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Queijo artesanal mineiro ganha centro de referência

CRQA foi construído em uma área de quase 750 m²
Queijo artesanal mineiro ganha centro de referência
Sarah Rocha e Leo Paixão: formação será voltada para jovens em situação de vulnerabilidade | Crédito: Edy Fernandes

Um espaço que valoriza uma das principais iguarias da culinária mineira, o Centro de Referência do Queijo Artesanal (CRQA) vai funcionar dentro do Espaço 356, em construção em frente ao Leroy Merlin, na região do Barreiro, em Belo Horizonte.

Prestes a abrir as portas, já vem despertando a curiosidade dos amantes de um bom queijo. Seja fresco, curado, temperado, branco, amarelo, cremoso ou firme. Da Canastra, de Araxá, do Serro ou do Triângulo. Sempre mineiro. Com opções para todos os bolsos e paladares.

Premiado internacionalmente e representante-mor de Minas Gerais, o queijo artesanal vai ter um local para chamar de seu e se ver valorizado não apenas por turistas, mas também por seus próprios conterrâneos. Para isso, o Centro vai contar com exposição permanente sobre o produto, loja colaborativa, sala de aula com cozinha didática, biblioteca especializada na cultura e gastronomia do Estado e um espaço multiúso para receber eventos culturais e educativos.

O início das atividades está marcado para o dia 27 de março, em uma primeira fase exclusiva para visitas escolares. Já a abertura ao público geral deve ocorrer em 10 de abril.

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Segundo a idealizadora e diretora Executiva do CRQA, Sarah Rocha, o Centro de Referência é uma demonstração de amor a Minas Gerais e a tudo que o Estado produz. “Um espaço de valorização e divulgação das riquezas de Minas Gerais. Onde a gente se encontra e encontra os produtos do Estado, especialmente o queijo artesanal. Onde vamos contar as histórias das pessoas e famílias que produzem esse produto que está rompendo fronteiras e ganhando prêmios mundo afora. A ideia é dar visibilidade ao que temos de melhor”, resume.

Com projeto assinado pelo arquiteto José Lourenço, o CRQA foi construído em uma área de quase 750 metros quadrados, tendo como inspiração estética as serras e riquezas de Minas. Com formas que remetem às curvas das montanhas mineiras e o uso de materiais que pautam a economia do Estado, como o ferro, o que se propõe é uma ambiência imersiva, em uma arquitetura e projeto expositivos complexos e bem trabalhados.

Um dos carros-chefes do projeto do CRQA é a exposição permanente sobre o queijo artesanal | Crédito: Divulgação

Exposição permanente e biblioteca

Um dos carros-chefes do projeto é a exposição permanente sobre o Queijo Artesanal. Com coordenação da museóloga Célia Corsino, a iniciativa é fruto de uma pesquisa sobre a produção queijeira do Estado, que inclui processos produtivos, a influência na cultura do povo e particularidades das regiões produtoras reconhecidas do Estado.

“A geração e difusão de conhecimento é um pressuposto importante para o Centro. Queremos formar consumidores mais informados, fomentar discussões, preparar profissionais e suscitar assuntos importantes para o desenvolvimento de todo o mercado”, completa a diretora.

Outro destaque do Centro de Referência do Queijo Artesanal será a primeira biblioteca de Minas Gerais dedicada à gastronomia e cultura do Estado, com títulos nacionais sobre culinária e cultura alimentar, pesquisas e teses científicas, e também traduções para o português dos principais livros internacionais de gastronomia, muitos inéditos no Brasil. O CRQA também vai contar com um auditório para até 200 pessoas sentadas e um espaço para atividades formativas em temas de cultura e gastronomia, com uma cozinha didática completa.

Anexo ao Centro de Referência do Queijo Artesanal, Inhac será comandado por Leo Paixão

Mas os atrativos não param por aí. Anexo ao novo espaço, estará o Instituto de Hospitalidade e Artes Culinárias (Inhac). Liderada pelo chef Leonardo Paixão, a escola vai oferecer cursos gastronômicos para jovens em situação de vulnerabilidade com o objetivo de formar novos profissionais na área.

Anualmente, serão ofertadas 80 vagas gratuitas para o curso profissionalizante de 960 horas/aula, reconhecido pelo Conselho Estadual de Educação. O projeto didático inclui desde prática e técnicas de gastronomia internacional, até a história dos queijos e produtos de excelência de Minas, antropologia da alimentação e gestão de negócios. A previsão de ingresso na primeira turma é no segundo semestre de 2023.

“O projeto conjuga com um sonho antigo da minha mãe de criar uma escola de nível internacional para formar nossos jovens em situação de vulnerabilidade social, mudando a realidade de muitos deles. Queremos transformá-los em verdadeiros embaixadores culturais de Minas e não apenas mudando suas trajetórias pela excelência técnica, mas transformá-los em embaixadores da nossa cultura, levando Minas Gerais para o mundo”, reforça Sarah Rocha.

O curador de gastronomia do CRQA e diretor do Inhac, o renomado chef mineiro revela que encarou o convite para o projeto como um prêmio. “Eu tinha um grande projeto na vida de levar formação profissional a pessoas em situação de carência e vulnerabilidade. E o negócio é muito maior do que eu imaginava. O Centro de Referência do Queijo Artesanal vai levar Minas para o mundo e estou muito ansioso para a abertura oficial. Espero que com a escola, a gente mude a vida dessas pessoas. Se tirarmos algumas dessas meninas ou meninos da rua e encaminhar suas vidas já vai ter valido a pena para mim”, emociona-se.

O Inhac vai contar com duas cozinhas-laboratório didáticas integráveis, equipamentos e utensílios padrão de mercado, biblioteca de gastronomia, salas de aula completas, mezanino gourmet e área de convivência

Por fim, vale dizer que o chef Leonardo Paixão comanda o restaurante Glouton, único mineiro na lista dos Latin America’s 50 Best Restaurants. Além de transmitir a sua experiência de mercado, o cozinheiro vai acompanhar de perto toda a metodologia e programa de ensino da escola, com foco máximo em formar profissionais com excelência técnica para fortalecer a cadeia da gastronomia no Estado.

“Vamos formar jovens cozinheiros para o mercado de trabalho, para as cozinhas de Belo Horizonte e de Minas Gerais, visando não apenas tirá-los da situação de rua e de pobreza, mas também contribuir com mão de obra especializada para o nosso setor”, diz.

O Centro de Referência do Queijo Artesanal e o Inhac contam com patrocínio da Gerdau, Aperam, Cedro Mineração, Claro, Cemig, Instituto Unimed BH, Ventana Serra, E-P-O, Macom, Tramontina, Copasa, Gasmig, Anglo Gold Ashanti, Espaço 356, Suggar Eletrodomésticos, Delly’s Food Service, JAM Engenharia de Ar Condicionado, Cook Cozinhas & Ambientes, Segafredo Zanetti, Grupo Sada, Infinito Vidros, Templuz, Cebrace, SDS Siderúrgica, Divinal Vidros. E também têm como parceiros a Lourenço Arquitetos Associados, PRS Construtora, Grupo Home Office, Accero, ABC da Construção, Esense Automação e Techlumens. Com realização do Ministério da Cultura e da Secretaria de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais, por meio das leis Federal e Estadual de Incentivo à Cultura.

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