Economia

Belo-horizontina Periscópio cresce 50% com inovação na representação de artistas


A galeria Periscópio Arte Contemporânea completa três anos de existência, registrando 50% de crescimento anual. Abrigada em um casarão do início do século passado, tombado pelo Patrimônio Histórico Municipal, a representação diversificada de 25 artistas nacionais e internacionais e as diversas ações para estimular a arte entre a população são algumas das justificativas para explicar o faturamento. A Periscópio já promoveu 18 exposições na própria galeria, situada na capital mineira, e também participou de diversas feiras pelo Brasil.

O sócio-diretor Rodrigo Mitre explica que o período de crise não foi empecilho para o investimento. “Muitas vezes, as negociações em época de desaquecimento econômico são oportunas. Já diz o ditado chinês que crise também é oportunidade. Estávamos com o Plano de Negócios bem maduro e tudo o que era necessário para abrir a galeria. Decidimos inaugurar em 2015, aproveitando a oportunidade para o lançamento e conquistar reconhecimento, mesmo em período tão conturbado”, afirma.

O investimento inicial foi R$ 500 mil e a expectativa é recuperar o valor em até cinco anos. Mitre diz que em 2018 registraram um crescimento de 50% em relação ao ano anterior. “Desde a abertura, já promovemos 18 exposições e participamos de sete feiras, apresentando uma média de público na galeria em torno de 300 pessoas por mostra, chegando a 500 em algumas delas”, revela.

Ao longo deste ano, a galeria investiu cerca de R$ 200 mil em ações, principalmente dentro do mercado de arte em São Paulo, participando de feiras importantes como a SP-Arte, a Semana de Arte, o Art Weekend São Paulo e a Feira Parte. “Foi uma alternativa para melhorar nossa perspectiva de retorno, em meio ao calendário (Carnaval, Copa do Mundo e Eleições) e as turbulências econômicas e políticas. O custo de venda por cliente está muito alto em decorrência do momento de incertezas atuais, com muita expectativa e pouca perspectiva”, avaliou.

Segundo Mitre, uma galeria de arte, antes de qualquer coisa, tem que fazer diferença na cidade. “Se estamos em Belo Horizonte, apresentamos o que há de mais relevante na arte contemporânea nas mostras dentro da galeria, com uma curadoria e crítica independente, gerando proposições e conteúdos para marcarem a cidade e nosso tempo presente. A inclusão de obras relevantes nas coleções mineiras, assim como interlocuções com as instituições culturais do Estado, entendendo que as ações geram valor à galeria, aos pensadores, artistas e colecionador”, analisa Mitre.

Mercado – O relatório da Art Basel foi publicado no último semestre e revelou que o mercado de arte movimentou cerca de US$ 208,3 bilhões no mundo inteiro no último ano, representando o primeiro avanço após dois anos consecutivos de queda nas vendas. A arte contemporânea (artistas nascidos após 1945) sai à frente, conforme relatório anual da Artprice, líder mundial de bancos de dados sobre os índices de cotização da arte.

O documento apresentou um aumento no mercado de arte contemporânea de 19%, entre julho de 2017 e junho de 2018, movimentando até US$ 1,8 bilhão no mundo. Os preços da arte contemporânea aumentaram 18,5% conforme, apontou o relatório da empresa. Os artistas contemporâneos costumam abordar assuntos relevantes para a sociedade em seus trabalhos, explicando o sucesso da arte contemporânea, de acordo com a Artprice.

Planos – O diretor da Periscópio destaca projetos de mudanças estruturais no local e abertura de um novo espaço, anexo à galeria. Quanto às exposições, ele dá uma prévia: uma individual da artista Alice Ricci (SP), em março; em seguida, Lucas Duppin (MG); depois, Vânia Mignone (SP), um dos destaques da última Bienal de São Paulo e Umberto Costa Barros, artista que esteve na histórica exposição em Belo Horizonte “Do corpo a terra”, nos Anos 70. “A proposta é manter os investimentos em exposições importantes, em Belo Horizonte, em feiras nacionais, ampliando mais, colocando a cidade do Rio de Janeiro em nosso mapa e, quem sabe, a primeira feira internacional em 2019”, destaca.

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