Financiamento de projetos estruturados cresce 60%
O volume de financiamento de projetos estruturados (na modalidade Project Finance) atingiu R$ 18 bilhões em 2017, o que representa crescimento de 60% na comparação com 2016, quando foi registrado volume de R$ 11,3 bilhões. De acordo com o Boletim de Financiamento de Projetos da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), somando os financiamentos e as parcelas de capital próprio, os projetos movimentaram R$ 29,7 bilhões e envolveram 31 operações (foram 27 em 2016). O mercado de capitais, por meio das debêntures, alcançou participação de 11,5% entre as fontes de financiamento de longo prazo dos projetos, com R$ 2,1 bilhões emitidos para essa finalidade. “Com o aumento da demanda dos investidores por debêntures, principalmente as de infraestrutura (lei 12.431), elas devem estar cada vez mais presentes como fonte de financiamento desse tipo de projeto”, afirma o diretor da Anbima, José Eduardo Laloni. “Os juros em patamares baixos estimulam a busca por ativos com maior exposição ao risco e que, ao mesmo tempo, possam trazer rentabilidades melhores”, completa. A participação do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) nos financiamentos ainda se mantém alta: o banco foi responsável por 73% do volume movimentado no ano passado. Também foram fontes dos financiamentos o Banco do Nordeste e as agências de crédito à exportação, com 5,2% e 8,2%, respectivamente. Após forte queda em 2016, as concessões realizadas entre janeiro e dezembro de 2017 mostraram sinais de recuperação: com volume total de R$ 13,8 bilhões, o crescimento foi de 55,5%, com destaque aos leilões de aeroportos, às rodovias paulistas e às linhas de transmissão. “Mesmo com esse avanço, ainda estamos em patamar inferior aos anos anteriores. Entre 2012 e 2015, por exemplo, a média foi de R$ 39,1 bilhões”, afirma o coordenador do subcomitê de Financiamento de Projetos da Anbima, Rui Gomes Junior. “A retomada dos leilões de novas concessões em infraestrutura impulsiona diretamente as atividades de assessoria financeira realizadas antes e após o leilão, bem como a estruturação de soluções de financiamento nos anos subsequentes”, acompanhando a maturação dos projetos”, diz. Na divisão por segmentos, o ano passado foi concentrado em projetos de geração e transmissão de energia, mantendo a liderança verificada nos anos anteriores, com 82,4% do volume dos financiamentos e 90,3% do número de operações. O setor de transporte e logística deteve 17,6% do volume e 9,7% das operações.
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