Bolsonaro volta atrás em fusão de ministérios

Rio – O presidente eleito Jair Bolsonaro afirmou ontem que os Ministérios da Agricultura e do Meio Ambiente devem permanecer separados, abandonando a proposta de uma fusão entre as pastas.
“Tivemos uma ideia que seria a fusão do Ministério do Meio Ambiente e da Agricultura, (mas) pelo que tudo indica serão dois ministérios distintos, mas com uma pessoa voltada para a defesa do meio ambiente sem o caráter xiita como feito nos últimos governos”, disse Bolsonaro em entrevista a TVs católicas.
“Nós pretendemos proteger o meio ambiente sim, mas não criar dificuldade para o nosso progresso. Por exemplo, muitas vezes você precisa de uma licença ambiental, isso leva 10 anos ou mais e dificilmente se consegue. Isso não vai continuar existindo”, acrescentou.
Na terça-feira, o futuro chefe da Casa Civil, deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS), afirmou que as pastas de Agricultura e do Meio Ambiente seriam unificadas. No entanto, um dia depois, Luiz Antônio Nabhan Garcia, aliado do presidente eleito e líder da União Democrática Ruralista (UDR), disse que Bolsonaro ainda não havia se decidido.
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O ministro da Agricultura, Blairo Maggi, posicionou-se de maneira frontalmente contrária à proposta de fusão dos ministérios, afirmando que a decisão “trará prejuízos incalculáveis ao agronegócio brasileiro”.
O atual ministro do Meio Ambiente, Edson Duarte, também criticou a medida. Em nota, disse que o superministério teria “dificuldades operacionais” que poderiam prejudicar as duas agendas e resultar em retaliação comercial por parte de países importadores de produtos agropecuários.
Previdência – Bolsonaro reconheceu que é difícil os parlamentares aprovarem nas semanas que restam de trabalho neste ano a reforma da Previdência, mas disse que “dá para aproveitar alguma coisa” da proposta que já está em tramitação no Congresso.
Em entrevista coletiva, Bolsonaro disse também que a Petrobras não tem condições de investir mais e que é preciso buscar parcerias. O presidente eleito afirmou ainda que o acordo entre a Embraer a Boeing, em negociação, vai continuar.
“Ninguém quer fazer maldade com ninguém, mas algumas reformas, nós temos que obviamente tentar fazê-las, da Previdência é uma. E não é a proposta inicial como o Temer quis lá, mas dá pra aproveitar alguma coisa dela”, disse Bolsonaro em entrevista coletiva. “Apoio a reforma (da Previdência) que pode ser aprovada pela Câmara, tá certo?”
O presidente eleito disse que vai analisar melhor a última versão da reforma da Previdência e que na próxima semana estará mais a par para tratar na tentativa de votação. (Reuters)
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