SolarVolt quer ser referência em carregamento de veículos elétricos

A aposta na eletrificação da indústria automotiva levou a mineira SolarVolt Energia, especializada no desenvolvimento de soluções e projetos completos de energia solar fotovoltaica, a criar uma empresa voltada para o atendimento às demandas do setor. Trata-se da Voolta, braço direcionado para a estruturação de infraestrutura de carregamento para veículos elétricos.
A aposta da SolarVolt com a unidade de negócio, criada há pouco mais de um ano, é tornar-se referência no segmento, assim como aconteceu na geração de energia solar. “Estamos atuando forte neste mercado e o enxergamos com um caminho semelhante ao da energia solar. Já fizemos instalações em vários pontos de Belo Horizonte, como condomínios e empresas de logística”, diz o sócio-diretor da empresa, Gabriel Guimarães.
Segundo ele, o negócio começou com uma escala muito pequena, tradicional de qualquer curva de adoção de tecnologia – early adopter, ou seja, com usuários que estão abertos à experimentação de novidades. E a tendência é que tão logo se atinja o chamado mainstream, que expressa tendência de comportamento – que, inclusive, é o atual estágio da energia solar.
“Existe uma perspectiva de queda de preço das baterias no curto prazo, assim como uma tendência de quebra no preço do lítio. Isso tende a alavancar muito as vendas de carros híbridos e elétricos. Vimos isso na China e agora existe uma tendência global tanto por demanda dos países e também das próprias montadoras. A parte de infraestrutura de recarga vai acompanhar essa ascensão”, aposta.
Venda de veículos elétricos cresce no País
Vale dizer que os carros híbridos e elétricos estão ganhando cada vez mais espaço no mercado brasileiro. Dados da Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE) mostram que de janeiro a abril de 2023 houve um crescimento de 51% nas vendas desses veículos em relação ao mesmo período de 2022. Para se ter uma ideia, com um total de 19.579 unidades emplacadas, esse número representa quase a mesma quantidade de vendas de todo o ano de 2020, que registrou 19.745 unidades vendidas.
Neste sentido, Guimarães avalia que, apesar das opções híbridas ainda serem cercadas de dúvidas, há uma popularização desse mercado e uma mudança – mesmo de forma gradual – de perfil do consumidor, que está vendo o impacto desses veículos.

‘’Já é nítida a demanda de alguns clientes em relação à infraestrutura de carregadores de veículos elétricos. Nos esforçamos para proporcionar e garantir uma vida útil longa do equipamento, com boa disponibilidade e segurança. Para isso, buscamos oferecer as melhores soluções de infraestrutura para um segmento de carros que pode melhorar a nossa realidade. Estamos otimistas nessa missão e queremos ser referência no Sudeste’’, reitera.
Mercado brasileiro vem evoluindo
O otimismo é justificado pela tendência de mercado. Segundo pesquisa encomendada pelo Google à Offerwise, divulgada no Think Mobility, mais da metade (52%) dos brasileiros que pretendem trocar de veículo nos próximos meses considera adquirir um híbrido ou elétrico. Segundo o executivo, o mercado brasileiro para esse segmento vem evoluindo e mostrando seus impactos positivos ao consumidor.
‘’Estamos falando de alternativas mais ecológicas, experiências melhores de condução, reduções nas emissões e um melhor aproveitamento do combustível. Impactos positivos e responsabilidade. O consumidor está se atentando a isso’’, ressalta.
Desta maneira, a Voolta ainda representa um pequeno percentual do faturamento da SolarVolt, cerca de 2%. Mas, Guimarães pondera que se trata de um negócio “que está apenas começando”.
Já sobre a empresa em geral, ele afirma que o mercado de energia solar tem crescido ano após ano e que a SolarVolt tem apurado resultados recordes nos últimos meses figurando, inclusive, na contramão do mercado.
“Temos uma expectativa muito boa para o ano. Esperamos elevar nosso faturamento em 50% sobre o ano anterior, impulsionado pela construção de fazendas solares de clientes que estão investindo em usinas para modelo de locação de energia”, conclui.
Geração própria ultrapassa 2 mi de instalações
A energia solar acaba de ultrapassar a marca de 2 milhões de sistemas solares fotovoltaicos instalados em telhados, fachadas e pequenos terrenos no País, segundo mapeamento da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar). O segmento também acaba de superar 22 gigawatts (GW) de potência instalada em residências, comércios, indústrias, propriedades rurais e prédios públicos no Brasil.
Na visão da entidade, o crescimento da modalidade reforça o processo de transição energética no País e contribui para fortalecer a reindustrialização do País. Desde 2012, foram cerca de R$ 111,2 bilhões em novos investimentos, que geraram mais de 660 mil empregos acumulados no período, espalhados em todas as regiões do Brasil, e representam uma arrecadação aos cofres públicos de R$ 29,8 bilhões.
Pelo mapeamento, os sistemas solares conectados à rede trazem economia e sustentabilidade ambiental para cerca de 2,6 milhões de unidades consumidoras. A tecnologia fotovoltaica já está presente em 5.530 municípios e em todos os estados brasileiros, sendo que os estados líderes em potência instalada são, respectivamente: Minas Gerais, São Paulo, Rio Grande do Sul e Paraná.
De acordo com o presidente do Conselho de Administração da Absolar, Ronaldo Koloszuk, com a energia solar, o País pode, em pouco tempo, tornar a matriz elétrica brasileira ainda mais limpa e renovável. “No entanto, o atual patamar da taxa de juros no Brasil, em 13,75%, inibe a aceleração deste desenvolvimento, pois a prestação do financiamento do sistema solar se torna pesada dentro do orçamento familiar”, acrescenta.
Já o CEO da Absolar, Rodrigo Sauaia, aponta que o crescimento da geração própria de energia solar fortalece a sustentabilidade, alivia o orçamento das famílias e amplia a competitividade dos setores produtivos brasileiros. “A fonte solar é, portanto, uma alavanca para o desenvolvimento social, econômico e ambiental do País. O crescimento da geração própria da energia fotovoltaica também amplia a atração de capital e impulsiona a geração de mais emprego e renda aos brasileiros”, comenta Sauaia.
Parceria poderá atender até 1,2 mil consumidores
A Lemon Energia e a Ludfor anunciaram uma parceria em três usinas solares de geração distribuída no Estado de Minas Gerais que juntas somam uma capacidade instalada de 6,5 MW.
O acordo permite que a Ludfor, através da Origem Energia, seu braço de geração, conte com os serviços digitais prestados pela Lemon Energia para parte de seu portfólio de usinas solares. Já a Lemon Energia reforça o parque de geração que atende a seu marketplace, conectando produtores de energia renovável a pequenos e médios negócios, no modelo de energia por assinatura.
Com a operação, a Lemon amplia a atuação em sua principal praça, em Minas Gerais. A startup oferece desconto na conta de luz entre 10% e 20% para pequenos negócios, a depender da região e do tipo de usina de energia limpa.
As três usinas solares em território mineiro serão integradas ao marketplace da Lemon ao longo do segundo semestre, com potencial de acrescentar à base da startup cerca de 1,2 mil clientes finais.
A Origem Energia, braço de geração da Ludfor, possui investimentos e participações em 43 usinas de geração de energia compostas por Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs) e Usinas Fotovoltaicas (UFVs). Ao todo, a empresa terá capacidade instalada de 117 MW de energia limpa.
Com sede principal em Bento Gonçalves, a Ludfor, uma das líderes no mercado livre de energia na região Sul, atua no mercado há mais de 27 anos e atende a cerca de 1.130 grupos econômicos e 2.370 unidades consumidoras. O grupo conta com quatro unidades de negócios: a Ludfor Gestora; a Ludfor Comercializadora; a Origem Energia, para investimentos em geração de energia; e a Operasul, com foco na manutenção e operação de hidrelétricas.
Criada em 2019, a Lemon está presente em Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro, Mato Grosso do Sul, Distrito Federal e Goiás.
Boa parte dos consumidores da startup são pontos de vendas da Ambev. As duas empresas são parceiras desde 2020 e a Ambev também é uma das investidoras da startup.
Desde 2019, os mais de 5 mil clientes da Lemon já economizaram R$ 9 milhões na conta de luz e ajudaram a evitar a emissão de 7 mil toneladas de CO2.
“Este acordo é uma grande oportunidade para a Lemon expandir sua presença no mercado de energia solar de Minas Gerais. A Ludfor é uma parceira estratégica e acreditamos que essa colaboração será muito benéfica para ambas as empresas”, afirma o CEO e fundador da Lemon Energia, Rafael Vignoli.
A Ludfor também comentou sobre o acordo. “Estamos bem confiantes com essa parceria estratégica, uma vez que os serviços digitais oferecidos pela Lemon são um caminho importante para fortalecermos nosso ecossistema de geração mantendo nosso foco em sustentabilidade. O Grupo Ludfor investe somente em geração de energia renovável, nos preparando para a realidade ESG operando com custo efetivamente reduzido de maneira descentralizada, digital e descarbonizada”, afirma o diretor executivo da Ludfor, Douglas Ludwig.
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