[EDITORIAL] Situação de guerra
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O novo governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, promete ser implacável no combate ao crime e às organizações criminosas, repetindo o discurso hoje comum às mais graduadas autoridades federais. Todos respondem a uma situação de fato, grave e inaceitável, confirmam promessas de camapanha e atendem a uma das maiores preocupações da população na atualidade. Espera-se que do discurso à prática a distância dessa vez seja mais curta e as respostas imediatas. Como disse o governador carioca, um indivíduo em área pública, portanto um fuzil ou arma de grande calibre está numa situação de guerra e é responsabilidade do Estado e seus agentes abatê-lo imediatamente.
Não há qualquer exagero ou impropriedade na afirmação. O País vive, de fato, em algumas localidades, situação de conflito aberto, de guerra, e foi justamente a leniência que fez a situação chegar até esse ponto. Não é mais possível contemporizar quando, por exemplo, fica evidente que as prisões, exceto talvez as federais ditas de segurança máxima, são dominadas e controladas por facções criminosas. Ao Estado resta apenas pagar a conta, que por sinal não é pequena.
Recentemente, no Ceará, a situação chegou além de tudo aquilo que de pior se possa imaginar. Facções criminosas em conflito transformaram Fortaleza e algumas cidades do interior em verdadeiras praças de guerra. Agora os ataques não são limitados à queima de coletivos, prédios públicos foram também atacados e como se tudo isso não bastasse chegaram até a tentar dinamitar uma ponte em importante rodovia. Uma situação de guerra e não há outro termo que se aplique e que como tal deve ser tratada, com resposta conforme estipulam os tratados internacionais sobre a matéria e dos quais o Brasil é signatário.
Não pode ser diferente e se a reação não for à altura, começando pela efetiva ocupação dos estabelecimentos prisionais, segregação absoluta dos elementos mais violentos, inclusive com o fim do acesso à telefonia móvel, que é peça essencial na estratégia das gangues, a derrota do Estado e, portanto, da sociedade, será fatal e apenas questão de tempo. O que se passou no Ceará nestes dias, ainda que se tente afirmar que por trás dos ataques estariam questões políticas, ultrapassou de longe todos os limites do razoável, rompendo todas as garantias que o Estado deve à sociedade.
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Vivemos, nesses últimos dias, uma situação de guerra e de insurgência, situação que não se resolve com o envio de algumas centenas de integrantes da Guarda Nacional. A situação, repetimos, é de guerra não declarada ou de guerrilha e é fundamental que a resposta seja à altura, com os recursos que forem necessários, não havendo mais nenhum elemento para justificar a leniência.
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