Abertura de empresas em Minas cresce 5% no primeiro semestre de 2023

Durante os seis primeiros meses do ano, Minas Gerais registrou a abertura de 229.074 empresas. O número é cerca de 11 mil empresas a mais que no primeiro semestre de 2022, quando 229.074 empreendimentos foram registrados, o que representa uma alta de 5%. O montante corresponde a 10,7% de todos os CNPJs abertos no Brasil no primeiro semestre de 2023.
Os dados são de um estudo realizado pela Cortex, uma empresa de Inteligência de Vendas B2B que utiliza inteligência artificial para cruzar dados de mais de 17 mil fontes e consolidar um conjunto mais preciso de informações sobre empresas.
Para a analista do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de Minas Gerais (Sebrae-MG), Viviane Soares, a desburocratização para a abertura de empresa e o bom desempenho no desenvolvimento de Minas em vários setores proporcionam um cenário favorável para os registros positivos.
“A gente vem observando um trabalho de desburocratização há algum tempo, para deixar o processo mais simples. Hoje não há necessidade de se esperar tanto tempo para que uma empresa esteja aberta e funcionando”, disse. Ela explica que antigamente o processo de abertura não era digital e gastava-se em torno de um a dois meses para uma empresa realmente poder funcionar. “Hoje, o tempo médio é de nove dias e não tramitamos mais os documentos em papéis”, ressaltou.
Outro fator relevante apontado pela analista do Sebrae é o fato de Minas estar se desenvolvendo em vários setores, como tecnologia, turismo e turismo de negócios. “A gente tem também uma tradição mineradora que traz para o Estado muitos prestadores de serviços para essas empresas”, acrescentou.
De acordo com o levantamento, Minas Gerais ficou atrás apenas de São Paulo, que liderou o número de novas empresas, com a abertura de 631.597. O Rio de Janeiro aparece em terceiro lugar, com 176.553. E em seguida vem o Paraná, com 154.593.
Das cidades de Minas com maiores aberturas, Belo Horizonte e Uberlândia ocupam os primeiros lugares com 41.380 e 12.743 empresas abertas nos seis primeiros meses do ano. Seguindo o ranking, em terceiro lugar está Contagem (9.489) e quarto Juiz de Fora, com a abertura de mais de 7 mil empresas abertas. (Veja o ranking das dez cidades na tabela abaixo).
‘Serviços’ lidera setor das empresas abertas
Das empresas que foram abertas em Minas Gerais no primeiro semestre e que ainda continuam ativas, 56,8 mil são do segmento de serviços e 49,2 mil são do varejo, de acordo com o levantamento da Cortex. Na área de logística são 22,7 mil e na indústria, 17,3 mil.
Já em relação ao porte (calculado de acordo com o faturamento), 96,8% são micro; 2,9%, pequenas; 0,2%, médias; e 0,1%, grandes.
Número de empresas baixadas também foi maior
O número de empresas baixadas em Minas Gerais, de acordo com o estudo da Cortex também foi maior no primeiro semestre de 2023. Enquanto no ano passado, 98.933 empresas interromperam suas atividades no primeiro semestre, neste ano, foram 130.609, uma alta de 32%.
Dados nacionais
O estudo também levantou dados nacionais. Durante o primeiro semestre de 2023, foram abertas 2,1 milhões em todo o Brasil. Dessas, 2 milhões, aproximadamente, são matrizes e 58,6 mil filiais. Em relação às baixas, foram 1,1 milhão de empresas fechadas no primeiro semestre de 2023 em todo o País, número 29,9% maior que o ano anterior. Do total de empresas constituídas, 69% são microempreendedores individuais (MEI).
No geral, o País conta com 23,9 milhões de empresas ativas atualmente. Dessas, 22,7 milhões são matrizes e 1,2 milhão são filiais. Quanto ao porte, 85,7% são microempresas; 12,3%, pequenas; 1,3%, médias; e 0,7%, grandes.
Abertura de empresas cai 1,8% no país em maio, revela Serasa Experian
Durante o mês de maio de 2023, de acordo com o Indicador de Nascimento de Empresas da Serasa Experian, 358.279 novos empreendimentos foram criados no Brasil, uma queda de 1,8% em comparação ao mesmo mês de 2022.
Dessas aberturas, metade das companhias (50,8%) está localizada na região Sudeste. Para o economista da Serasa Experian, Luiz Rabi, uma vez que os brasileiros encontram uma ocupação, tendem a deixar o empreendedorismo em segundo plano. “O indicador segue a tendência de queda na taxa de desemprego, que de acordo com estatísticas do IBGE, atingiu 8% no segundo semestre de 2023”, avaliou.
Quanto à distribuição regional, ele explica ser “natural que a região sudeste lidere, uma vez que é a região do País em que se abriga a maior parcela da população brasileira e engloba importantes centros financeiros e de negócios”.
Ainda segundo o levantamento, em maio, São Paulo disparou entre as Unidades Federativas do país, chegando à criação de 106.384 novos CNPJs. Logo atrás estavam Minas Gerais (36,7 mil), Rio de Janeiro (31,2 mil) e Paraná (25,1 mil).
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