicos para todos os comandos. Seu único defeito é desativar a recirculação quando o carro é desligado.

Chave presencial abre as portas por aproximação e fecha por afastamento. O alerta luminoso de ponto cego amplia bastante a segurança. Tecnologias que mudam a usabilidade de um carro.

A direção elétrica é muito mais leve que a antiga eletro-hidráulica existente até 2020. Ela garante leveza nas manobras de estacionamento e varia progressivamente com a velocidade.

Projeto

Projetados para a Europa Oriental, região com infraestrutura, muitas vezes, similar à do Brasil, as suas suspensões são robustas, adequadas às nossas pavimentações. Por ser um SUV, mais alto que os outros modelos, a suspensão do Duster é ainda melhor.

Elas absorvem bem os impactos e copia a superfície do solo emitindo poucos ruídos, todos graves, um misto do trabalho de retorno dos amortecedores com a acústica dos volumosos pneus, altos, medindo 215/60 R17, como convém aos SUVs mais confortáveis.

Já o encaixe das peças plásticas sobre monobloco merecia melhor isolamento. Ao circular sobre pisos irregulares, os painéis plásticos rangem nessas condições mais extremas.

Mas, sobre asfalto, o Duster atual é muito silencioso. O arrasto aerodinâmico é muito contido e o atrito dos pneus quase não invade a cabine. O isolamento acústico melhorou bastante.

Em curvas, o Duster aderna em princípio, apoia em seguida e mantém o controle direcional. Ele é seguro em uma condução responsável, condizente com sua proposta de modelo familiar.

Motor 1.3 turbo garante desempenho com suavidade e precisão

Porém, o maior ganho veio do novo motor e da reprogramação do câmbio CVT. Em velocidade de cruzeiro, com algum curso do acelerador, o câmbio entrega relações longas e deixa o Duster solto.

Aos 90 km/h o motor trabalha às 1.500 rpm e aos 110 km/h, às 1.950 rpm. Essa característica também ajuda com o silêncio a bordo e o baixo consumo.

Só não gostamos do recurso de freio-motor automático: toda vez que se tira o pé do acelerador, a programação do câmbio CVT reduz a relação de marcha retendo o deslocamento por inércia.

Preferimos quando temos a opção de reduzir apenas quando necessário e podemos deixar o carro embalado.

Como em todos os modelos turbinados, o desempenho é o que mais arranca sorrisos dos seus donos, principalmente quando os motores têm mais de um litro.

No caso deste 1.3 do Duster, além de entregar desempenho, o motor trabalha sem vibrações e é muito suave e preciso.

Com curso total do acelerador, ele responde rápido, praticamente sem atraso da turbina. As marchas programadas são esticadas ao limite da rotação de segurança, são cambiadas sem trancos e o Duster acelera mais esportivamente que a sua altura do solo e volume sugerem.

Tamanho desempenho merecia paddle shifters para trocas mais esportivas. Mas, existe a possibilidade de trocas na alavanca de marchas, essas, acertadamente programadas, pois elas são avançadas puxando a alavanca para trás e reduzidas levando a mesma para frente.

Consumo

Em nossos testes de consumo rodoviário padronizado, realizamos duas voltas no percurso de 38,7 km, uma mantendo 90 km/h e outra, 110 km/h, conduzindo economicamente.

Na volta mais lenta, o Duster turbo registrou 16,1 km/l. Na mais rápida, 14 km/l, ambas com gasolina.

Na semana desta avaliação, ocorriam obras em nosso circuito de teste urbano, inviabilizando a aferição padronizada. Em cidades, o consumo variou entre 8 e 9 km/l, também com gasolina.

O Duster é sem dúvida o modelo da Renault que mais amadureceu em nosso mercado. Mesmo não estando entre os SUVs mais modernos, pois já nasceu rústico, ele é uma ótima opção para quem quer um modelo robusto e que está muito melhor após inúmeras evoluções.

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