Intenção de consumo em BH é a maior desde 2015

A Intenção de Consumo das Famílias (ICF) de Belo Horizonte subiu 0,7 ponto entre junho e julho e atingiu 99,6 pontos, o maior nível desde fevereiro de 2015. Essa foi a 17ª alta consecutiva do indicador, o que demonstra uma elevação da confiança dos consumidores da Capital. Apesar de ter se mantido abaixo dos 100 pontos, o índice se aproxima cada vez mais do nível de satisfação.
O levantamento é da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Minas Gerais (Fecomércio-MG). Conforme o economista da entidade, Gilson Machado, fatores como a desaceleração da inflação e a possibilidade de queda da taxa básica de juros (Selic, hoje em 13,75% ao ano) impactam positivamente a atividade econômica, refletindo no indicador.
Ele também destaca que discussões como a da reforma tributária, texto que deve ser votado pelo Senado Federal ainda em 2023, trazem um olhar positivo, uma vez que a população tende a acreditar que possa haver uma melhora da economia. Ainda segundo Machado, o programa Desenrola, que já limpou o nome de mais de 2 milhões de pessoas, possibilitando que elas voltem a requerer crédito, é outro ponto favorável para o crescimento da intenção de consumo das famílias.
Divergência entre as respostas das famílias com alta e baixa renda preocupa
Embora o ICF esteja em contínuo crescimento, o economista ressalta que quando se avalia separadamente os itens que compõem o indicador, nota-se uma significativa diferença entre eles. “Quem tem mais renda familiar tende a ter um otimismo e uma expectativa de intenção de consumo maior, em detrimento daqueles que recebem menos salários”, avalia o economista.
Nesse sentido, a pesquisa mostra que os consumidores que possuem renda familiar superior a 10 salários mínimos estão mais satisfeitos com o atual emprego, em relação aqueles cujo valor é inferior. O mesmo ocorre no índice de perspectiva profissional e no de renda atual.
Quanto ao índice de acesso ao crédito, os entrevistados com maior renda se dizem satisfeitos com a facilidade de obter empréstimos, enquanto os outros demonstram insatisfação. O mesmo acontece no indicador que mede se as famílias estão comprando mais atualmente e na perspectiva de consumo, que avalia a expectativa de compras para os próximos meses.
Já o indicador de consumo de bens duráveis é o único que a insatisfação é vista em ambos os casos. “Quase 80% das pessoas responderam que não veem com bons olhos a compra dessas mercadorias nesse momento. Isso porque elas têm um valor mais elevado e não costumam estar presentes no cotidiano das famílias. Isso se deve também a situação de hoje, com mais dificuldade de acesso ao crédito, queda de renda, além de muitos já terem gastado nesse período, fazendo com que não tenham a intenção de consumir esses produtos nos próximos meses”, diz.
Intenção de consumo para o Dia dos Pais
A Fecomércio-MG também fez um levantamento sobre a intenção de consumo para o Dia dos Pais, celebrado no segundo domingo de agosto (13). Dentre os entrevistados, 45,5% pretendem presentear nessa data. Promoções (46,8%) e preço reduzido (24,7%) estão entre as ações que podem atraí-los às compras. Roupas (44,4%) e calçados (23,8%) deverão ser os produtos mais procurados no período. Para 96%, o gasto médio com presentes será de R$ 172,50.
Em relação a quanto pretendem realizar as compras, 48% dos entrevistados disseram que devem adquirir os presentes na primeira semana de agosto, enquanto 31% têm a pretensão de comprar na semana do Dia dos Pais. Lojas de vizinhança (28%) e internet (23%) estão entre os locais pretendidos para consumo. Além disso, 40% afirmaram que o gasto será maior neste ano quando comparado a 2022, e sete em cada dez consumidores pretendem pagar os produtos à vista.
Para os 53,6% que responderam que não vão comprar presentes no período, 62,5% manifestaram como motivo não ter a quem presentear. Outros 15,8% declararam não ter esse costume. Já 9,2% afirmaram estar desempregados e 8,3%, endividados. Enquanto isso, 4,2% afirmaram que há outras maneiras de se comemorar a data que não seja adquirindo produtos.
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