Economia

Preço do diesel volta a ter queda nos postos

Rio de Janeiro – O preço médio do diesel nos postos do Brasil voltou a cair na semana passada, após registrar na semana anterior a primeira alta semanal desde a instituição de um programa de subsídios do governo federal a fornecedores como a Petrobras e importadores. O valor médio do diesel – combustível mais consumido do País -, nos postos brasileiros, atingiu R$ 3,38 por litro na semana encerrada em 21 de julho, queda de 0,2% ante a semana anterior, segundo dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Na semana encerrada em 14 de julho, os postos registraram uma leve alta ante a semana anterior, encerrando uma série de cinco quedas consecutivas desde o início do programa de subsídios, criado pelo governo federal como resposta a uma greve história de 11 dias dos caminhoneiros em maio, contra os altos preços do combustível. A leve alta da semana anterior foi atribuída a uma elevação dos preços do biodiesel. Para reduzir os preços, Petrobras e importadoras congelaram preços de comercialização e serão ressarcidas em até R$ 0,30 por litro, dependendo de condições de mercado. Além disso, o governo também cortou impostos federais e conta com estados que cortem também ICMS. O diesel vendido nos postos recebe uma mistura de 10% de biodiesel, que não está sendo subsidiado pelo governo. A gasolina, por sua vez, registrou média nos postos brasileiros de R$ 4,5 por litro na semana passada, alta de 0,1% sobre a semana anterior, segundo a ANP. Gasolina – Ao contrário do diesel, que atualmente tem seus preços congelados nas refinarias, devido ao programa de subsídios, a gasolina da Petrobras permanece sofrendo ajustes quase que diários, seguindo indicadores internacionais, como o preço do barril do petróleo e o dólar, com a empresa buscando rentabilidade. A Petrobras reduzirá o preço da gasolina em 0,94% nas refinarias a partir de hoje, a R$ 1,9426 por litro, no primeiro reajuste desde 18 de julho, de acordo com informações no site da estatal. Com a redução, o preço da gasolina passará a ser comercializado no menor patamar desde o fim de junho. O etanol hidratado, concorrente direto da gasolina nas bombas, por sua vez, teve queda 1,2% na semana, para R$ 2,775 por litro, mostrou a pesquisa da ANP. (Reuters) COMPETITIVIDADE PUXA PRODUÇÃO DE ETANOL A produção de etanol no Centro-Sul do Brasil deve crescer para algo entre 28 bilhões e 29 bilhões de litros na atual safra 2018/19, iniciada em abril, ante cerca de 26 bilhões de litros no ciclo passado, projetou ontem o presidente do Conselho Deliberativo da União da Indústria de Cana-de-açúcar (Unica), Pedro Mizutani. Segundo ele, o aumento na produção de etanol reflete a forte demanda pelo biocombustível, cujos preços nas bombas têm se mostrado mais competitivos que os da gasolina, seu concorrente direto. Além disso, o centro-sul está destinando mais cana para a produção do biocombustível, em função das cotações baixas do açúcar. “Há postos em que está R$ 2 a diferença dos preços da gasolina para os do etanol”, destacou Mizutani no intervalo do Global Agribusiness Forum (GAF), em São Paulo. Geralmente, vale a pena abastecer com etanol quando o preço na bomba está igual ou abaixo de 70% do da gasolina. Segundo ele, a expectativa é de que o consumo de etanol no centro-sul em 2018 cresça na mesma proporção da produção, ou seja, até 11,5%. O álcool vem se mostrando mais atrativo para as usinas do centro-sul desde meados do ano passado, na esteira de mudanças tributárias, aplicação de uma política de formação de preços pela Petrobras e queda das cotações internacionais do açúcar. Mizutani frisou que, em razão do foco na produção de etanol, o setor vem registrando queda na fabricação de açúcar. O Brasil é tradicionalmente o maior produtor global do adoçante, mas, neste ano, dado o mix alcooleiro no centro-sul, tende a perder a liderança para a Índia. Mais cedo, no mesmo evento, o diretor técnico da Unica, Antonio de Padua Rodrigues, já havia destacado que a fabricação de açúcar na safra vigente está até 13 quilos por tonelada de cana processada menor na comparação com a temporada passada. Hidratado – Os preços do etanol hidratado nos postos brasileiros recuaram em 15 estados e no Distrito Federal na semana passada, segundo levantamento da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) compilado pelo AE-Taxas. Em outros dez estados houve aumento. No Amapá as cotações ficaram estáveis. Na média dos postos pesquisados pela ANP houve queda de 1,18% no preço do etanol na semana passada. Em São Paulo, principal estado produtor e consumidor, a cotação média do hidratado recuou 1,66% sobre a semana anterior, de R$ 2,598 para R$ 2,555 o litro. Em um mês os preços do combustível recuaram 8,39% nos postos paulistas. A maior queda na semana ocorreu em Roraima (2,70%), onde o biocombustível passou de R$ 3,883 para R$ 3,778, já a maior alta no preço médio do biocombustível na semana passada, de 0,24%, foi no Ceará (de R$ 3,734 para R$ 3,743). Além de São Paulo, no período de um mês os preços do etanol recuaram em 18 estados e no Distrito Federal, que obteve também o destaque de queda mensal, com 3,94% de baixa no período. Na média brasileira, o preço do etanol pesquisado pela ANP acumulou queda de 5,87% na comparação mensal. O preço mínimo registrado na semana passada para o etanol em um posto foi de R$ 1,99 o litro, em São Paulo, e o máximo individual ficou de R$ 4,799 o litro, no Rio Grande do Sul. São Paulo tem também o menor preço médio estadual, de R$ 2,555 o litro, e o maior preço médio ocorreu no Rio Grande do Sul, de R$ 4,063 o litro. Vantagem – Os valores médios do etanol se mantêm vantajosos sobre os da gasolina nos cinco estados entre os maiores produtores do biocombustível do País – São Paulo, Minas Gerais, Paraná, Goiás, Mato Grosso, além de Rio de Janeiro. O levantamento considera que o combustível de cana, por ter menor poder calorífico, tenha um preço limite de 70% do derivado de petróleo nos postos para ser considerado vantajoso. Em Mato Grosso, o hidratado é vendido em média por 57,12% do preço da gasolina, em Goiás em 60,45%, em São Paulo por 59,86%, em Minas Gerais a 62,86% e, no Paraná, a paridade está em 65,28%, enquanto no Rio, a 69,28%. Na média brasileira, a paridade é de 61,67% entre os preços médios do etanol e da gasolina.

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