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As dez cidades mineiras mais impactadas na pandemia

Ao longo de 2020, quando o isolamento social passou a vigorar de forma intensa em todo o Brasil, o Valor Adicionado Bruto (VAB) do setor caiu 9,4% frente a 2019
As dez cidades mineiras mais impactadas na pandemia
Cidades foram afetadas pelo confinamento em 2020 e o setor turístico foi proibido de funcionar | Crédito: Adobe Stock

Levantamento realizado pela Fundação João Pinheiro (FJP) lista as cidades mineiras onde a atividade de turismo foi mais afetada durante a pandemia de Covid-19.

O estudo mostra, por exemplo, que ao longo de todo o ano de 2020, quando o isolamento social passou a vigorar de forma intensa em todo o Brasil, o Valor Adicionado Bruto (VAB) do Turismo caiu 9,4% em comparação com 2019.

Segundo o estudo, várias cidades mineiras foram prejudicadas com o período mais restritivo da pandemia, marcado pelo confinamento da população e pela restrição de atividades econômicas, dentre elas o turismo.

Para compreender este cenário, o estudo analisou os maiores impactos negativos no VAB estadual. Confira, a seguir, as dez cidades de Minas Gerais mais impactadas na pandemia:

Belo Horizonte

A capital mineira foi a cidade que apurou maior redução com relação ao turismo. O estudo indicou que Belo Horizonte teve uma variação absoluta de aproximadamente R$ 757,4 mil no turismo mineiro, o que representa uma queda de 15,22% com relação à variação absoluta de 2019.

“Belo Horizonte registrou a maior perda do Estado, por ser uma cidade com grande volume de shows, festivais e o próprio carnaval. A cidade foi extremamente afetada pela pandemia em 2020”, diz o pesquisador da Fundação João Pinheiro, Thiago Almeida.

Confins

O município de Confins, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), foi a segunda cidade mais prejudicada na pandemia em 2020. Segundo o estudo, Confins registrou queda de R$ 458,8 milhões ou 56,14% sobre o ano anterior. Almeida explica que a cidade, apesar de não ser turística, tem importância significativa para o turismo, por sediar o Aeroporto Internacional de Belo Horizonte (BH Airport).

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Aeroporto Internacional de Confins (BH Airport) teve redução em suas operações | Crédito: Adobe Stock

“Confins teve o segundo maior prejuízo, pois viveu um colapso do transporte aéreo. Teve uma redução expressiva na quantidade de voos, assim como também no número de pessoas viajando”, relembra o pesquisador.

Uberlândia

Localizada na região do Triângulo Mineiro, a cidade de Uberlândia é estratégica no Estado tanto para o turismo sustentável, quanto para o turismo de negócios. A cidade, em 2020, teve uma queda de R$ 199,3 mil no VAB do turismo municipal. A perda é equivalente à redução de aproximadamente 15,4% sobre o ano anterior.

Outras cidades também sofreram impactos

Thiago Almeida ainda explica qual o impacto total gerado à cadeia do turismo mineiro no primeiro ano marcado pela pandemia. “Durante o período analisado, as atividades remuneradas da cadeia estadual de turismo apresentaram redução de aproximadamente R$ 2,1 bilhões. Mas, outras cidades também tiveram baixas que contribuíram com esse volume de perdas”, diz.

Segundo o levantamento da FJP, em quarto lugar está Juiz de Fora, cidade da Zona da Mata, com R$ 128,6 mil a menos em 2020 (-15,23%); Contagem, na Grande BH, com perda de R$ 102,4 mil (-9,74%) e Montes Claros, município do Norte de Minas, com perdas no turismo de R$ 47,9 mil (-11,35%).

Em sétimo lugar, aparece no ranking a cidade de Uberaba, no Triângulo Mineiro. O setor de turismo da cidade registrou menos R$ 44,7 mil no VAB do turismo local (-8,07%). Em oitavo, Governador Valadares, no Rio Doce, com perda de R$ 40,3 mil (-12%). Em novo lugar, Poços de Caldas, no Sul de Minas, com queda de R$ 32,9 mil ao turismo local (-10,06%); e em décimo, Betim, na RMBH, com perda de aproximadamente R$ 31 mil (-7,86%).

Melhores desempenhos no Estado

Apesar dos números negativos no Valor Adicionado Bruto, algumas cidades apresentaram boa participação nas atividades turísticas do Estado em 2020. A começar por Confins, que por conta do BH Airport, principal aeroporto do Estado, se destacou na cadeia turística com 61,6% de participação naquele ano – mesmo com operações reduzidas.

As cidades de Tiradentes, no Campo das Vertentes (24,3%); Sapucaí-Mirim (16,3%) e Ribeirão Vermelho (14,5%), no Sul de Minas; Bom Jesus do Amparo (13,3%) e Santana do Riacho (12,9%), na região Central; e Capitólio (12,9%), no Sul, também foram destaques. 

“Tiradentes se destacou por conta de ser um município tipicamente turístico no Estado, por conta da arte barroca, das igrejas e restaurantes premiados. Já Sapucaí-Mirim, Bom Jesus do Amparo, Santana Riacho e Capitólio foram escolhas por conta da contemplação da natureza, o que chamamos de turismo verde, assim como os passeios em fazendas históricas e cachoeiras”, elenca o pesquisador. 

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