Economia

Embarer anuncia bilhões em encomendas

São Paulo – A Embraer anunciou ontem novas encomendas e intenções de compra da nova família de jatos comerciais E2, em acordos com potencial de reforçar a carteira de pedidos da fabricante brasileira em alguns bilhões de dólares nos próximos meses. A empresa anunciou durante a feira britânica de aviação de Farnborough que a companhia aérea Wataniya Airways, do Kuwait, fez um pedido firme de 10 jatos E195-E2, incluindo direitos de compra para outras 10 aeronaves, em uma encomenda que pode atingir US$ 1,3 bilhão, segundo preços de tabela do modelo. A encomenda será incluída na carteira de pedidos do terceiro trimestre e as entregas começam em 2020. A companhia, que tenta obter aprovação para a venda do controle de sua divisão de jatos comerciais para a norte-americana Boeing, também assinou uma carta de intenção com a suíça Helvetic Airways, para a venda de 12 aviões E190-E2. A intenção inclui direitos de aquisição pela companhia aérea suíça de mais 12 aviões que poderão se transformar em E195-E2. “Se todos os direitos de compra forem exercidos, o acordo (com a Helvetic) tem valor estimado em mais de US$ 1,5 bilhão”, informou a Embraer, citando atual preço de lista dos modelos. As entregas começam no fim do ano que vem. Azul – Uma encomenda adicional de 21 jatos E195 de segunda geração da Embraer foi anunciada ontem pela Azul, ampliando o total de pedidos firmes feitos à fabricante brasileira para 51 unidades, afirmou a terceira maior companhia aérea do Brasil. A Azul não informou o valor da encomenda, mas, no fim de fevereiro, a Embraer afirmou que o preço de tabela do E195 de segunda geração era de US$ 58 milhões. Segundo a companhia aérea, “como maior operador E195 do mundo, a Azul se beneficiará de condições de compra favoráveis, incluindo flexibilidade de acordo com as oportunidades de crescimento do mercado”. As ações da Embraer tocaram máxima da sessão a R$ 21,52, em alta de 2,48%, após o anúncio, mas perdiam o fôlego. Às 12h36, os papéis avançavam 1%, em linha com o Ibovespa. O aumento das encomendas firmes da Azul, feito durante a feira britânica de aviação de Farnborough, acontece depois que a companhia aérea norte-americana JetBlue decidiu na semana passada trocar sua frota de jatos da Embraer por modelos comercializados pela parceria Airbus-Bombardier. A companhia aérea norte-americana, uma das principais clientes da fabricante brasileira, tem entre os fundadores David Neeleman, presidente do conselho de administração da Azul. Receios de que a Azul poderia acompanhar passos da JetBlue chegaram a pesar sobre as ações da Embraer nos últimos dias, embora a companhia aérea brasileira tenha afirmado que, apesar do “relacionamento próximo, Jetblue e Azul são companhias independentes”. A encomenda elevada ocorre em um momento em que a Embraer renova sua frota. A empresa se prepara para devolver metade dos aviões de primeira geração da Embraer nos próximos cinco anos. “Esse novo pedido garante a substituição destas aeronaves por aeronaves de nova geração, mais eficientes na queima de combustível”, afirmou a Azul em comunicado. As entregas dos aviões da Azul fabricados pela Embraer começam em 2019. Os modelos serão configurados com 136 assentos, 15% a mais que a versão anterior da aeronave. Segundo a Azul, os novos aviões permitirão redução de pelo menos 26% no custo por assento comparado com a geração anterior por conta de consumo menor de combustível. “Nossa frota de aeronaves da Embraer sempre foi e sempre será fundamental para nossa malha e estratégia de frota”, afirmou o presidente-executivo da Azul, John Rodgerson, em comunicado à imprensa. BOEING PRESSIONARÁ FORNECEDORES A Boeing pressionará por cortes de preços mais acentuados de fornecedores com operações sobrepostas, assim que concluir a aquisição planejada da unidade de jatos comerciais da brasileira Embraer, informou ontem o presidente-executivo da fabricante de aviões norte-americana, Dennis Muilenburg. “A principal coisa que você verá é que com a combinação entre Boeing e Embraer seremos capazes de aumentar o volume para nossa cadeia de suprimentos, que em geral será benéfico. E esse volume benéfico deve se traduzir também em mais competitividade e acessibilidade”, afirmou Muilenburg. Perguntado se ele esperaria cortes adicionais de preços além daqueles englobados na parceria de redução de custos da Boeing, ele disse: “Sim. Porque você verá aumentos adicionais no volume. E uma discussão muito típica que teremos com nossa cadeia de suprimentos é se há uma oportunidade para eles aumentarem o volume ou o acesso a plataformas adicionais, se pudermos obter uma vantagem de custo no mercado, isso é um benefício mútuo.” Expansão – A Boeing, enquanto isso, continua “acompanhando de perto” as tendências de consolidação entre seus principais fornecedores e continuará expandindo onde achar necessário dar suporte a seus negócios. “Em alguns casos, a consolidação pode ser benéfica quando permite que a cadeia de suprimentos reduza os custos. Se chegarmos a um ponto em que a consolidação está reduzindo nossas fontes a um nível em que não podemos permanecer, teremos a oportunidade de construir novas fontes de suprimento. Sempre temos essa flexibilidade”, afirmou Muilenburg. Ele indicou que a Boeing continuaria atuando em áreas tradicionalmente dominadas por seus fornecedores, trazendo algumas partes da cadeia de suprimentos para dentro da empresa, um processo conhecido como integração vertical.

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