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Renúncia de Morales deixa vácuo político e convulsiona a Bolívia

Renúncia de Morales deixa vácuo político e convulsiona a Bolívia
Crédito: REUTERS/David Mercado

La Paz – Saques, confrontos e bloqueios de vias convulsionavam a Bolívia, nesta segunda-feira (11), após o presidente Evo Morales encerrar seu governo de 14 anos ao renunciar na véspera, deixando um vácuo de poder na esteira de semanas de protestos violentos.

A saída do primeiro presidente indígena da Bolívia, que era o último sobrevivente de uma onda de líderes de esquerda na América Latina de duas décadas atrás, aconteceu no domingo (10), quando os militares o abandonaram em meio à turbulência devido à contestada reeleição em 20 de outubro.

A Organização dos Estados Americanos (OEA) denunciou “manipulações claras” e solicitou uma nova votação.

Morales saiu de La Paz e acreditava-se que ainda estivesse na Bolívia, mas seu paradeiro exato não era conhecido. Ele disse que renunciou para aliviar a violência, mas repetiu nesta segunda-feira as acusações de que foi vítima de uma conspiração de inimigos políticos, incluindo o rival eleitoral Carlos Mesa e o líder de protesto Luis Fernando Camacho.

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“O mundo e patriotas bolivianos repudiam o golpe”, tuitou. “Me emocionaram até me fazerem chorar. Nunca me abandonaram; nunca os abandonarei.”

O presidente eleito da Argentina, Alberto Fernández, ecoou as denúncias de Morales sobre um golpe, assim como o governo do México, que ofereceu asilo ao boliviano. “É um golpe porque o Exército pediu a renúncia do presidente e isso viola a ordem constitucional daquele país”, disse o ministro das Relações Exteriores do México, Marcelo Ebrard.

Durante a noite, grupos criminosos percorreram a capital e outras cidades para atacar comércios, enquanto apoiadores políticos de lados rivais entraram em confronto e propriedades foram incendiadas.

Escolas e lojas estavam fechadas em sua maioria, e o transporte público sofria interrupções diante de bloqueios em diversas vias.

O vice-presidente de Morales e muitos de seus aliados políticos no governo e no Parlamento também deixaram seus cargos, e não estava claro quem assumiria o comando até uma nova eleição.

De acordo com a legislação boliviana, na ausência do presidente e do vice-presidente, o presidente do Senado assumiria provisoriamente. Mas a presidente do Senado, Adriana Salvatierra, também renunciou na noite de domingo.

(Reuters)

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