Stellantis lança SUV Fastback Abarth

Em novembro do ano passado, a Abarth, marca pertencente à Fiat, voltou ao mercado com o Pulse. Agora, no dia 23 de outubro, ela apresentou para a imprensa especializada o Fastback Abarth. Não por acaso, os dois lançamentos estavam sob o signo de escorpião.
Karl Abarth era um piloto e engenheiro austríaco nascido em novembro de 1908, cujo signo virou a sua marca.
Entre as décadas de 1950 e 1960, ele produziu, oficialmente, modelos Abarth para a Fiat que se tornaram os carros esportivos da montadora italiana.
Em 1971, a Fiat comprou a fábrica e a marca Abarth, que assina as suas versões “envenenadas” até hoje.
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O Pulse e o Fastback são SUVs compactos de uma mesma família. O Pulse tem carroceria tradicional de dois volumes e traseira curta.
O Fastback tem traseira alongada, no estilo coupé. Por ter este design da moda, o mais desejado atualmente, o Fastback Abarth era, até mesmo, mais esperado do que o Pulse Abarth.
Espelhado no Pulse Abarth, o Fastback Abarth chegou com o mesmo pacote de equipamentos de série, o visual externo um pouco mais discreto, porém com aerofólio e escapamento inéditos, interior idêntico e as mesmas modificações técnicas, todas acertadas para este modelo que é mais pesado e tem essa massa extra concentrada na porção inferior da carroceria.
Equipamentos
O Fastback Abarth traz os melhores equipamentos que a Fiat oferece em seus modelos compactos.
Os destaques são: internet por chip 4G e serviços on-line Connect Me; multimídia com tela de 10,1 polegadas; GPS embarcado da marca TomTom; carregador do celular por indução eletromagnética com ventilação dedicada; ar-condicionado digital com saídas para o banco traseiro; rebatimento elétrico dos retrovisores; acionamento elétrico do freio de mão com função hold, entre outros.
Em segurança, os recursos que mais se destacam são: frenagem autônoma de emergência; alerta de saída de faixas com correção da trajetória; comutação automática dos faróis alto e baixo; controles de tração e de estabilidade; quatro airbags e faróis e lanternas em LED.
Visual
O visual Abarth do Fastback, em relação ao do Pulse, ganhou pintura na porção superior dos borrachões que circundam o carro, deixando a carroceria mais discreta.
Também perdeu adesivos laterais com o logotipo da marca, item que virou acessório de concessionária.
No mais, eles são iguais. Existem sete escorpiões que estão nas rodas, grade frontal e nas laterais.
Na tampa do porta-malas, um logotipo Abarth substitui a logo que completaria os oito escorpiões, aplicação tradicional na indumentária da marca mundo afora.
Acima desta tampa, está um inédito aerofólio que foi desenhado para ser funcional e, não, apenas estético.
O para-choque traseiro foi redesenhado, ganhou formato de extrator e nichos para a saída dupla e separada do sistema de escapamento. Como o aerofólio, este extrator também tem função aerodinâmica.
Segundo a Stellantis, o ganho aerodinâmico dessas duas peças propiciou ao Fastback Abarth atingir 220 km/h de velocidade máxima, 10 Km/h a mais do que o Fastback Limited Edition, versão que usa o mesmo motor, mas não tem essas modificações e, ainda, é 5 mm mais alto.
Interior
Internamente, os dois modelos Abarth são iguais. Por dentro existe a predominância do preto em todas as peças e revestimentos.
A porção central do painel principal é revestida com uma imitação de fibra de carbono. As costuras destes revestimentos, e o friso que adorna este painel, de fora a fora, têm a cor vermelha.
Também tradicional, o escorpião aparece em cinco peças internas, além de dar as boas-vindas na tela do multimídia.

Recurso exclusivo dos modelos Abarth, o painel digital informa pressão do turbo, força G, percentual da potência instantânea, além dos dados usuais.
Com o acionamento da tecla Posion, posicionada no volante, o grafismo também fica mais esportivo.
Assim como no Pulse Abarth, e em todos os Fastback, o console central é mais elevado e inteiriço, além de existirem novos nichos para objetos.
O ar-condicionado tem posição mais ergonômica e saídas de ventilação para o banco traseiro. O freio de estacionamento é elétrico e a área do carregador de celular por indução eletromagnética é mais ampla e refrigerada.
Motor e câmbio
Tanto o Fiat Fastback Limited Edition, quanto o Pulse e o Fastback Abarth usam o motor turbo GSE 1.3 de 4 cilindros em linha com os mesmos acertos.
Seu torque máximo alcança 27,5 kgmf (270 Newton metro) às 1.750 rpm com ambos os combustíveis e a potência máxima atinge 185/180 cv às 5.750 rpm, com etanol e gasolina, respectivamente.
Também igual, o câmbio é automático convencional com conversor de torque e seis (6) marchas. Ele oferece comutação manual pela alavanca ou pelos paddle-shifters (aletas) posicionados atrás do volante.
Porém, os modelos Abarth passaram por mudanças para terem um desempenho superior aos modelos da Fiat.
Eles contam com um modo de condução próprio, o Posion. Sua programação entrega respostas superiores à do modo Sport dos carros da Fiat.
Além desta diferença, novas especificações de rodas, freios, ponteiras de direção, suspensões, escapamento e diversos ajustes eletrônicos foram aplicados aos SUVs Abarth, sendo alguns comuns ao Fiat Fastback Limited Edition.
As rodas do Fastback Abarth são mais largas, têm tala de 7,5 polegada, meia polegada a mais. Isso favorece na aderência, pois os ombros dos pneus cedem menos em curvas.
Mesmo assim, ao ser projetado, o conjunto das quatro rodas ficou 5 kg mais leve. Com este, e outros ganhos em peso, a relação peso/potência do Fastback Abarth ficou em 7 kg/cv.
Segundo a marca, o modelo acelera de 0 a 100 km/h em 7,6 segundos, tempo 6% menor do que o Fiat Fastback Limited Edition.
Alterações
Os discos de freio dianteiros foram ampliados para 305 mm, garantindo maior superfície de contato com as pastilhas e uma massa mais densa para dissipar o calor resultante das frenagens.
Na dianteira, o conjunto de molas está 7% mais rígido e os amortecedores são 12% mais estáveis. Atrás, molas estão 6% mais rígidas e amortecedores 21% mais estáveis.
Em relação ao Fastback Limited Edition, houve alteração nos pontos de fixação das ponteiras do sistema de direção e a reprogramação da assistência elétrica do mesmo, deixando o esterço 4% mais direto e o apontamento em entrada de curva 10 % mais rápido.
A tubulação de escapamento foi redesenhada visando um melhor fluxo na exaustão, com um novo ruído de funcionamento diferente do Pulse Abarth, e a utilização de saída dupla separada e funcional.
Essas alterações nas suspensões e no sistema de direção mudaram a dirigibilidade do Fastback Abarth.
Em relação à sua dinâmica veicular, a Stellantis informou que o modelo entrega respostas à direção até 49% mais rápidas, a rolagem da carroceria está 8% menor e ele pode atingir acelerações laterais consideravelmente maiores sem que o carro perca o seu controle direcional.
Além desta reprogramação no gerenciamento da assistência elétrica da direção, diversos softwares do Fastback Abarth foram alterados para motor, câmbio e pedal do acelerador entregarem curvas de funcionamento muito mais agressivas que no Fastback Limited Edition, apesar dos seus motores terem os mesmos números de potência e torque.
Os mapas de calibração das centrais eletrônicas do motor e do câmbio diminuíram o tempo de entrega da potência e do torque, assim como reduziu o intervalo entre o engate de uma marcha para outra.

Primeiras impressões são as melhores possíveis
Os modelos Abarth passaram por mudanças para terem um desempenho superior aos modelos da Fiat. Eles contam com um modo de condução próprio, o Posion. Sua programação entrega respostas superiores à do modo Sport dos carros da Fiat.
No modo Poison, as trocas ocorrem em rotações 30% mais altas, e elas se mantêm elevadas entre as marchas, aproximadamente, com este mesmo percentual.
Tão importante quanto essa diferença, a resposta deste conjunto ao curso do acelerador fica até 100% mais rápida quando o modo está ativado, pois com 50% do curso do pedal, a alimentação do motor já está no máximo da capacidade, algo semelhante à resposta do motor quando o pedal está em kick down e a tecla Poison não está acionada.
Fechando as alterações no modo Poison, os sistemas de tração e de estabilidade ficam mais permissivos e a vetorização de torque é ativada.
Este conjunto de controle direcional deixa o Fastback Abarth escorregar mais em curvas sem que ele atue nas rodas ou corte a alimentação do motor prematuramente, visando um comportamento mais esportivo do carro em pistas.
Exclusivamente com este botão ativado, a vetorização dinâmica de torque transfere mais força para a roda do lado de dentro da curva reduzindo a saída de frente do carro e, assim, permitindo ao mesmo contornar essas curvas em velocidades mais altas.
Uma programação eletrônica adicional feita no Fastback Abarth reduz as marchas nas freadas intensas para deixar o motor com a rotação levada, pronto para as reacelerações, recurso muito útil em pistas ou, até mesmo, em ultrapassagens seguidas realizadas em estradas.
Na pista
O evento de lançamento do Fastback Abarth ocorreu no autódromo da Fazenda Capuava, localizado em Indaiatuba (SP).
Lá, pudemos avaliar o modelo apenas na pista, seu habitat natural. Antes de assumirmos a direção, o ronco das unidades que já circulavam em testes chamou muito a atenção.
Grave e com um leve “pipoco”, ele ficou ao gosto dos entusiastas. Na pista, a aceleração empolga, mas não surpreende, pois já esperávamos deslocamento semelhante ao do Fastback Limited Edition.
Mas, em curvas, quanta diferença. A frente do carro aponta rapidamente, a trajetória é mantida até o limite a aderência dos pneus, deixando a eletrônica atuar apenas na última hora, permitindo “espalhar” a tocada de zebra a zebra.
Em frenagens mais intensas nas entradas de curvas, ou quando se esterça mais agressivamente, sente-se a traseira mais solta no momento de transferência de peso, mas a eletrônica devolve o controle ao contraesterçar a dianteira, mantendo a traseira na trajetória.
Usando a aletas para comutar as marchas, é possível entrar em curvas com o giro mais alto, o que ajuda na saída das mesmas, mas nada muito melhor do que a programação automática já faz, pois o sistema é permissivo para estradas, mas nem tanto para pistas.
Nossas impressões do Fastback Abarth como carro de linha que pode ser usado para recreação em pistas foram as melhores possíveis.
Quando recebermos o modelo para avaliações, reportaremos sobre consumo, conforto e usabilidade no dia a dia.
O preço do Fastback Abarth é R$ 159,99 mil. Para essa precificação surpreendente, a Stellantis precisou mexer no preço do Fastback Limited Edition, que estava mais alto, R$ 162,49 mil.
Agora, a Limited Edition da Fiat custa R$ 154,49 mil. Porém, a diferença de R$ 5,5 mil é menor do que aparenta.
Só o sistema Connect Me, opcional no Fiat, e de série no Abarht, já diminui essa este valor em R$ 2,85 mil.
Contudo, por R$ 2,65 mil a mais, o Abarth entrega comportamento dinâmico, visual e alguns equipamentos que custariam muito mais do que essa diferença.
Ao que parece, o Fastback Abarth substituirá o Fastback de topo de linha da Fiat, fazendo valer, realmente, o seu nome de Limited Edition.

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