Política

Zema se reunirá com Haddad para debater RRF

Secretário de Estado da Fazenda revelou encontro em pronunciamento sobre Regime de Recuperação Fiscal
Zema se reunirá com Haddad para debater RRF
Gustavo Barbosa prevê que, com o RRF, o Estado pode retomar o equilíbrio em nove anos | Crédito: Wilian Dias/ALMG

O secretário de Estado de Fazenda, Gustavo Barbosa, informou ontem que o governador Romeu Zema (Novo) se reunirá nesta quarta-feira (25), com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, junto dos demais governadores dos estados das regiões Sul e Sudeste, para debater o Regime de Recuperação Fiscal (RRF). O secretário fez um pronunciamento sobre o plano do RRF no Palácio Tiradentes, na Cidade Administrativa.

“Sabemos que o problema da dívida de Minas não se resolve em um passe de mágica. Por isso, o governador Romeu Zema está em constante diálogo com o governo federal para buscarmos alternativas a essa questão”, declarou o secretário. Ele considera o Regime de Recuperação Fiscal, mais o plano de recuperação econômica do governo, como a solução para que o Estado consiga retomar o pagamento da dívida com a União.

No pronunciamento, Barbosa garantiu que a adesão ao RRF não ameaçará os servidores públicos estaduais. Segundo ele, a promoção e a progressão de carreiras serão preservadas, além de preenchimento em vagas nos concursos vigentes. Foram feitos ajustes necessários para priorizar investimentos em áreas essenciais, como saúde, segurança e educação, ressaltou.

Barbosa detalhou que, sem o RRF, o Estado teria de pagar R$ 18 bilhões à União em 2024. Com o plano, esse valor cairá para cerca de R$ 4 bilhões. “Em nove anos, alcançaremos o equilíbrio para retomar o pagamento integral da dívida sem afetar os serviços do Estado. E assim, podemos caminhar efetivamente para reduzir o tamanho do endividamento de Minas”, avaliou.

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O secretário ressalvou que medidas previstas inicialmente podem ser flexibilizadas, a depender do desempenho econômico e fiscal do governo. “Se tivermos receitas superiores às programadas, podemos avançar com os investimentos. E estamos otimistas”, garantiu.

Por fim, o secretário expressou que o Estado não tem mais a opção de não pagar a dívida com o governo federal. O prazo para a adesão ao RRF é até 20 de dezembro. “Acreditamos no poder de diálogo e da construção. Acreditamos na capacidade de análise e contribuição que o Legislativo pode dar nesse processo. Confiamos na atuação conjunta de todos os poderes e sociedade civil para que Minas continue avançando”, finalizou.

Audiência pública

Após o pronunciamento no Palácio Tiradentes, o secretário Gustavo Barbosa participou, junto da secretária de Estado de Planejamento e Gestão, Luísa Barreto, e do secretário de Governo, Gustavo Valadares, de uma audiência pública na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) para debater o plano de RRF com os parlamentares.

O secretário esclareceu a privatização de estatais, como a Codemig. De acordo com Barbosa, será uma desestatização, em que o Executivo reduz sua participação societária na empresa, mas não necessariamente realiza um processo de privatização.

Ele também comentou que as leis complementares 192 e 194 de 2022, causou uma situação dramática para Minas Gerais e diversos outros estados. Sancionadas no governo Bolsonaro, as leis limitam a cobrança pelos estados do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS) para combustíveis, energia elétrica, comunicações e transporte coletivo.

Os deputados e deputadas criticaram muito a atuação do governo na audiência. Eles expressaram que o governo estadual fez uma apresentação genérica e não técnica. Em alguns momentos, consideraram um desrespeito à Casa, principalmente quando o secretário falou sobre “mitos do RRF”. Os mitos considerados pelo secretariado do governo de Minas eram algumas dúvidas levantadas pelos parlamentares.

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