[EDITORIAL] O novo rosto da política em MG
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Empresário bem-sucedido, com trinta anos de carreira num dos maiores grupos varejistas mineiros no qual representa a terceira geração, Romeu Zema será a partir de janeiro de 2019 governador de Minas, eleito no mesmo dia em que completou 54 anos. Primeiro governador, e por enquanto o único, eleito pelo partido Novo, Zema teve uma vitória consagradora, com pouco mais de 70% dos votos válidos, melhor evidência de que os mineiros desejam mudanças, ruptura com o que se poderia chamar de velha política, traduzidas em maior compromisso com o interesse público.
O escolhido, que começou como uma espécie de azarão, comemora sua vitória reafirmando que, simplesmente, pretende levar à administração pública princípios da boa gestão, aqueles mesmos que fizeram o sucesso da empresa que até há pouco estava sob seu comando. Para ele, em primeiro lugar, trata-se de escolher uma boa equipe, num processo de seleção que terá como principais parâmetros mérito e competência e sem qualquer espaço para ajustes de conveniência política. Dessa equipe, ainda desconhecida, mas certamente valorizada pelo nome do vice-governador eleito, Paulo Brant, também de larga experiência no setor privado, espera-se em primeiro lugar que trabalhe para reduzir os gastos do Estado e, por consequência, seu endividamento.
Reduzir o número de secretarias, cortar vantagens e gastos que estarão elencados a partir de uma rigorosa linha de prioridades, será o começo. Na sequência, promete o candidato eleito, mudanças, profundas, na previdência pública, onde se aloja a maior parcela do déficit e, igualmente, as maiores distorções. Também imediata, no que depender do novo governador, será a rediscussão e repactuação da dívida pública estadual. Zema acredita que encontrará em Brasília interlocutores sensíveis ao tema. Cortando gastos, suprimindo o supérfluo e o desperdício, o que ele entende como “virada” poderá acontecer mais rapidamente do que se imagina, inclusive no que toca à retomada da normalidade nos pagamentos ao pessoal e a fornecedores.
Uma vez cumpridas as ações emergenciais, está no horizonte do futuro governador mineiro mudanças, de ordem tributária por exemplo, e de redução da burocracia, capazes de atrair investimentos que ajudem a acelerar o processo de recuperação da economia, alavancando a arrecadação e, consequentemente, a possibilidade de investimentos em áreas críticas como educação, saúde e segurança pública.
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As linhas estão traçadas, assim como estão claros os desafios a superar. E não são objetivos fora do alcance. O jogo foi jogado e o resultado já é conhecido. Agora somos todos mineiros, torcendo para que o Estado reencontre seu lugar e protagonismo.
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