Conexão de microgeração solar deve crescer com nova regra da Cemig em MG

Com o objetivo de permitir o aumento de conexões de microgeração solar à rede da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), a empresa anunciou mudanças. Os novos critérios, conforme a estatal, possuem validade imediata e foram bem avaliados pelo setor de energia solar no Estado.
“É uma notícia animadora para o setor e vai voltar a movimentar a atividade no Estado. E quem sabe até ajudar Minas Gerais a ser líder novamente, já que o Estado perdeu a posição para São Paulo na geração distribuída”, diz o coordenador estadual da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), Bruno Catta Preta.
A medida atende à demanda da entidade que reclamava que a Cemig dificultava as conexões de novos sistemas na rede de distribuição, como micro e miniusinas de energia solar, com alegações de inversão de fluxo.
A inversão de fluxo acontece quando a quantidade de energia elétrica injetada na rede é maior do que a demanda dos seus consumidores, o que pode gerar sobrecarga.
Em outubro deste ano, representantes da Cemig se reuniram com parlamentares mineiros e representantes setoriais da geração solar distribuída (GD) para esclarecer algumas questões sobre solicitações de conexão de energia.
O gerente de processos especiais de média e baixa tensão da Cemig, Fabiano Mendonça, explica que a mudança no processo de avaliação da companhia em relação à inversão de fluxo tem relação com o pioneirismo da empresa, que busca viabilizar as conexões, especialmente as de micro GD (geração distribuída) local, no cenário de esgotamento das malhas de distribuição e transmissão de energia.
Ele observa que os novos critérios adotados pela companhia se antecipam às discussões de atualização da regulamentação dispostas na nota técnica da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), que trata do tema, pautada na Resolução Normativa Aneel nº 1.000 (REN1000), que estabelece as regras de prestação do serviço público de distribuição de energia elétrica.
A adoção de novos parâmetros de análise técnica para avaliação de conexões de geração distribuída (GD) contemplam clientes de baixa tensão (grupo B) das classes residencial, rural e comercial, com carga de até 50 kW.
A ampliação das conexões de microgeração solar vai acontecer, desde que não haja risco para os demais clientes e para o sistema da distribuidora. A iniciativa, segundo Mendonça, busca incentivar a microgeração distribuída local (micro GD local) alinhada ao seu conceito original, que é consumir e gerar energia no mesmo ponto da rede.
O diretor da Cemig Distribuição, Marney Tadeu Antunes, destaca que a companhia vai manter as análises de condições técnicas sobre impactos severos na rede de distribuição que possam degradar a qualidade do fornecimento ou comprometer a segurança operativa.
Marca
De acordo com a empresa, a Cemig foi a distribuidora com maior participação na expansão do mercado de GD do Brasil. A companhia foi a primeira concessionária a atingir a marca histórica de 3 GW de GD conectada, quase três vezes a potência de sua maior usina, a hidrelétrica Theodomiro Carneiro Santiago (Emborcação).
Desde 2019, a Cemig já realizou 236 mil conexões de GD, recorde no País. Somados os projetos já aprovados, haverá a conexão de potência recorde de GD de 6,5 GW, o que equivale a uma vez e meia a demanda dos clientes residenciais da empresa.
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