Empresas devem buscar a reinvenção no mundo atual
Se até há alguns anos prevalecia a ideia de que bastava ao empresário encontrar seu diferencial competitivo, agora cresce a percepção de que esses diferenciais são temporários. Em um mundo em que a tecnologia muda comportamentos, preferências e até estilos de vida, as empresas são obrigadas a se reinventar. Para o economista e CEO da Escola Britânica de Artes Criativas (Ebac), Carsten Snedker, a saída para essas empresas é “beber” das disrupções da economia criativa. O economista participou do Atmosphera Minds, evento realizado pela Atmosphera na última terça-feira, no Café Mocca, em Nova Lima, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Além de CEO da Ebac, universidade paulista que oferece cursos de disciplinas criativas, Snedker foi um dos responsáveis pelo desenvolvimento do Seed, aceleradora de startups do governo de Minas Gerais. “O pensamento linear ficou para trás e, agora, lidamos com a incerteza, que é a base do pensamento criativo. O que vemos globalmente é que tudo muda rápido demais, o que força as empresas a mudarem rápido também, tendo em vista que suas vantagens competitivas se tornaram temporárias”, disse. Para Snedker, a economia criativa pode ser uma boa fonte de inspiração para os empresários que buscam se adaptar a esse mundo em transição. Ele chama a atenção para grandes empresas que fazem parte desse setor, como a Netflix, e que não param de crescer justamente porque nasceram criativas e com propostas de valor que iam além do que se entendia como “valor” no momento em que foram criadas. “As empresas precisam de pessoas que as inspirem com criatividade. Entre as habilidades do futuro estão justamente a criatividade, assim como a solução de problemas e o pensamento crítico”, afirmou. A relevância disruptiva é outra expertise base da economia criativa e que deve ser observada por empresas de todos os setores, segundo o economista. “Tente fazer algo em que as pessoas prestem atenção. Se você pensar no Iphone você vai perceber que ele não é algo supercriativo, mas ele combina tecnologias criativas e oferece muita experiência. Vivemos um tempo em que as entregas são quase imediatas e o tempo está encurtando. Isso muda a forma de consumo e cria novos modelos de negócios e oportunidades”, frisou. Novo conceito – Snedker ainda lembrou que a economia criativa traz um novo conceito sobre como gerir. A ética no negócio, por exemplo, passa a ser essencial para a sua sobrevivência, assim como a cultura de procurar por mentoria. “As pessoas pensam mais antes de consumir e é por isso que a economia criativa está baseada em confiança. Além disso, aquele formato de empresa com hierarquia muito bem definida não existe mais: a ideia é cocriar”, disse. O economista destacou que, para construir empresas com essas disrupções, também é preciso formar talentos inovadores. Ele destaca que é exatamente essa a missão da Ebac, que oferece cursos de graduação e pós-graduação em “áreas do futuro”. Entre os cursos disponíveis na instituição estão edição de filmes, direção de criação digital e criação e design. “O que víamos eram pessoas que ansiavam por estudar tendências criativas e não encontravam isso nas universidades brasileiras. A maior parte das instituições de ensino no Brasil está pensando no mundo de ontem e, por isso, criamos a Ebac, na tentativa de reter esses talentos criativos”, destacou.
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