Economia

Importações devem manter pressão sobre o saldo comercial

Importações devem manter pressão sobre o saldo comercial
Exportações brasileiras devem movimentar US$ 220,1 bilhões em 2019, o que deve representar uma retração de 7,3% - Thiago Guimarães/Secom-ES

A queda das exportações e o aumento das importações, o que pressiona o saldo da balança comercial, cenário que reflete o comércio exterior brasileiro e mineiro em 2018, deve se repetir em 2019, conforme projeções da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB). Além disso, tanto em Minas quanto no Brasil, a dependência dos embarques de commodities e produtos básicos continuarão ditando o ritmo das vendas externas e retirando do País e do Estado o controle sobre os preços destes tipos de produtos, que dependem da precificação no ambiente internacional.


Para 2019, a AEB projeta exportações de US$ 220,1 bilhões, 7,3% menos do que a estimativa para o encerramento de 2018 (US$ 237,4 bilhões). Em igual confronto, nas importações a projeção é de aumento de 2,1% no próximo ano. Para o saldo, a previsão é de que ele atinja US$ 33,7 bilhões, 38,6% menor que o previsto para 2018.


Em Minas, os dados do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (Mdic) corroboram com a projeção da AEB para 2019. Até novembro, o Estado exportou US$ 21,807 bilhões em mercadorias, contra US$ 23,380 bilhões nos mesmos meses de 2017, queda de 6,7%. Já as importações aumentaram e, na mesma comparação, cresceram 26% em 2018. Com isso, o saldo da balança comercial mineira se manteve superavitário em US$ 13,396 bilhões, mas 19,9% menor do que em 2017.


“Minas representa exatamente o que é o Brasil em termos de comércio exterior. Para mudar e sair da dependência de produtos básicos, tem que mudar a estrutura do País, especialmente o sistema tributário, que, hoje, faz com que quanto mais se agrega valor ao produto, mais pesados são os impostos na hora de exportar”, afirmou o presidente da AEB, José Augusto de Castro.


Em Minas, por exemplo, até novembro deste ano, o minério de ferro e o café são os dois produtos mais importantes da pauta de embarques, com participação de 43%, juntos. No Brasil, o levantamento da AEB aponta que os produtos básicos representarão pelo menos 48,2% do total estimado para as exportações de 2019, enquanto que os produtos manufaturados devem alcançar participação de 35,7%.


Castro avalia que o ideal seria exportar produtos manufaturados, como fazem os países desenvolvidos. Porém, para o presidente da AEB, ao exportar commodities, do jeito que o Brasil e Minas fazem, estamos exportando matéria-prima pura, que será beneficiada no exterior, onde serão gerados os empregos qualificados.

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Veículos – Um dado que também chamou a atenção foi o crescimento das exportações de veículos pelo País em 2018. A previsão da AEB é de que o Brasil encerre o ano com os automóveis respondendo por embarques da ordem de US$ 5,2 bilhões. No entanto, Castro alerta que a maior parte das vendas externas de automóveis são da Fiat Chrysler Automobiles (FCA) para o mercado argentino.


Para o presidente da AEB, a dependência do mercado argentino, que enfrenta uma série de problemas, não é um bom sinal. Tanto que para 2019, a AEB estima que as exportações de automóveis devem somar US$ 4 bilhões e cair 23,4% em relação às de 2018.

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