Economia

Desafios e oportunidades para o cenário econômico em 2024

Confira as projeções econômicas de especialistas para o próximo ano
Desafios e oportunidades para o cenário econômico em 2024
Crédito: Adobe Stock

Um cenário misto para o próximo ano com desafios e oportunidades em diferentes áreas da economia. Após um forte começo em 2023, especialistas avaliam que a o cenário econômico deve experimentar uma leve desaceleração no início de 2024,  acompanhada de uma dinâmica desinflacionária. Neste cenário, a conjuntura deve contribuir para uma redução da taxa Selic para 9%

Para a economista-chefe do TC Investimentos, Marianna Costa, a atividade econômica no Brasil ainda será bastante beneficiada pelo agronegócio, mas o setor de serviços é que dará o tom de um crescimento maior ou menor, por volta de 1,5%. Já a projeção para o setor industrial é de instabilidade, com alguma melhora na margem em resposta à taxa de juros mais baixa em função do processo de afrouxamento monetário. Segundo ela, pode haver algum estímulo ao investimento em resposta à tendência de adoção de uma política fiscal mais expansionista focada em gastos, em particular, o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). 

Com um rendimento ainda resiliente, fruto de um mercado de trabalho que deve seguir apertado, a economista avalia que o consumo das famílias deve se manter no próximo ano. Neste ambiente, a expectativa é que o processo desinflacionário observado em 2023 permaneça ao longo de 2024, mas em velocidade um pouco menor. “O índice de preços ao consumidor tende a ficar mais perto de 3,6% no final de 2024, vindo de 4,5% no fim de 2023. A dinâmica da inflação deve ser beneficiada pela queda dos preços do petróleo, commodities agrícolas e valorização da moeda doméstica, o Real. O Banco Central deve continuar com o ciclo de afrouxamento monetário, sendo factível a projeção da pesquisa Focus que tem a taxa Selic em 9,25% no fim de 2024”, afirma a especialista.

O analista-chefe do TC, Carlos André Marinho Vieira, avalia que a política fiscal será fonte de incertezas, com esforços voltados principalmente para o aumento da arrecadação, enfrentando resistências e limitações. Já para a política monetária, as projeções são de mais clareza, com expectativa de cortes na taxa Selic até chegar a 9% no final de 2024.

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Para o Produto Interno Bruto (PIB), a previsão é de crescimento de 1,8% em 2024, um desempenho menos robusto em comparação com este ano e desaceleração em setores como serviços, comércio e indústria, enquanto o agronegócio pode enfrentar impactos negativos devido a eventos climáticos.

“A concessão de crédito, que desacelerou em 2023, deve continuar em ritmo fraco de expansão. Espera-se alguma retomada a partir do segundo semestre de 2024, mas ainda abaixo do crescimento médio dos últimos anos. A taxa de câmbio, que valorizou neste ano, pode enfrentar riscos desbalanceados em 2024, influenciada pelo cenário fiscal e pelo fim do ciclo de alta da política monetária nos Estados Unidos”, explica o especialista.

Cenário da economia internacional

As projeções do Banco Mundial são de que o PIB global ultrapasse uma taxa de crescimento um pouco superior a 3% em 2023 para um pouco abaixo desse nível em 2024. A expectativa para a taxa de inflação é de 1,0 ponto porcentual menor, subindo um pouco menos que 6% no período.

Segundo a economista-chefe do TC Investimentos, os riscos geopolíticos devem permanecer no radar, entre eles os conflitos bélicos no Oriente Médio e na Ásia, além das eleições nos Estados Unidos. O sistema de crédito segue em destaque, em função do risco de uma crise no setor ser crescente, como consequência do período atual, em que boa parte das taxas de juros ao redor do mundo estão em território restritivo.

“A economia dos EUA cresce menos, mas os países da Europa devem apresentar alguma melhora em relação a 2023, em particular, a Alemanha. A economia chinesa tende a ter uma variação do crescimento ao redor de 4%, abaixo do nível de 5% observados em 2023 e deve definir se o crescimento global será mais vigoroso ou não. Os países emergentes devem crescer menos também, mas novamente é a China quem determina parte dessa desaceleração”, avalia Marianna Costa. 

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