Produção da Anglo em complexo recua 64% no 1º semestre
Com as operações paralisadas desde 29 de março, dia do segundo rompimento no mineroduto, a Anglo American produziu 3,2 milhões de toneladas de minério de ferro no primeiro semestre a partir do Minas-Rio, localizado entre Conceição do Mato Dentro e Alvorada de Minas (Médio Espinhaço). O volume foi 64% menor do que as 8,7 milhões de toneladas do insumo que saíram do complexo no mesmo período de 2017. As informações foram divulgadas ao mercado, ontem, pela companhia. No relatório, a Anglo informa que o trabalho de inspeção detalhada do mineroduto está em andamento. De acordo com a empresa, uma seção de quatro quilômetros de extensão do duto, na altura de onde ocorreram os vazamentos, em Santo Antônio do Grama (Zona da Mata), será substituída, como medida de precaução, até o último trimestre deste ano. Em seguida, a mineradora deve reiniciar a operação, que ainda está sujeita à liberação necessária das autoridades. A Anglo acrescentou que não fez alterações sobre o impacto dos vazamentos e manteve a projeção de uma perda de US$ 300 milhões a US$ 400 milhões no Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) deste exercício. Licenças – Há poucos dias, a Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão (PRDC/MG), órgão do Ministério Público Federal (MPF), pediu à Justiça urgência no julgamento da ação que pede a cassação das licenças prévia (LP) e de instalação (LI), concedidas pelo Estado, em janeiro, para a Anglo American iniciar as obras da fase 3 do Minas-Rio. O argumento do MPF é de que as licenças foram concedidas com violação dos direitos dos atingidos, sobretudo o direito à informação, já que o processo de licenciamento seguiu sem que fossem apresentadas as informações sobre o cumprimento das condicionantes das etapas 1 e 2 do projeto e com a permanência de reclamações dos afetados, como alegou o órgão. A Anglo afirmou que “irá se posicionar (sobre o assunto) oportunamente na esfera judicial”. A LP e a LI da Fase 3 do Minas-Rio foram concedidas pelo Estado, através da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad), no final de janeiro. Essas licenças permitiram à companhia começar as obras e intervenções desta etapa do projeto, que receberá investimento de R$ 1 bilhão e permitirá à Anglo alcançar uma capacidade de produção anual de 26,5 milhões de toneladas de minério de ferro no complexo.
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