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Maia afirma que Executivo terá que decidir se vai governar com o Parlamento

São Paulo – O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse ontem que o presidente Jair Bolsonaro precisa decidir se vai governar com o Parlamento e que precisa agregar partidos na base para aprovar a reforma da Previdência.

“Quando digo que ele precisa decidir se vai governar junto com o Parlamento, a compreensão que os partidos querem saber é qual tipo de aliança o governo pretende construir em quatro anos”, afirmou Maia em evento organizado pelo BTG Pactual na capital paulista.

Na avaliação dele, Bolsonaro precisa de 10 a 12 partidos para construir uma base governista com musculatura suficiente para aprovar a agenda de reformas, começando pela Previdência. “Acho que a articulação do governo precisa melhorar e, como presidente da Câmara, tenho bom diálogo com toda oposição e vou articulando conversas com os partidos”, explicou.

Entre os pontos mais sensíveis da reforma, Maia destacou a mudança no Benefício de Prestação Continuada (BPC), a aposentadoria rural e o tempo mínimo de contribuição. “É risco grande tratar de BPC e aposentadoria rural”, comentou.

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Ele acrescentou que, assim como a Venezuela, a reforma da Previdência tornou-se um instrumento de unificação da esquerda no campo ideológico. “Precisamos trazer a esquerda pelos governadores do Nordeste, que compreendem bem a necessidade da reforma”, disse.

O presidente da Câmara ainda citou a importância de uso das redes sociais para comunicar a reforma tanto ao eleitorado de Bolsonaro como aos novos membros do Congresso.

“Essa comunicação nas redes sociais é decisiva… Temos que ter capacidade de fazer enfrentamento nas redes sociais”, afirmou.

Reforma – Maia disse ontem que pretende apresentar, em até dois meses, uma reforma administrativa da Casa. Um dos focos será, segundo ele, reestruturar a carreira dos servidores. A intenção é que a proposta seja levada ao plenário antes mesmo da reforma da Previdência.

“Eu espero que antes da Previdência a gente consiga apresentar um projeto de reforma administrativa em que o estímulo seja você chegar no teto [da carreira], não ter uma função gratificada”, disse.

De acordo com Rodrigo Maia, atualmente existe uma distância muito pequena entre a remuneração dos servidores que acabam de ingressar na carreira e aqueles que atingiram os estágios finais da progressão. Isso faz com que, na avaliação do presidente da Câmara, o comprometimento do corpo de funcionários esteja muito vinculado ao recebimento dos cargos com gratificação, distribuídos temporariamente pelas gestões. Maia quer que os servidores tenham mais interesse na progressão ao longo do tempo.

Para o presidente da Câmara, problemas semelhantes atingem todos os setores do Poder Público, com salários que são em média muito mais altos dos pagos pela iniciativa privada. “A gente precisa reorganizar em todos os poderes”, ressaltou. No entanto, disse que pode fazer propostas do gênero apenas em relação à Casa que comanda. “A gente sabe que o Executivo é caro, o Judiciário é caro”, acrescentou.

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