Lucro do Banco do Brasil cresce 20,6%
São Paulo – A combinação de aumento das receitas com controle de custos levou o Banco do Brasil a uma forte alta do lucro no quarto trimestre, roteiro que foi mantida nas previsões para 2019, frisando o foco de elevar sua rentabilidade a níveis similares aos dos rivais privados.
O BB anunciou ontem que seu lucro ajustado de outubro a dezembro atingiu R$ 3,845 bilhões, um aumento de 20,6 % ante mesma etapa de 2017. Incluindo efeitos não recorrentes, o lucro líquido ano a ano subiu 22,3 %, a R$ 3,8 bilhões.
Com isso, a rentabilidade sobre o patrimônio líquido, que mede como um banco remunera o capital de seus acionistas, atingiu 16,3 %, alta anual de 1,8 ponto percentual contra 12 meses antes e o maior nível em cinco anos. Rivais como Itaú Unibanco, Bradesco e Santander Brasil tiveram índices acima de 20% no fim de 2018.
Um dos pilares do resultado do BB foi a queda de 19% das despesas com provisões para perdas com inadimplência, que somaram R$ 3,17 bilhões no trimestre. O movimento refletiu a manutenção da qualidade dos ativos, com o índice de inadimplência acima de 90 dias caindo a 2,53%, ante 3,72%.
Em outra frente, a despesa administrativa teve baixa de 0,2%, para R$ 8,22 bilhões. Enquanto isso, a receita com tarifas subiu 7,4%, para R$ 7,24 bilhões.
Nesse contexto, as operações de crédito ficaram em segundo plano, com o estoque de empréstimos atingindo R$ 697,3 bilhões no fim de 2018, alta de apenas 1,8% no ano.
2019 – Nas estimativas de desempenho para este ano, o BB mostrou que deve manter a estratégia recente de controle das despesas administrativas e com provisões para calotes, aumento das receitas com tarifas em nível superior ao da inflação e aceleração moderada das operações de crédito.
A previsão para o lucro ajustado é de R$ 14,5 bilhões a R$ 17,5 bilhões. No centro dessa faixa, o lucro crescerá 18,5% em relação aos R$ 13,5 bilhões do ano passado.
A previsão de alta da margem bruta foi fixada em 3% a 7%. Enquanto isso, a expectativa do BB para incremento de sua carteira de empréstimos ficou em 3% a 6%, abaixo da média prevista por seus principais rivais.
O BB também previu alta de 5% a 8% das receitas com tarifas e de 2% a 5% das despesas administrativas. Para provisão para inadimplência, a expectativa é de que a despesa líquida fique na faixa de R$ 11,5 bilhões a R$ 14,5 bilhões. No ano passado, o montante foi de R$ 14,2 bilhões nesta linha.
Vendas de ativos – Em entrevista coletiva com a imprensa, o presidente do banco, Rubem Novaes indicou que as participações no Banco Votorantim e no Banco Patagonia estão na lista de ativos que pretende desinvestir por considerá-los que não têm sinergia com o BB.
O banco inclusive já está contratando uma consultoria para avaliar estratégias para o Banco Votorantim, do qual divide o controle com o Grupo Votorantim. “Estamos avaliando alternativas para esse investimento”, disse Novaes a jornalistas, adiantando que uma hipótese já descartada é de comprar a metade detida pelo sócio.
Na terça-feira, o Banco Votorantim anunciou que teve lucro de 282 milhões de reais no quarto trimestre, também atingindo a maior rentabilidade em vários anos, mas ainda inferior à do BB.
Novaes afirmou ainda que avalia opções para a fatia controladora que tem no argentino Banco Patagônia. No caso da Cielo, empresa de meios de pagamentos que vem perdendo mercado e rentabilidade há anos, e da qual divide o controle com o Bradesco, não há planos de fechamento de capital, disse.
O executivo reforçou também estratégia de parcerias em segmentos de negócios como banco de investimentos e gestão de recursos de terceiros. Novaes, porém, não detalhou prazos para essas transações, especialmente nos casos de desinvestimentos. (Reuters)
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