Saldo da balança comercia do primeiro semestre recua, mas continua em alta
Brasília – A recuperação da economia brasileira e o aumento das importações levaram o saldo comercial no primeiro semestre do ano a cair 17%. Ainda assim, o valor, de US$ 30,044 bilhões, foi o segundo maior da história, abaixo apenas do registrado no ano passado, quando foi de US$ 36,210 bilhões. “Estamos mantendo o crescimento tanto das exportações como das importações com a retomada da economia”, afirmou o ministro da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (Mdic), Marcos Jorge. No fim de maio e início de junho, o comércio brasileiro com outros países foi reduzido por conta da greve dos caminhoneiros. “Com a recuperação da economia, o saldo em 2018 seria menor do que o de 2017, independentemente da greve dos caminhoneiros”, ponderou o ministro. O ministro destacou o aumento na compra de bens de capital, de 53% no primeiro semestre, o que demonstra uma perspectiva de aumento na produção industrial. Em junho, o País registrou o 11º mês consecutivo de crescimento nas importações desses produtos. Jorge ressaltou ainda o recorde no primeiro semestre nas exportações de minério de ferro, soja em grão e farelo e celulose. No primeiro semestre, as exportações somaram US$ 113,834 bilhões, o maior resultado para o período desde 2013. Já as importações totalizaram US$ 83,779 bilhões, o maior valor desde 2015. O secretário de Comércio Exterior, Abrão Neto, ressaltou que a alta nas exportações no primeiro semestre (5,7%) foi puxada pela venda de produtos manufaturados, que subiu 9,1% no período, enquanto básicos aumentaram 4,6% e semimanufaturados, 0,5%. “Temos competitividade em alguns produtos importantes da nossa pauta de manufaturados, como aviões, máquinas e equipamentos e setor automotivo. É reflexo desse empenho exportador que vem crescendo ao longo dos anos”, afirmou. Para o secretário, a alta recente do câmbio ainda não se reflete no aumento das exportações, porque, como se trata de contratos de longo prazo, há um atraso nesse impacto. “O aumento das exportações é a continuidade do que vínhamos observando desde 2017”, completou. Junho – Impactada pela greve dos caminhoneiros, a balança comercial brasileira registrou superávit de US$ 5,882 bilhões em junho, de acordo com os dados divulgados ontem pelo Mdic. O valor é 18,1% menor do que o registrado em junho do ano passado. No mês passado, as exportações somaram US$ 20,202 bilhões (alta de 2,1% ante junho de 2017), e as importações US$ 14,320 bilhões (alta de 13,7%). Na quinta semana de junho (25 a 30), o saldo foi positivo em US$ 947 milhões. O saldo de junho ficou dentro do estimado, que foi de um superávit entre US$ 5,4 bilhões e US$ 7 bilhões, mas abaixo da mediana prevista, de US$ 6,6 bilhões. A previsão do governo para 2018 é que o saldo da balança comercial alcance um saldo acima de US$ 50 bilhões. No mês, cresceram as exportações de produtos manufaturados (7,6%), enquanto caíram as vendas de semimanufaturados (-2,7%) e básicos (-0,3%). Pelo lado das importações, cresceram as compras de bens de capital (33,8%), bens de consumo (20,8%) e bens intermediários (13,2%), enquanto caíram as compras de combustíveis e lubrificantes (7,7%). Proteína animal – Embargos ao frango e à carne suína brasileira derrubaram as vendas ao exterior dos produtos no primeiro semestre deste ano. De acordo com o secretário de Comércio Exterior do Mdic, Abrão Neto, de janeiro a junho, houve queda de 32% nas vendas externas de carne suína e de 17,4% nas de carne de frango. No mesmo período, a venda de carne bovina aumentou 3%. Nesse período, foram impostas barreiras aos produtos brasileiros por países como China, Rússia, União Europeia e Arábia Saudita. Com o embargo russo, por exemplo, houve queda de 99% nas exportações de frango. Aço – Em relação ao aço, que sofreu a imposição de barreiras tarifárias pelos Estados Unidos, o ministro da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, Marcos Jorge, disse que o governo ainda observará o impacto disso nas exportações brasileiras. Ele ressaltou que não houve aumento nas importações da China e da Rússia, países que o Brasil aprovou a aplicação de medidas antidumping, mas que estão suspensas. (AE)
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