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Com tração 4×2, Sahara é a versão mais completa do Jeep Renegade

Modelo se destaca pelo pacote de equipamentos e por oferecer teto solar panorâmico de série
Com tração 4×2, Sahara é a versão mais completa do Jeep Renegade
Foto: Diário do Comércio / Amintas Vidal

A linha 2025 do Renegade ganhou quatro novas versões: Altitude (baseada e substituta da versão Sport, porém melhor equipada), Night Eagle (baseada na versão Longitude, com acabamentos all black), Sahara (versão original, a 4×2 mais completa) e Willys (versão original, a 4×4 mais completa).

A Jeep mexeu novamente na linha 2026 do SUV compacto. A versão Sport retornou, simplificada e posicionada como a versão de entrada.

A Night Eagle se tornou um pacote opcional da versão Longitude. A versão Willys ganhou um pacote opcional comemorativo pelos 10 anos do início da produção do Renegade no Brasil.

Veículos recebeu o Renegade Sahara T270 4×2, ano 2025, para avaliação. No site da montadora, seu preço sugerido é R$ 169.990l, na cor preta sólida. Cores metálicas custam R$ 2.200 a mais e as perolizadas, R$ 2.500 a mais. Completa de série, a versão Sahara não tem opcionais. Os equipamentos e recursos diferenciados são: teto solar panorâmico e retrátil; multimídia com GPS nativo e sistema Adventure Intelligence; ar-condicionado de dupla zona; carregador de celular por indução com ventilação; chave presencial com partida remota; revestimento dos bancos em material sintético que imita couro; friso protetor nas portas; rodas diamantadas e pneus 225/55 R18.

Jeep Renegade Sahara
Foto: Diário do Comércio / Amintas Vidal

Em termos de segurança, os diferenciais são: frenagem autônoma de emergência; alerta de ponto cego; alerta de saída de faixa com correção de trajetória; reconhecimento de placas; faróis e lanternas em LED; comutação automática dos faróis; sensor crepuscular e de chuva, além de sensores de estacionamento dianteiro e traseiro.

Motor e câmbio

O motor do Renegade Sahara é o 1.3 turbo. Adaptado ao Proconve L8, sua potência foi reduzida para 176 cv a 5.750 rpm, e o torque máximo permaneceu em 27,5 kgfm a 1.750 rpm, com gasolina ou etanol.
O torque foi mantido, mas o motor rendia 185/180 cv (gasolina/etanol) de potência antes da adaptação ao Proconve L8 (Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos Automotores).

Segundo a Jeep, o Renegade Sahara acelera de 0 a 100 km/h em 8,8 segundos e atinge 209 km/h de velocidade máxima.

O câmbio é automático convencional de seis marchas. Ele conta com paddle shifters para trocas manuais e programação Sport. Para transposição de obstáculos, o conjunto dispõe do Jeep Traction Control+.

Lançado no Brasil em 2015, inspirado no Jeep Willys 1941, o modelo de design quadrado e faróis redondos sempre fez sucesso. Levemente reestilizado em 2019 e em 2022, o Renegade permanece o mesmo desde então.

Exterior e interior

Externamente, a novidade traz o emblema Sahara, adesivos nas colunas “C” alusivos à versão, protetores de portas na cor da carroceria e teto e retrovisores em preto brilhante.

Proveniente do Jeep Commander, a cor Slash Gold (perolizada, em tom de areia) foi disponibilizada exclusivamente para a versão Sahara.

Jeep Renegade Sahara
Foto: Diário do Comércio / Amintas Vidal

Internamente, não há diferenciação na Sahara. O interior preto monocromático é o mesmo de outras versões.

Equipamento de série, presente apenas nesta e na versão Willys, o teto solar é o destaque. Ocupando quase toda a área superior do modelo, oferece ampla visibilidade e seu vidro se abre quase até a metade.
O acabamento interno continua sendo referência no segmento. Diversas áreas e peças são revestidas por materiais macios, e todos os plásticos apresentam ótima qualidade de injeção e texturas agradáveis ao toque.

Ergonomia

A ergonomia do Renegade é acertada, com todos os comandos à mão. O espaço interno é muito bom para cabeças e ombros de quatro adultos. Para as pernas dos ocupantes traseiros, é suficiente.
Ao centro desse banco, apenas uma criança viaja com conforto. Há porta-objetos em bom número e de capacidades razoáveis.

Mesmo compacto, o Renegade é robusto. Mede 4,27 metros de comprimento, tem 2,57 metros de distância entre-eixos, 1,80 metro de largura e 1,70 metro de altura.

Pesando 1.468 kg, transporta e reboca até 400 kg. O porta-malas tem 320 litros de capacidade e o tanque de combustível comporta 55 litros.

Os ângulos para o fora de estrada da versão Sahara são bons: 22º no ataque, 32º na saída e 22º no vão central. A altura livre do solo é de 192 mm. Porém, os pneus não são de uso misto, sendo voltados apenas para o asfalto e estradas de terra batida em boas condições.

Recursos

Os equipamentos de bordo do Renegade contam com botões físicos, giratórios para funções principais e de pressão para as secundárias, arquitetura considerada ideal. Os recursos embarcados no Sahara são os melhores da Jeep.

O sistema Adventure Intelligence permite o monitoramento do SUV por aplicativo de celular. Ligar o motor ou buzinar remotamente, assim como receber alertas de circulação em área não autorizada, são alguns dos seus recursos.

Outro destaque é a conectividade com uma central de atendimento remoto. Há botões dedicados: um para obter informações gerais e outro para acionar resgate em caso de defeito mecânico ou acidente.
Em definição de imagem, grafismos, recursos e funcionamento, o sistema multimídia está entre os melhores do mercado. O sistema de som reproduz músicas de streaming em altos volumes, com boa qualidade sonora.

Preparada para aproveitar o bom desempenho do motor, versão não é a ideal para o off-road

O Renegade é alto, tem colunas largas e visibilidade limitada. A câmera de ré, com alta definição de imagem e guias dinâmicas, assim como os sensores de aproximação dianteiro e traseiro, ajuda bastante.
O ar-condicionado, que possui página dedicada no multimídia, é eficiente no tempo de resfriamento e na manutenção da temperatura. Sua ventilação tem boa intensidade e é pouco ruidosa, mas falta saída de ar para o banco traseiro.

O quadro de instrumentos digital é exemplar. Mesmo não sendo o maior do mercado, está entre os mais funcionais.

O painel permite diversas configurações, apresenta sequência lógica das páginas e informa dados raros, como a temperatura do óleo, a tensão da bateria, o funcionamento do turbo e a força G atuante em acelerações, frenagens e curvas.

Jeep Renegade Sahara
Foto: Diário do Comércio / Amintas Vidal

Além do computador de bordo, os botões no volante operam o telefone, o controlador de velocidade e o sistema de som. Este último é acionado por comandos de uso cego, localizados atrás do volante, o tipo mais seguro.

Direção elétrica

A direção elétrica é leve em manobras, tem peso adequado em velocidades maiores, mas deveria perder a assistência de forma mais progressiva em velocidades intermediárias, pois fica pesada nessa condição.
Além do ganho estético, esse conjunto de roda e pneu aumenta a estabilidade do modelo, principalmente em curvas e sobre o asfalto liso.

Mesmo alto, o Renegade Sahara entra em curvas com pouca rolagem da carroceria, mantém o controle direcional, sem sair de frente ou de traseira, e não chega a cantar pneus em excesso.

Esse ganho dinâmico cobra seu preço. O Sahara é o Renegade menos confortável da linha. Com pouco amortecimento primário, devido ao ombro baixo do pneu, as suspensões oscilam a carroceria em frequência mais alta e transferem imperfeições do piso para o interior. O Sahara não é um Jeep para a terra.

Desempenho

O desempenho corresponde a essa dinâmica. O turbo enche rápido, o torque já fica disponível em baixa rotação e o Renegade acelera de forma esportiva.

No modo Sport, a rotação sobe e as marchas são esticadas, melhorando o desempenho. Usando os paddle shifters, reduções mais bruscas são permitidas.

Acelerando suavemente, as trocas são antecipadas, o giro fica baixo e o Renegade deveria deslizar bem por inércia, pois a 110 km/h o motor gira abaixo das 2.000 rpm.

Mas é perceptível que a carroceria provoca retenção aerodinâmica além do esperado. O atrito dos pneus e o arrasto aerodinâmico também se sobressaem acusticamente.

Consumo

Apesar de pequeno, esse motor é muito potente. Contudo, não é tão econômico. Em nosso circuito rodoviário de 38,4 km, aferimos 16,8 km/l a 90 km/h e 13,4 km/l a 110 km/h, sempre com gasolina.
No circuito urbano de 25,2 km, com 152 metros de variação de altitude e 20 paradas simuladas em semáforos, o Renegade Sahara registrou 8,6 km/l, também com gasolina. Estava muito frio e o sistema stop/start funcionou pouco.

A versão Sahara é para quem deseja um Renegade repleto de equipamentos, com visual sofisticado e que não precisa da tração 4×4. Para quem pretende rodar no fora de estrada, as versões Trailhawk e Willys são as mais indicadas.

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